Depois do almoço, todos foram descansar para ter disposição e curtir melhor o churrasco a noite, dona Inês levou a Aninha até o quarto da Manu.
Inês - Iae Manuela, você comeu a comida toda?
A menina estava sentada no batente da janela do quarto contemplando os pingos de chuva que caiam das folhas das árvores a cada balançar do vento.
Manu - Sim.
Aninha - Manu, vamos brincar?
Manu - Eu posso?
Ela virou para a tia e perguntou com um semblante triste.
Inês - Pode, vão brincar lá fora.
Manu - Cadê a minha mãe?
Inês - Sei lá cadê mãe de ninguém, agora deixa de conversa e vá brincar, antes que eu mude de idéia e te deixe trancada nesse quarto até a hora do aniversário do seu pai.
A tia já ia saindo, mas Manu pulou da janela e segurou a mão dela.
Manu - Titia?
A mulher parou e a olhou de cima com uma cara fechada.
Inês - O que foi dessa vez?
Manu - Cadê o meu potato?
Inês - E que raios é potato, menina?
Aninha levou as mãos à boca e deu risada.
Manu - É o meu ursinho.
Inês - Não sei, acho que joguei fora!
Quase que no mesmo segundo, Manu ficou com os olhos cheios de lágrimas, dona Inês abriu a porta e saiu. A menina olhou para a amiguinha amassando o mais forte possível os lábios um no outro, segurando o choro a todo custo.
Aninha - Não fica assim, Manu.
Muito triste com a notícia, que seu ursinho foi jogado no lixo, Manu volta a escalar a janela, senta-se e começa a chorar enquanto era acalentada pelo Aninha.
Manu - O meu ursinho, foi o papai que me deu.
Aninha - Você quer o meu emprestado?
Manu - Não, eu quero o potato.
Aninha - Vamos brincar lá fora?
Manu - Hã?
A pequena limpou o rosto com o antebraço e desceu da janela, abriu a porta e saiu para o corredor, mas antes, Manu levou a visão na porta do quarto da mãe, olhou para os lados e se aproximou.
Aninha - Onde você vai?
Manu - Shhh... Minha tia não pode saber.
Ela girou a maçaneta e empurrou a porta devagar, praticamente em câmera lenta para não fazer barulho e chamar atenção de dona Inês.
Aninha - Tá escuro, não tô vendo nada.
Manu - Shhh...
Ela encostou a porta e ficaram cochichando dentro do quadro semi-escuro, mas a pouca iluminação que saia das frestas da janela era o suficiente para enxergarem a cama onde Alyna estava deitada dormindo.
Aninha - A sua mãe está dormindo.
Manu - Mamãe?
Sussurrou ao se aproximar da cama e tocar o seu rosto.
Aninha - Ela não ouviu. (risos)
Sussurrou de volta.
Manu - Mamãe, acorda?
Alyna resmungou ameaçando acordar, mas não acordou. Aninha tocou nos pés de Alyna e os balançou devagar, enquanto Manu continuava chamando baixinho.
Manu - Mamãe?
Alyna - Hum...
Apenas agora, Alyna abriu os olhos mas não se levantou, continuou deitada toda enrolada no cobertor.
Alyna - Filha…
Manu - Você está doente?
Alyna - Não, eu só estou cansada.
Manu - Posso ficar cansada com você?
Alyna - Cansada comigo? (risos)
Manu - Sim, podemos dividir o cansaço.
Aninha, que estava debruçada no final da cama deu risada com o comentário, Alyna olhou na direção e sorriu também.
Alyna - Você está aqui também, Aninha?
Manu - Sim, eu convidei ela para entrar no seu quarto.
Alyna - Fez bem. Vocês almoçaram?
Aninha - Aham...
Respondeu um pouco tímida, com a mão na boca.
Manu - Sim, todo mundo.
A pequena Manu foi se envolvendo na cama até deitar totalmente, Alyna a envolve em seus braços e a enche de beijos no pescoço e rosto. Posteriormente, olhou para Aninha que continuava olhando a cena com um sorriso meigo nos olhos.
