Capítulo 14

Depois de passar um momento com a filha dentro da despensa, Leonardo conseguiu animar a pequena arteira e subiu com ela para o quarto. Trocou de roupa e pegou algumas coisas pessoais que levaria para a viagem, já que dona Rita fez todo o serviço chato de arrumação de malas.

Leo - Pronta?

Mesmo tristonha, Manu não queria magoar o pai.

Manu - Sim!

Ele desceu com ela para a sala, os convidados cotados para ir com eles no jatinho já haviam chegados. Felipe, Aninha, dona Inês e Bruna. Claro que também iria a governanta e a babá da Manu.

Leo - Boa tarde! Estão todos prontos?

Bruna - Sim, estamos todos aqui.

Leo - Ok, então vamos dividir as pessoas para ir nos carros até o hangar.

Bruna - Eu vou no carro que você for.

Felipe deu risada e ameaçou colocar a filha no chão, mas Aninha colou no seu pescoço e não queria descer de seus braços.

Felipe - Filha, vá brincar com a Manu.

Aninha - Não!

Inês - O que ela tem?

Felipe - Ela acordou hoje assim.

Manu também não estava lá uma simpatia de criança, logo agarrou a perna do pai e olhou para os demais com uma expressão estranha. Todos riram e saíram para a área externa, se dividindo nos carros.

Quando chegaram no hangar, o jatinho já estava preparado para o embarque de todos. Manu correu na frente, acompanhada de Aninha, que resolveu se enturmar.

Manu - Vamos apostar uma corrida até o avião do meu pai?

Aninha - Vamos!

Manu - No já, a gente corre.

Aninha - Ei, Manu?

Manu - O que foi?

A garota apontou para trás.

Aninha - Aquela não é a sua mãe?

Manu - Hã?

Ele vira para ver.

Manu - Mamãe!

Exclamou com alegria. Todos também viraram para olhar, Alyna estava tirando a mala do carro com a ajuda de um dos seguranças de Leonardo. Que não mediu esforços e a trouxe a tempo.

Inês - Você a convidou?

Ele não respondeu.

Alyna - Bom tarde a todos, desculpe a demora filha.

Manu - Mãezinha!

A pequena saiu correndo na direção da mãe, Alyna abriu os braços e abaixou um pouco para recebê-la com um abraço.

Manu - Você veio!

Alyna - Sim, meu amor!

Ela envolveu os braços em volta da filha e rodopiou com a menina. Leonardo apenas fez um gesto de positivo com a cabeça para que o segurança tirasse a mala dela e colocasse dentro do jatinho.

Felipe - Isso que eu chamo de chegada triunfal.

Bruna - Não achei nada de triunfal nisso, ela está indo de penetra.

Ao ouvir isso, Leonardo soltou a mão da Bruna e foi caminhando na frente.

Bruna - Ué, eu falei alguma coisa de errado?

Inês - Não querida, a errada dessa história toda não é você.

Ela olhou para a sobrinha e também saiu andando na frente. Alyna entrou com a filha e sentaram juntas em poltronas próximas. A viagem foi bem tranquila e agradável, quando chegaram no destino já era noite.

Já tinham carros os esperando, todos seguiram caminho direto para a fazenda, passaram pela cidadezinha e entraram na parte da estrada rural. Como estava noite não dava para ver muita coisa, Alyna olhava pela janela se recordando das poucas vezes que veio, sua memória ainda se mantinha fresca depois de anos.

Manu acabou adormecendo no colo da mãe, como a menina teria que ir junto com o pai, Bruna foi em outro carro. Leonardo que estava na frente no banco do passageiro, olhou de relance para trás, mas logo disfarçou e mirou na estrada à sua frente.

Leo - Como está indo a fazenda? Muitos perrengues para resolver, seu Chico?

Chico - Ah patrão, sempre tem, né?

Leonardo deu uma risadinha e ligou a rádio do carro para escutar músicas da região.

Alyna - A Manu está dormindo.

Ele baixou o volume, apoiou o braço na porta e levou a mão embaixo do queixo, enquanto olhava para fora da janela do carro. Ficou um silêncio depois que Alyna falou, ela ficou um tanto quanto sem jeito, pois entendeu que Leonardo ficava extremamente incomodado com a voz dela.

Seu Chico quebra o gelo.

- Me desculpe pela intromissão senhor, mas essa moça que está com a Manu, é a Alyna, sua esposa?

Leo - É, ex.

Ele foi curto e grosso já para não ter a segunda pergunta, senhor Chico entendeu perfeitamente e não comentou mais nada a respeito. Alyna fez uma de invisível, não se manifestou e nem se importou com a resposta atravessada dele.

Finalmente entram na primeira porteira e seguem na estrada de terra, já dentro das terras dos Olivari. Os mini postes espalhados ao longo do caminho clareavam a escuridão, assim como os faróis dos carros.

Alyna bocejou e ficou agradecida por chegar na fazenda, suas pernas estavam bastante doloridas e seu corpo um pouco mole, sem muita energia. De uns dias para cá, ela começou com esses cansaços mais que o normal, e estava começando incomodá-la.

A caminhonete onde Leonardo estava é o primeiro veículo a chegar, senhor Chico estacionou embaixo dos coqueiros.

Alyna - Graças a Deus!

Ela abre a porta e desce, Leonardo dá a volta e pega a filha nos braços e adentra o casarão da sede com ela.

Alyna - Como o senhor está?

Chico - Ótimo menina, e você? Nossa, quanto tem não a via.

Alyna - Eu tô legal.

Os outros carros chegam.

Chico - Vocês voltaram o relacionamento?

Alyna - Não, eu estou aqui por causa da Manu.

Chico - Eu entendo.

Dona Rita desce do carro e acena para Alyna.

Rita - Venha Alyna, vou lhe mostrar o seu quarto.

Curiosa aos detalhes e mudanças, Alyna olhou tudo em volta, a piscina com borda infinita perto do deck, um laguinho mais a frente com quiosque. Havia também mais duas casas para receber visitas e outra exclusiva para os funcionários.

Alyna - Nossa, mudou muita coisa desde a última vez que eu estive aqui.

Rita - Sim, não sei como era antes.

Alyna - Não tinha as casas das visitas.

Ela adentra o terraço que dava uma volta em toda a casa principal.

Rita - Você vai ficar aqui no casarão.

Alyna - Aqui? Eu pensei que ficaria em um dos quartos das casas das visitas.

Rita - Claro que não. (risos)

Ela olha os outros se distanciando indo se hospedar nas casas e fica surpresa por ficar na sede. Como estava bem cansada para um tour atualizado, Alyna apenas seguiu a dona Rita e entrou no quarto que ficaria esses dias.

...

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