Capítulo 3

Junior,

Assim que o sinal verde é acionado, um som estridente é liberado pelos organizadores do racha, ecoando pelas ruas. Com um movimento rápido, solto o freio de mão, fazendo minha moto dar uma leve empinada, e logo a forço a descer, ganhando impulso.

A corrida se desenrola pelas ruas que foram fechadas pelos organizadores, garantindo que tenhamos o espaço necessário para correr. Às vezes, porém, eles arriscam e mantêm o tráfego aberto, o que considero extremamente perigoso. Afinal, se eu caísse ou uma viatura nos seguisse, minha identidade poderia ser revelada.

Cada curva que enfrento, inclino-me tanto que meu joelho quase encosta no asfalto, sentindo a vibração da moto e a adrenalina pulsar fortemente em meu corpo. Olho pelo retrovisor e vejo todas as outras motos ficando para trás, uma a uma, mas uma em especial chama minha atenção, a do corredor que parou ao meu lado no início da corrida, ele está bem do meu lado, quase me alcançando.

Decido focar toda a minha energia e habilidade em deixar ele mais para trás, afinal, de onde ele está não dá para ele ver a minha placa. Acelero ainda mais, sentindo o vento querer me empurrar para fora da moto e o ronco do motor ecoar nos meus ouvidos. A velocidade é eletrizante, e a sensação de domínio sobre a pista é indescritível.

A disputa se torna intensa, como uma dança perigosa entre duas máquinas. Meus reflexos afiados e a precisão dos meus movimentos me ajudam a manter o controle da moto, enquanto busco a oportunidade perfeita para ultrapassar o meu adversário.

Finalmente, vejo a minha chance. Em uma curva fechada, aproveito a menor brecha e acelero com tudo, ultrapassando-o com uma manobra ousada. Uma sensação de triunfo inunda meu ser, misturada com a excitação e a sede por mais vitórias.

Continuo acelerando, sentindo a emoção da velocidade e a adrenalina correndo em minhas veias. A noite se transforma em um borrão de luzes e sons, enquanto a competição se desenrola diante de mim.

Mas quando eu olho, lá está ele novamente, paralelo a mim, mas ainda estou um pouco à sua frente. Decido acelerar ainda mais, empurrando os limites da minha moto ao máximo. O ponteiro do velocímetro sobe rapidamente, chegando ao seu limite, se esforçando para ultrapassar a barreira do velocímetro.

No entanto, o piloto ao meu lado também acelera, mantendo-se paralelo a mim. Isso está me deixando cada vez mais irritado, com uma vontade ainda maior de vencer a corrida. De repente, ele faz uma manobra surpreendente e ultrapassa a minha moto, ziguezagueando pela pista, impedindo-me de me juntar a ele.

Determinado a alcançá-lo, decido arriscar. Desvio para o canteiro da pista, aproveitando qualquer espaço disponível para igualar nossas motos novamente. Tento me aproximar dele, sentindo a vibração da moto sob mim.

Cada movimento é calculado, cada curva é enfrentada com precisão. Estou focado, determinado a superá-lo e garantir a vitória. A competição torna-se uma batalha intensa, um duelo de habilidades e estratégias.

Estamos lado a lado novamente, lutando pela liderança da corrida. Cada curva, cada reta é uma oportunidade para ultrapassar e deixar meu adversário para trás. Meus olhos estão fixos na estrada à frente, enquanto minha mente trabalha em sincronia com a moto, buscando a estratégia perfeita para superá-lo.

Não vou desistir. Continuo acelerando, mantendo a determinação e a vontade de vencer. A corrida está longe de acabar, e eu estou disposto a dar o meu melhor para cruzar a linha de chegada em primeiro lugar.

Vejo de longe a minha de chegada, mas quando eu vou me ajeitar para acelerar mais, ele joga a moto para cima de mim. Para não cair, acabo apertando o freio, e ele acelera mais, passando em primeiro lugar na linha de chegada.

— Desgraçadoooooooo!!! Maldito.

Observo enquanto acelero minha moto, determinado a alcançar o segundo lugar. Mas, ao mesmo tempo, sei que ser o segundo colocado não traz consigo nenhuma recompensa na corrida. Não há troféus, nem prêmios em dinheiro. E, pior ainda, o segundo lugar muitas vezes é esquecido, perdido nas memórias dos espectadores.

Decido me aproximar da moto do piloto que usurpou o meu primeiro lugar,unha vontade é tirar o capacete e quebrar ele todo, ele foi pilantra, um covarde de ter roubado na corrida. Com a roda dianteira da minha moto, bato de leve na sua roda traseira. Ele vira o rosto para trás, mantendo o capacete no lugar. Ele levanta dois dedos para mim, encosta na testa e os retira rapidamente. É como se estivesse dizendo: "Até a próxima, otário".

Sorrio por debaixo do capacete, entendendo a mensagem. A competição é acirrada, mas há um senso de rivalidade entre nós, ele ganhou a batalha, mas não a guerra. Na próxima corrida, estaremos novamente lutando pela vitória, testando nossos limites e buscando a adrenalina que nos impulsiona. E por eu já saber que ele gosta de roubar, vou ficar mais esperto.

Eu me sinto um otário agora. Além de não ter ganhado por causa dele, não posso nem me defender. Não posso tirar o capacete, muito menos dizer alguma coisa. Ele recebe o dinheiro do prêmio e, sem dizer uma palavra, simplesmente desaparece do local.

A raiva ferve dentro de mim enquanto observo o piloto vitorioso partir com o prêmio que deveria ser meu. Sinto-me impotente, como se tivesse sido derrotado não apenas na corrida, mas também na batalha pela justiça. Não há espaço para argumentos ou defesas quando se está preso atrás de um capacete, escondido atrás de uma identidade secreta.

Mas, mesmo com toda essa frustração, eu me recuso a deixar que isso me abale completamente. Afinal, a verdadeira vitória está além de um troféu ou de um prêmio em dinheiro. Está na paixão que eu sinto pelas corridas, na emoção de acelerar minha moto, de desafiar meus limites. Essa é a verdadeira recompensa...

Eu quero enganar a quem? A mim mesmo? O que compensa é ganhar em primeiro lugar, e ser taxado como o piloto que não perde para ninguém, que ganha tudo, mas que drogä, quem é esse merdä desse piloto?

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Comments

Alessandra Mineiro

Alessandra Mineiro

Tenho certeza que o ganhador do racha é mulher e é a que ele atropelou e não quis ir ao hospital

2025-01-19

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Claudia

Claudia

se esse "piloto" era tão bom porque trapaceou?? que raiva!! detesto pessoas assim!!

2025-02-18

0

Simone Ferreira

Simone Ferreira

estou achando enteressante,pois deve ser Mary a moca que o delegado atropelou kkkkkk

2024-11-29

0

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