Capítulo 12

Como eu poderia dizer a ele sobre Melissa, dizer que ela estava dando em cima de mim? Fred estava muito apaixonado, mas ele me disse que nunca iria se casar, que nunca colocaria uma aliança no dedo e que apenas queria curtir. Por mais que eu desejasse a felicidade dele, a ideia de ele se casar com Melissa não seria muito boa.

- Mickey? - disse ele, chamando minha atenção.

- Nossa, Fred, que bom... Mas você não acha que está apressando as coisas demais? - questionei.

- Estou apaixonado e ela está apaixonada por mim, então não tenho o que temer. - respondeu ele.

- Você mesmo disse um dia que nunca iria casar, por que quis isso agora? - Eu não poderia estragar a felicidade dele.

- Eu quero viver com essa mulher a vida toda. - Fred respondeu com convicção, um brilho de determinação nos olhos.

- Ah, e preciso da sua ajuda, já que você é meu padrinho. - Ele disse de repente, me pegando de surpresa.

- O que? - Fiquei atordoado com a revelação.

- Sim, você e a Stefani serão meus padrinhos. - Fred confirmou com um sorriso.

- Alguém disse meu nome? - Minha irmã apareceu na porta, curiosa para saber o que estava acontecendo.

-Estou dizendo ao seu querido irmão que irei casar. - Fred anunciou, transbordando animação.

-Nossa! - Minha irmã veio correndo e abraçou Fred. - Está todo mundo casando. - Ela disse animada.

-Ué, quem mais vai casar? - Fred perguntou confuso.

-Meu irmão. - Disse minha irmã.

-O que? - Fred disse surpreso.

-Ué, ele não te contou? - Disse os dois agora olhando para mim, esperando uma resposta.

- Ah, eu ainda não tinha tido a chance de contar. - Respondi, tentando disfarçar minha surpresa com a reviravolta da conversa.

- Parece que temos um grande motivo para comemorar! - Exclamou Fred, agora animado com a notícia. - Dois casamentos em vista, isso é incrível!

- Minha noiva e eu não pretendemos casar agora. - Eu disse, pensativo sobre a festa dupla.

- E quem é essa moça?

Tentei encontrar palavras para descrever Fernanda, mas percebi que nem todas as palavras do mundo poderiam capturar sua essência. Ela era uma combinação única de graça, inteligência e bondade, que iam muito além das simples descrições. Sua presença era como uma brisa suave que acalmava minha alma e sua aura irradiava uma luz que iluminava até os cantos mais escuros da minha mente. Era como se cada momento ao seu lado fosse uma experiência transformadora, capaz de enriquecer minha vida de maneiras que eu jamais imaginei. Com ela, tudo parecia diferente, como se o mundo ganhasse novas cores e significados. Era difícil expressar com precisão o que ela significava para mim, pois ela simplesmente transcendia as palavras.

- Hoje à noite? - Fiquei surpreso, levantando-me da cadeira.

- Sim, papai está tão feliz que não quer adiar o jantar - respondeu minha irmã.

- E para que o jantar? - Fred perguntou curioso.

- Eric fechou um negócio com o Garcia.

- Por que sou sempre o último a saber das coisas? - Fred parecia furioso e confuso.

- Sinto muito, mas a minha noiva não vai poder ir hoje - respondi, lembrando que ela estaria comemorando sua formatura.

- Meu pai está ansioso por isso, assim como os acionistas. - disse minha irmã.

Aquelas palavras me atingiram como um choque. Meu pai planejava fazer uma festa sem minha permissão, e eu ainda não havia contado a Fernanda que meus pais sabiam sobre nosso suposto noivado. Eu precisava falar com ela, precisava explicar a situação e contar a verdade antes que as coisas saíssem ainda mais do controle. Deixei Fred e minha irmã no escritório e decidi ir atrás de Fernanda. Era hora de encarar essa conversa difícil e esperar que ela entendesse a situação.

Eu liguei para Fernanda no caminho, sentindo o peso da urgência em minhas palavras. Mesmo relutante, ela acabou cedendo e concordou em se encontrar comigo em um charmoso café no centro da cidade. Ela me passou o endereço e, ao chegar lá, encontrei Fernanda sentada em uma mesa ao fundo, em um cantinho aconchegante decorado com luzes suaves e vasos de flores. O ambiente tranquilo contrastava com a agitação em minha mente, enquanto eu me aproximava dela com a preocupação estampada no rosto.

- O que aconteceu? - ela perguntou, notando minha expressão aflita.

- Meu pai vai fazer uma festa e ele espera que minha noiva esteja lá - expliquei, sentindo o peso das palavras saírem de minha boca.

