Capítulo 6

Então, mesmo sentindo-me um otário agora, não vou deixar que essa derrota momentânea me defina. Vou aprender com essa experiência, me fortalecer e voltar ainda mais determinado na próxima corrida. Vamos ver se ele vai vir de novo, vamos ver se vai ter coragem de jogar a moto em cima de mim como um covarde.

— Não foi dessa vez cara, fica para semana que vem, você virá de novo não é?

Com uma mistura de raiva e frustração, viro meu rosto em direção ao dono do evento. Minha expressão séria e determinada transmite a minha insatisfação. Sem soltar o freio, acelero minha moto com força, criando uma nuvem de fumaça atrás de mim. A adrenalina se mistura com a raiva que pulsa em minhas veias.

Em um ato impulsivo, solto o freio e minha moto responde imediatamente, dando uma leve empinada. Sigo em frente, deixando para trás o local da corrida, com a mente cheia de pensamentos turbulentos. A fúria queima dentro de mim, alimentando minha raiva.

— Não foi dessa vez... Ele nem viu o que o cara fez, e ainda vem querer me colocar pra baixo... Ahhhhh que odioooooo!

Enquanto acelero pelas ruas, sinto a energia da velocidade e da raiva se misturando. A vontade de descontar minha frustração é avassaladora. A ideia de devorar um vivo, metaforicamente falando, passa pela minha mente, refletindo a intensidade da minha raiva no momento. Chego em casa com a mente mais turbulenta. A corrida foi injusta, mas não posso permitir que isso me derrote, me abale, eu preciso está firme para o meu trabalho.

Ao chegar em casa, finalmente posso respirar o ar puro, livre dos equipamentos de corrida que me envolviam como uma armadura. Retiro meu capacete, luvas e jaqueta, sentindo o alívio de poder respirar livremente novamente. A adrenalina da corrida ainda pulsa em minhas veias, e a raiva também.

Dirijo-me ao meu quarto e começo minha rotina de higiene noturna. Deixo para trás o mundo das corridas e me preparando para o trabalho de amanhã. Deito-me na cama, exausto, e fecho os olhos, deixando-me levar pelo cansaço.

O amanhecer chega rápido, e eu me levanto cedo, pronto para enfrentar mais um dia de trabalho na delegacia. Lá, tenho muitas responsabilidades, tanto profissionais quanto pessoais. Como delegado, tenho o dever de proteger e servir a comunidade, enfrentando desafios e buscando justiça.

Mas também há o lado pessoal, as vezes as pessoas acham que os delegados são homens frios, por ver tudo e não ter um problema psicológico. Mas na verdade, eu guardo tudo comigo, sinto quando uma mãe, uma criança, ou um idoso está a merecer de um vagabundo. E quando chegam a óbito, me finjo de forte, mas por dentro eu me quebro todo, como se eu fizesse parte daquela família. Com meus pensamentos no trabalho, e na corrida de ontem, chego na delegacia, e já sou recepcionado pelo Léo, mais uma vez.

— Senhor, vamos que horas invadir a casa do sabonetinho?

— Agora mesmo, avise a esquipe para ficarem nos fundo da casa, outra equipe para entrar no bueiro, e esperar ele lá.

— Hum, pegaremos ele então, sem sombra de dúvidas. Ou teremos a prisão do ano, ou a morte do dia, mas dessa vez esse sabonete não escapa das nossas mãos.

Pego a minha arma e olho para ter certeza que tem bala o suficiente para mandar ele para os braços do capeta, caso eu precise. Léo e eu seguimos para o meu carro. Ele coloca o endereço no GPS, e com poucos minutos chegando no endereço.

— Destrava sua arma, e se prepare, pois a coisa vai esquentar lá dentro.

— Se moveu atira?

— Desse jeito, agora vamos. — Descemos do carro seguido para a entrada. Já deixei a minha equipe em alerta, mas para não chamar muita atenção, somente Léo e eu estamos na operação no momento. Vou descontar toda a minha raiva nesse merda. Terei um tempo até a equipe chegar, pois, o que não é visto, não é julgado.

Conto até três, e Léo mete o pé na porta, derrubando ela no chão. Entramos na casa gritando polícia, e começamos a fazer uma varredura, mas o infeliz não está mais aqui.

— Com certeza os moleques avisou senhor, alguém nos viu e ligou para ele... — Léo mal fecha a boca, e eu vejo um vulto atrás dele. Corro atrás do miserável, e Léo corre junto atrás.

Aponto para o Léo ir pela outra rua, assim, cercamos ele. Dito e feito, sem ter para onde correr, ele saca uma arma para atirar, mas Léo e eu nos escondemos atrás dos postes, era previsto que ele faria isso, ao se sentir acuado.

— Se entrega bebê, não tem para onde você ir, você tem a escolha de viver, ou morrer, você que escolhe. — Léo sempre chama os bandidos de bebê, ele fala que parecer carinhoso deixa os caras mais tranquilos.

— Prefiro morrer aqui na rua, a ter que ficar preso, quero ver vocês me pegarem seus filhos da putä.

Ele começa a dar vários tiro seguidos, apontando para mim, e para o Léo. Nessa hora passa uma moto por trás dele, e com o pé, o empurra com tudo no chão. Olho para o motoqueiro, que vira a cabeça olhando para mim. Como se fosse em câmera lenta, e me hipnotiza, pois é a mesma moto que ganhou a corrida ontem.

— Delegado, peguei, vamos levar ele para delegacia... delegado?

— Oi...vamos, vamos levar para delegacia. — Quem é esse cara? Consigo decorar sua placa, e vou pesquisar quando chegar na delegacia. Dessa vez você não foge de mim seu infeliz, mas porque está com a faixa no pé? Ainda mais no mesmo pé que a Mary machucou?

Tenho que tirar essa paranóias da minha cabeça, ou vai dar tudo errado na missão de hoje. Agora que tenho a placa dele em mãos, vou desvendar o mistério que corre por detrás desse homem, que além de pegar o primeiro lugar na corrida, ainda quer pregar meu apelido de campeão.

Leonardo Fidelis, 28 anos.

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Comments

Joelma Portela

Joelma Portela

Miguel, deixa essa raiva de lado, pois logo,logo ela vai se jogar na tua cama kkkkkkkkkkkk

2025-03-03

0

Josi Gomes

Josi Gomes

ATÉ QUE ELE LEMBRA O KLAUS

2025-01-31

1

Joelma Rocha

Joelma Rocha

Cecilia ainda ajudou o delegado 😘😘😘

2024-11-24

0

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