Junior,
Depois que eles pararam de atirar, esperei um pouco para me levantar, mas fiquei com a arma em punho e, quando vi uma cabeça aparecendo, eu atirei. Sabia que era um dos atiradores, pois no meio de um tiroteio ninguém fica na rua.
Só vi ele caindo e me arrastei até o banco do passageiro, para sair pela porta. Os tiros voltaram, meu carro é blindado, mas perdeu a blindagem dos vidros quando trincou na colisão.
Abaixei-me e, por debaixo do carro, fui atirando nos pés deles, que foram caindo no chão. Escondi-me atrás da roda bem na hora que as sirenes das viaturas se aproximaram, pegando os desgraçados que estavam jogados no chão.
Um dos policiais se aproximou de mim, perguntou se eu estava bem e confirmou que os meliantes já estavam rendidos. Levantei-me e fui até eles, olhei para cada um e uma raiva me consumiu por inteiro. Peguei no colarinho de um deles e o puxei para mim.
— Quem te mandou?
— Alguém que não gosta de você.
— Ah, a lista é grande, fala o nome, seu merda. — ele apenas sorriu e fez cara de dor. — Vamos levar eles para a delegacia, lá terei informações. Vocês dois ficam aqui até a perícia chegar e levar aquele outro para o IML.
Falei com dois policiais sobre o cara em quem atirei na testa e seguimos para a delegacia. Colocamos eles dentro da sala de depoimento e, novamente, fechei todas as persianas. Olhei para os policiais que trouxeram ele até aqui e, só com o meu olhar, eles perceberam que eu queria ficar sozinho com eles.
— Temos proteção da justiça, não pode fazer nada conosco?
— Jura? Em quem eles vão acreditar, em mim ou em vocês?
— Não pode fazer nada, delegado, apenas nos prender. — É nessa hora que eu queria ter o mesmo sangue frio da Clara, pegar uma faca e cortar o pescoço dos dois e deixar aí para morrerem.
— Quem mandou vocês? Eu posso aliviar a situação de vocês, ou piorar. — A resposta me vem apenas com um sorriso nos lábios dos dois. — Ok, eu sou um delegado respeitado, gostaria de sair da linha de vez em quando, mas não posso, sabe, é ilegal bater no prisioneiro.
Vou até a porta e chamo dois policiais, que já olham para dentro da sala esperando que eu tenha feito uma chacina aqui dentro, afinal, eles atentaram contra a minha vida.
— O negócio é o seguinte, sabe o brutão? Quero que coloquem ele na cela com o brutão e o outro na cela ao lado. Vamos ver se, depois de passarem a noite com os estupradores na cadeia, a boca de cima não se abre... Já que a boca de baixo vai estar igual a um túnel.
— Não pode fazer isso, não sou estuprador.
— Ah é verdade, e não esqueçam de colocá-los lá avisando que são pedófilos, tenho certeza de que os marmanjos vão se divertir com os dois frangotes aí. E só vão sair de lá quando resolverem abrir a boca, quero ver se quem pagou para vocês me matarem, vai tirar vocês de lá a tempo.
Me sento na mesa, olhando bem sereno para eles. Os policiais, entendendo tudo, vão até eles e cada um segura no braço de um para levá-los até as celas.
— Doutor, por Deus, não faça isso, não tivemos culpa de nada, só estávamos fazendo o que nos mandaram fazer.
— Exatamente, e eu só quero o nome, só preciso que vocês me digam quem foi que mandou vocês e pronto, ficarão presos, claro, não vou poder dar a liberdade a vocês, mas pelo menos estarão em celas seguras. A escolha é de vocês. Falarão por bem, ou depois por mal.
Eles se olham, mas não me respondem, e eu mando os policiais levá-los, até que um deles para e diz que vai dizer quem é.
— Estou ouvindo.
— Riccardo, Riccardo Mattia quer você morto porque está descobrindo demais da vida dele, senhor, não tivemos culpa.
— Quero ver se é verdade. Ligue para o Riccardo aqui na minha frente, deixe no viva-voz, e diga a ele que me deixaram todo furado de bala.
Olho para o policial, pedindo para que ele ligue as câmeras da sala para que possamos gravar mais provas contra o Riccardo. O policial sai e volta depois de alguns minutos. Enquanto o sujeitinho liga para o Riccardo, eu ligo meu celular e começo a gravar mais de perto, sem que ele perceba.
— Fez o serviço? — Riccardo pergunta do outro lado da linha.
— Acho que sim, senhor. Ele ficou todo furado, mas, como algumas viaturas estavam se aproximando, tivemos que abandonar o local.
— Certo, agora quero ver esse delegado de merda me investigar. Tive que parar tudo, mas com a sua morte, vou poder voltar à rotina. Agora, continuem procurando pela minha esposa. Ainda não tive notícias dela.
— Senhor, a senhora Mattia sumiu do mapa. Não sabemos mais se ela está em Roma, pois depois do atentado contra o delegado, ela não foi mais vista.
Ouço o que ele acabou de dizer e não consigo compreender. Ele finaliza a ligação mandando que eles a procurem até debaixo da terra.
— Que atentado é esse que você falou? — pergunto a ele, aguardando sua resposta.
— A esposa do senhor Mattia foi sequestrada e trazida para cá, mas parece que sempre que chegamos perto dela, ela foge. É como se não quisesse voltar para casa. Uns homens do Mattia tentou pegar ela, mas o senhor delegado interviu, e ela sumiu do mapa.
— Confirme o nome da esposa dele para mim.
— Cecília Villar Mattia.
Não pode ser a Mary. Se fosse ela, teria usado seu nome verdadeiro, não é? Vou deixar que ela mesma me conte. Vou pressioná-la e se ela não me contar a verdade, serei obrigado a investigar sua vida por conta própria. Mando os policiais levarem apenas os bandidos para a cela comum.
Pego meu celular e desligo a gravação. Volto várias vezes para ter certeza se é ela mesmo ou não.
— Mary ou Cecília, espero que você não esteja mentindo para mim, ou vou te dar um castigo que você nunca mais vai esquecer. Olho no relógio e vejo que são seis da manhã, então decido ir para casa...
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Atualizado até capítulo 65
Comments
Josi Gomes
DE MANHÃ? MAIS ELE ESTAVA INDO PARA CASA JANTAR AS 18 HORAS, ANTES DE TENTAREM MATAR ELE , E AGORA O JÚNIOR DIZ QUE É 6 DA MANHÃ
2025-01-31
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Claudia
opsss. erro de continuidade!!! kkkkkkkkkkk...
2025-02-18
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Jefferson Ferreira
que porá de blindagem mal feita é essa?
2025-01-15
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