- O que? - ela disse assustada e alto o suficiente para que todos podessem olhar para nós. - Eu achei que estávamos apenas mantendo a farsa para o Senhor Garcia, por isso estava te ajudando. - Ela abaixou a voz, ciente do olhar curioso das outras pessoas no café.

- Eu sei disso, mas aquele dia no shopping, minha irmã viu e contou para eles. Agora eles querem conhecer minha noiva. - Expliquei, sentindo-me desconfortável com a situação.

- Leve uma pessoa qualquer, não vai fazer diferença. - Sua sugestão era prática, mas eu sabia que não resolveria o problema.

- Minha irmã sabe que é você. Se eu levar outra pessoa, eles vão perceber que é mentira, inclusive o Senhor Garcia.

- Você fez isso de propósito, Senhor Coldwell? Desde quando me atropelou, faz questão de ficar na minha cola, eu não te denunciaria se esse é o seu grande medo. - Sua voz, embora baixa, carregava uma ponta de indignação.

- Não é isso, é que... - Tentei encontrar as palavras certas. - Você é boa nisso. Se não fosse por você, eu não teria recebido essa proposta do Garcia.

- Eu não posso ir hoje, você sabe por que. - A firmeza em sua voz denotava uma decisão inabalável.

Eu entendia perfeitamente a situação dela e não podia culpá-la por se sentir assim. A pressão de ser minha suposta noiva, aliada à iminência da festa que meus pais estavam organizando, devia ser esmagadora.

- Eu sei, Fernanda. E eu entendo completamente. - Minha voz soou suave, tentando transmitir compreensão e apoio. - Não quero te forçar a fazer algo que não está confortável. Eu só... não sei o que fazer agora.

A expressão de Fernanda revelava nervosismo e preocupação, suas mãos tremiam levemente enquanto segurava o cardápio. Ela olhava ansiosamente em direção aos recém-chegados, sua palidez indicava um certo desconforto diante da situação. Os dois rapazes e duas moças, todos elegantemente vestidos, aproximavam-se da nossa mesa com um sorriso cordial.

- Merda. - murmurou ela, sua voz carregada de tensão. - Você vai ter que me ajudar, senhor Coldwell.

- Ajudar com o quê? - perguntei, confuso com a urgência em sua voz.

- Agora eu sou sua noiva, então me trate como uma. - ela disse, puxando-me para mais perto dela.

Ela passou a mão no meu rosto acariciando, seus olhos agora estavam fixados nos meus, neles estavam medo e ansiedade, e um singelo pedido de "Me tire daqui." Escutei passos vindo atrás de nós, e logo uma voz grave saiu de trás de mim.

- Fernanda. - ele disse. - Em um café tão chique como este, para alguém que saiu da rale e acabou de se formar, não está nada mal.

- Olá Edgar, Evelin, Jonas e Sophia. - ela cumprimentou os quatro.

- Vejo que está em companhia, está tentando conseguir um emprego para ele. - a moça disse em tom irônico.

- Ela teria que se humilar para ter um emprego. - disse um deles que fizeram ambos rirem.

Fernanda abaixou o olhar, e pude perceber em seu rosto o desconforto. Virei rapidamente para eles, que cessaram imediatamente o riso.

- Espero que tratem bem minha noiva - respondi com firmeza.

- Senhor Coldwell - um deles me reconheceu.

- Peraí, a Fernanda está noiva do senhor Coldwell? - disse ele em tom de deboche. - É golpe mesmo, eu sempre soube que ela era uma safada.

Diante das palavras ofensivas, meu instinto de proteção por Fernanda tomou conta de mim. Com um olhar determinado, respondi:

- Escutem aqui, vocês não têm o direito de falar assim da Fernanda. Ela é uma mulher incrível e merece todo o respeito. Se não sabem do que estão falando, é melhor calarem a boca.

- Mas que atitude mais irritante a sua, Coldwell! - replicou Edgar, com um tom desdenhoso. - Não nos venha com esse discurso moralista, afinal, quem é você para falar alguma coisa?

Fernanda permaneceu em silêncio, claramente desconfortável com a situação, enquanto eu enfrentava os rapazes com determinação.

- Quem eu sou? - retorqui, meu tom de voz elevando-se com a indignação. - Sou alguém que não aceita que falem mal da mulher que amo. E se não querem respeitar isso, sugiro que se afastem.

Ao sentir o toque, Fernanda se levantou com um misto de alívio e gratidão, permitindo que eu a conduzisse para fora do café, deixando para trás aquele ambiente hostil.Enquanto caminhávamos para fora do café, pude sentir o leve tremor em suas mãos, indicando o desconforto que ela ainda carregava.

- Estarei no jantar com a sua família - ela murmurou, lançando-me um olhar de gratidão.

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