Depois de vê-lo tomando conta dos caras, eu dei no pé, vai que aparecem mais e matam o delegado, e depois me matam? Ou pior, serei levada de volta para o Riccardo. Vou mancando, mas correndo até me esconder em um beco, e espero que não venham atrás de mim. E quando escuto o barulho da moto, eu volto para onde eu a deixei. Vejo-o pilotando a minha Best, e ela resmunga por estar com o pneu furado, mas parece que ela está me chamando, chamando o nome da sua dona. Droga, só falta ele querer levar a minha moto para o pátio da polícia.
Mas ele deixou o carro dele aberto, um erro mortal, delegado. Entro pela porta de trás e me espremo no assoalho, bem atrás do banco do motorista. Após alguns minutos, vejo a porta se abrindo, e ele entrando. Ele desce do carro depois de estacioná-lo na garagem e entra na casa dele. Fico alguns minutos ali e começo a olhar ao redor. Vejo que tem uma câmera bem do lado por onde eu iria descer, do lado do motorista.
— Droga! Calma, Best, vou tirar você daqui, vamos esperar só até o dia amanhecer, está bem?
Me aconchego ali e só fecho os olhos, pois tenho um sono muito leve, então quando passa um carro do lado de fora, eu já me desperto. Ouço alguns barulhos dentro da casa dele e sei que ele já se levantou. Então, com cuidado, saio pela porta do lado do passageiro e vou abaixada até um monte de caixa que tem ali e me escondo.
Após alguns minutos, vejo ele saindo, mas espero um tempo para começar a colocar meu plano em ação. Não sei como, mas vou ter que sair daqui com a minha Best, nem que seja voando.
E só voando mesmo para sair dessa prisão. Assim que eu me levanto, aperto o botão que tem ali para abrir o portão, e a casa começa a apitar com uma sirene bem alta.
— Cala a boca, infeliz, eu não estou roubando nada, só quero a minha moto de volta... Droga, droga, droga.
O desespero me atinge em cheio, assim como o arrependimento. Agora sim, ele vai me prender por ter invadido a casa dele. Olho ao redor e não vejo uma única saída, nem sequer posso pular o muro, pois é todo revestido de azulejo.
Então, a única coisa que me resta é esperar que ele venha e me prenda, mas com a minha Best, ele não vai ficar. Alguns minutos depois, escuto o barulho do carro e o portão menor se abrindo. Estou sentada na minha moto, desejando que ele abrisse o portão todo para que eu pudesse escapar, mas ele foi inteligente e só abriu o menor.
— Entrou na minha casa para me roubar?
— Te roubar não, só vim buscar o que é meu. Não pedi para você trazer minha moto para sua casa. — respondo encarando-o com bastante fúria. Onde já se viu, querer me roubar e ainda colocar a culpa em mim. — Acredito que você é quem queria roubar a minha moto.
— Só guardei ela para você, já que você saiu correndo deixando-a para trás.
— Não podia ficar, aqueles homens poderiam me matar. E era só deixar minha moto lá que depois eu a pegava.
— Por que aqueles homens estavam atrás de você?
— Isso é uma pergunta muito pessoal, pode abrir o portão para eu ir embora? — Ainda tento jogar com ele, o que é desastre.
— Você invadiu a minha casa, se não me contar o que está acontecendo, por que e de quem você está fugindo, e por que está atrás de Ana Belmont, você vai sair daqui, mas direto para a cadeia.
Exalo um suspiro pesado, sentindo o peso da preocupação acumulando-se em meus ombros. No entanto, uma sensação de insegurança e ansiedade me invade. Só de imaginar Riccardo me encontrando aqui, arrepia toda a minha espinha. Se ele já está ciente de minha localização, é apenas uma questão de tempo até que ele consiga uma foto minha e descubra a verdade.
Imagino o que ele faria se me encontrasse. A imagem de voltar à minha antiga vida de escravidão e abuso me apavora. Eu me tornei um saco de pancadas nas mãos dele, e a ideia de retornar a esse pesadelo é simplesmente insuportável.
Mas, como posso escapar do alcance implacável desse delegado? Meus pensamentos correm freneticamente em busca de uma solução. Preciso inventar algo, algo que o faça desistir de me perseguir. Mas o quê? Que história posso criar para me livrar dessa situação perigosa?
— Senhor delegado, eu preciso ir, não posso te colocar nesse problema que é só meu. Sei que o senhor é um homem da lei, e vai fazer se cumprir, por isso é melhor o senhor não saber, e me deixar ir embora.
— Ana Belmont, por que está atrás dela? Já ouvi falar que ela protege as mulheres vítimas de violência doméstica, você está passando por uma situação assim? — Ele cruza os braços e se encosta no muro, esperando pela minha resposta.
— Como eu disse é um assunto pessoal, eu só preciso do endereço dela, e de mais nada. Vim para cá para procurar ela, e não a polícia de Roma.
— Certo, não sei onde ela mora, não posso te dar o endereço, mas assim, de quem você está fugindo já sabe que você está aqui em Roma, o ataque de ontem foi a prova disso.
— É por isso que preciso encontrar a Ana, só ela poderá me ajudar. Confio nela. Por favor, me leve até ela ou me diga onde ela está.
Ele solta um suspiro longo e lento, balançando a cabeça negativamente para mim. Como ele pode negar algo tão importante como isso?
— Tenho uma ideia melhor. Fique aqui, você estará protegida de quem estiver atrás de você na minha casa. Vou ver se consigo falar com essa Ana e, se conseguir, trago ela aqui para conversar com você. Mas me responda uma coisa, você sabe cozinhar?
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Atualizado até capítulo 65
Comments
Wilma Lima dos Santos
Que safado, já quer botar a garota pra cozinhar pra ele 😁😁😁😁😁
2024-11-18
3
Simone Ferreira
Junior já que se aproveita da situação, fazendo ela cozinhar kkkkk
2024-11-29
0
Néria Alves
Exploração culinária é nova.kkkkk
2025-03-25
0