Capítulo 12

Clara, minha irmã, é uma força da natureza. Ela herdou o lado mafioso da nossa mãe, uma mulher que nunca recuou de um desafio. Mas Clara tem algo mais, uma pitada de sadismo que a torna imprevisível e, às vezes, perigosa. Não posso mandá-la sozinha, ela vai acabar estragando tudo como sempre faz.

Ela nunca se apaixonou, nunca teve um namorado. Ela é uma ilha, isolada em seu próprio mundo. Diferente de mim, que já tentei me relacionar com algumas mulheres. Mas, por algum motivo, nunca dava certo. Talvez seja a vida que levamos, talvez seja o medo de deixar alguém entrar.

Ela nunca mostrou interesse em homens, o que sempre me deixou curioso. Será que Clara é lésbica? Ou talvez ela simplesmente ainda não tenha encontrado a pessoa certa para se apaixonar?

Clara sempre foi reservada sobre sua vida amorosa, mantendo seus sentimentos e interesses bem guardados. Talvez ela esteja apenas esperando o momento certo, ou talvez ela esteja lutando com sua própria identidade.

De qualquer forma, como seu irmão, tudo o que quero é que ela seja feliz e se sinta confortável para ser quem ela é. Seja lá o que Clara decidir, estarei ao seu lado, apoiando-a e amando-a.

— Pode deixar Juninho, eu vou fazer tudo que você mandar, vai me dar uma escuta e uma câmera? — Balanço a cabeça em negativa, ela tem a menina de me provocar me chamando de Juninho. Ela sorrir olhando novamente para a foto do papel sabendo que mude deixou com raiva.

— A situação é seria Clara, para de ficar brincando com isso. Já disse, se você vacilar pode ir pedir emprego para o rio Luan, porque aqui na delegacia você não poderá ficar. Aqui vale a lei do pais, e não a lei da Clara.

— As vezes penso que vcs deveria ser o juiz, e não o delegado. Bom, pelo menos a chatice de um vixe já tem.

Léo ri da cena, pois mesmo eu tentando ser o mais responsabilidade, por ser o irmão mais velho, clara parece brincar sempre com a situação. O que me deixa encabulado por entender o porque ela resolveu seguir a polícia, se no sangue dela corre mais o sangue Mafioso.

Aqui na delegacia ninguém sabe desse nosso lado, até porque seria sentença de morte para nós dois com certeza, nem mesmo Léo sabe disso, prefiro manter esse lado da família em oculto. Já sou delegado pela fama do meu pai, por ter trabalhado tantos anos sendo honesto, mesmo escondendo de todos o que a sua esposa era, e as vezes, infringindo as lei junto com a minha mãe.

Mas ela sempre dava um jeito de o meu pai não ser colocado no meio, afinal, os Belmont nunca deixam rastros e nem mesmo uma pista para saber que são mafiosos.

— Eu prometo solenemente não fazer nada de ruim, serei cautelosa, vou fazer tudo que você está me pedimos sem matar ninguém. A não ser que tentam me matar, aí eu não vou escolha.

— Você não vai sozinha, Léo vai com você, para que não pise na bola e nem saia da linha, para garantir que você fará tudo que eu estou mandando, não deixe seu lado sombrio te dominar. Boa sorte Léo, você vai precisar para domar a ferinha ai.

Ela cruza os braços com raiva, e Léo se diverte com as nossa conversa.

— Isso é tão injusto. Sou melhor trabalhando sozinha, e você sabe disso.

— Clara, esse homem não pode morrer, então passe bem longe de Riccardo Mattia, ele vai pagar por todas as infrações que eles está fazendo, mas na justiça, na lei do pais, entendeu? Então seja só uma detetive normal, não faça nenhum extra fora do seu trabalho.

Ela bate os pés em protesto, Clara até é obediente, quando ela quer. Mas se eu não deixar claro o que ela não pode fazer, ela faz e ainda joga na minha cara que eu não disse que não podia, por isso ela fez.

Irmãs. Ter uma irmã mais nova com o sangue da minha mãe, é ter uma bomba nas mãos, espero que ele me obedeça, e não estrague a missão.

— Estamos entendidos Clara Belmont?

— Tá bom Júnior, vou ficar longe do seu bandido, mesmo que eu ache que ele ficaria melhor embaixo da terra, mas, por respeito ao nosso grande delegado, eu não vou matar ele. Tá bom assim?

— Espero que você cumpra sua palavra. Agora vão se arrumar, e me tragam todas as novidades, quanto mais rápido tivermos todas as provas, mas rápido mandamos ele pra prisão perpétua. — Eles concordam saindo da sala, e eu me escoro na cadeira.

Sou abruptamente despertado pelo insistente toque do meu celular. A notificação na tela indica que o sistema de segurança da minha casa detectou uma invasão. Rapidamente, acesso as câmeras de segurança e vejo uma figura familiar tentando abrir o portão da minha garagem para sair. Mas como diabos ela entrou ali?

Com um toque rápido, rebobino as gravações de segurança e fico atônito ao ver Mary saindo do meu carro. A luz suave das câmeras de segurança capta cada movimento dela enquanto ela se esgueira para fora do veículo, olhando ao redor com cautela antes de se dirigir ao portão da garagem. A cena é surreal, quase como assistir a um filme de suspense.

Fico olhando para a tela do celular, incrédulo. Como ela conseguiu passar a noite inteira dentro do meu carro sem eu perceber? Mary, sempre surpreendendo, sempre um passo à frente em suas habilidades.

— Você é danada, Mary. Como conseguiu passar a noite inteira dentro do meu carro e eu não percebi? — Murmuro para mim mesmo, ainda atordoado com a audácia dela. — Danada e corajosa, pena que a minha casa é igual uma ratoeira, e você aí fica igual um ratinho com medo.

Fico aqui pensando se eu vou pra casa, e dou um Flagrante nela, ou se fico aqui me divertindo enquanto ela luta para sair de lá com a moto dela. Ah Mary, você é incrível. Vou pra casa só pra ver sua carinha de desespero. Me levanto e sigo para minha casa.

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