Alyna abria as pestanas lentamente, com seus olhos ainda embaçados, pôde ter o privilégio de acordar e ver a filha dormindo igual a um anjo na mesma cama que ela. Era como se essa imagem conseguisse aquecer o seu coração lhe mostrando que sempre foi mãe, não importa a distância e o tempo que passou sem entender o que era de fato sentir esse tal amor incondicional.
Alyna - Em que momento eu errei?
Ela leva a mão no rosto da filha e fica tirando os fios soltos dos cabelos que insistiam em esconder esse rostinho tão angelical.
Alyna - Eu nunca vou me perdoar por ter ido embora, mas se você me perdoou, isso é o suficiente para eu querer viver.
Falava em pensamentos.
Alyna - Eu te amo filha, sou capaz de morrer por você.
Uma lágrima solitária desliza para o lado do rosto umedecendo o travesseiro. Durante o carinho, Alyna sente uma dor na barriga, logo se levanta e entra no banheiro para checar se estava menstruada, mas não tava.
Alyna - Deve ser emocional.
Desde a adolescência, Alyna sofre bastante com os sintomas que aquele período do mês lhe trazia, muita cólica, dores nas pernas, quadris e muita irritação. Mas dessa vez era apenas uma dor emocional. Chateada, tira a camisola e abre a chuveiro para um banho.
Depois disso, pegou uma toalha e enrolou no corpo, escova os dentes na pia do lavabo e volta para o quarto que se encontrava semi-escuro, mas não queria atrapalhar o sono da filha e não acendeu nenhuma luz, muito menos a do abajur em cima da mesinha de cabeceira. A claridade que tinha, vinha das frestas da janela, que escapavam alguns raios solares passando das finas cortinas e pegando metade do quarto.
Alyna começou a mexer na mala a procura de uma roupa para vestir, estava planejando ir até a cidade para comprar alguns remédios na farmácia e talvez passaria no supermercado.
Ela colocou todos os sapatos no chão e abriu o armário de madeira que tinha no canto da parede e arrumou as roupas íntimas na gaveta para facilitar na hora que fosse trocar de roupa. Alyna vestiu uma calça jeans e uma camiseta, pegou uma jaqueta e separou do lado para vestir, já que estava uma manhã fria.
Manu - Mamãe?
Ela estava toda inclinada para frente calçando as botas de cano curto, olhou para filha e sorriu.
Alyna - Bom dia filha, eu te acordei?
Manu - Não...
A menina bocejou falando ao mesmo tempo.
Alyna - Que soninho gostoso, volte a dormir.
Manu - Para onde você vai mamãe? Vai embora?
A mãe franziu a testa incomodada com essa pergunta, não queria que a filha tivesse esse medo constante imaginando que a qualquer momento ela pudesse ir embora.
Alyna - Eu não vou embora filha, apenas eu irei à cidadezinha comprar algumas coisas que eu preciso na farmácia e no supermercado.
De imediato, Manu sentou na cama animada.
Manu - Posso ir com você?
Alyna - Ir comigo?
Manu - Sim, sim...
Alyna - Nossa filha, acho melhor não, seu pai pode ficar bravo.
Manu - Não vai, por favor mãezinha, me leva com você. Eu vou trocar de roupa.
Alyna - Espere Manu, eu...
A pequena desceu da cama e saiu do quarto correndo, entrando no dela que ficava ao lado.
Alyna - E agora, o que eu faço?
Impaciente, levou as mãos à cabeça, andou de um lado para o outro no quarto, pegou a bolsa e colocou no ombro, posteriormente saiu para a ala do corredor e olhou para última porta, era o quarto de Leonardo.
Ainda um pouco receosa de bater na porta dele para perguntar se poderia levar a Manu com ela, Alyna se aproximou e deu algumas batidinhas de leve na madeira.
A porta ao lado se abriu e Manu saiu do quarto toda pronta, porém como estava de tipóia no braço não desceu a vestido direito no corpo, ficando preso na calcinha, Alyna não se aguentou e deu risada em silêncio, só se ouvia sussurros das duas no corredor.
Alyna - Deixa eu ajeitar esse vestido sapequinha.
Ela baixou o vestido e sorriu novamente, depositando um beijo demorado na testa da filha.
Alyna - Vamos então, acho que o seu pai está dormindo pesadamente.
Manu - Obaa... vamos mãezinha linda.
Ela levou um dedo próximo a boca ainda se acabando de rir.
Alyna - Shhh... vamos!
Elas adentraram os outros cômodos e Alyna parou na sala olhando para todos os lados.
Alyna - Aonde o seu pai guarda as chaves dos carros?
Manu - Aqui.
A menina empurrou uma cadeira e escalou um armário de livros.
Alyna - Não, desça daí, eu pego!
Ela encontrou várias chaves em cima de uma bandeja de louça antiga e pegou a primeira chave que seus dedos tocaram.
Alyna - Vamos, meu amor!
Ela envolveu um braço na cintura da filha que ainda estava pendurada no armário e saiu com ela para o alpendre. O céu estava totalmente nublado e a névoa ainda cobria a serra no distante em uma imagem deslumbrante.
Chico - Bom dia, senhora!
O capataz veterano da fazenda se aproximou e tirou o chapéu da cabeça em uma forma de comprimento.
Alyna - Bom dia, seu Chico.
Ela põe a filha no chão e aperta um botão do controle da chave destravando as portas para saber qual era o carro.
Alyna - A caminhonete, vamos filha!
Manu correu na frente e abriu a porta, senhor Chico ajudou a menina, a subir e fechou a porta.
Alyna - Obrigada, seu Chico.
Chico - Disponha. (risos)
Ao entrar no carro, Alyna olhou para o lado e fez um gesto negativo ao presenciar a filha no banco da frente toda na pose.
Alyna - Nem pensar, vá para o seu lugar e coloque o cinto de segurança.
Manu - Oh mãezinha, deixa eu ir na frente?
Alyna - Não! Já para trás e sente-se na sua cadeirinha.
Manu - Tá bom.
Alyna - Passe o cinto!
Ela girou a chave no contato e ligou o carro, olhou pelo retrovisor dando ré, girou o volante e seguiu pela estrada de asfalto dentro da fazenda até a primeira porteira, passou e seguiu na estrada de barro que também era propriedade de Leonardo, quilômetros de terrenos aliás. Passaram na segunda porteira, e finalmente a caminhonete entrou na pista à caminho da cidade.
Alyna - Rumo a cidade, filha!
Gritou ao volante com alegria, Manu também gritou e levantou o braço que não estava machucado. Ela ligou a rádio e estava passando algumas músicas nostálgicas do passado.
Locutor - "É para amar e recordar".
🎵 Leonardo e Leonardo - Dor de amor não tem jeito.
A pequena Manu encostou o rosto no vidro da janela e ficou olhando a serra no distante. O céu estava com nuvens se formando e os pingos de chuva começaram a se chocar no parabrisa, Alyna olhou a filha pelo retrovisor e sorriu com a menina distraída olhando pela janela.
...
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 110
Comments
Ana Carolina Rafael
rafaaaa que saudades q estava de vc e suas histórias, amando o livro, aliás não tem como não gostar do q vc escreve neh kkkk.so quero ver o Léo bravo por causa desse passeio
2024-01-14
62
Imaculada Abreu
Nossa o Leonardo vai estressar
2024-04-27
0
Fatima Vieira
ela vai ter problema com ele
2024-04-01
0