Alyna - Quer deitar junto com a gente, Aninha?
Um largo sorriso foi aberto, e a menina não pensou duas vezes, tirou os sapatos e subiu na cama.
Manu - Vem!
Ela foi engatinhando e deitou do lado direito de Alyna, as duas meninas deram risadas e a abraçaram uma de cada lado.
Alyna - Como vocês estão cheirosas.
Manu, abraçou ainda mais forte a mãe e ganhou outro beijo no rosto, Aninha também ganhou.
Aninha - Queria que você fosse a minha mãe.
Ao jogar essa bomba do nada, Aninha também abraçou forte Alyna, que ficou estática com o que acabou de ouvir. Demorou um tempo até a voz sair e ela conseguir formar uma frase. Como uma criança lhe diz isso, sendo que Alyna se considerava a pior das mães?
Alyna - O que disse?
Indagou com a voz embargada de choro, Aninha apenas sorriu como resposta.
Manu - É que a mãe dela viaja muito e não tem tempo para ficar com ela, né Aninha?
Aninha - É, não tem tempo.
Manu - Minha mamãe é a melhor mãe do mundo, de todo mundo!
Exclamou abrindo os braços no ar. Mas Alyna sabia que não era bem assim e sim ao contrário, se colocava como a pior mãe do mundo e isso não iria mudar na sua cabeça. A dor da culpa a corrói todos os dias, era uma sensação de morte ter esse sentimento dentro do peito lhe destruindo a alma .
Alyna - Vocês estudam juntas?
Ela lançou essa pergunta no intuito de mudar de assunto, não queria chorar suas dores na frente das crianças.
Manu - Sim, na mesma sala.
Alyna - Que legal, então vocês são melhores amigas?
Aninha - Sim.
Manu - Somos amiguinhas para sempre.
Alyna - Nunca deixem essa linda amizade morrer.
Batidas na porta.
Alyna - Pode entrar.
Dona Rita entra no quarto segurando o gatinho resgatado.
Manu - Olha, o gatinho!
A menina desceu da cama e o pegou no braço.
Rita - Eita que farra boa aqui, heim. (risos)
Alyna sentou na cama e se cobriu com o edredom, enquanto olhava as meninas disputando a atenção do pequeno animal.
Rita - O veterinário da fazenda examinou ele, aplicou algumas vacinas .
Aninha - Que fofinho!
Manu - Podermos ficar com ele mamãe?
Alyna franziu a testa e olhou para dona Rita, sem saber a resposta, já que não era a dona de nada e não tinha esse direito.
Rita - Peça ao seu pai, Manu! Tenho certeza que ele vai deixar.
Alyna - Isso, peça permissão para ele.
Rita - Você não vai almoçar, Alyna?
Ela sorria de lábios fechados olhando para as meninas.
Alyna - Estou sem fome, dona Rita.
- Mas você não comeu nada, menina.
Alyna - Eu como depois.
Rita - Você está bem?
Alyna - Aham, estou sim.
Rita - Hum...
Alyna - Vamos escolher um nome para ele?
Manu - Oba, vamos!
Rita - É um macho, então tem que ser nome masculino.
Aninha - Coloca costelinha.
Manu - Não, é nome de cachorro.
Dona Rita cruzou os braços e Alyna se levantou para abrir a janela no quarto, logo a claridade do dia e um vento fresco invadiu o ambiente.
Alyna - Sardinha!
As três levam a visão para Alyna.
Manu - Uau... que nome lindo.
Rita - Verdade, combinou com ele, melhor impossível.
Aninha - Sardinha… que nome engraçado! (risos)
A pequena Manu levantou o gatinho no ar.
Manu - Isso mesmo, você vai se chamar, Sardinha!
...
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Atualizado até capítulo 110
Comments
Deise Fachi
Ahhhh a manuzita não levou pro coração oque aquela cobra falou eu tô orando pra que ela conte logo para o pai pra aquele mula manca abrir os olhos com essa Inês bicho ruim essa mulher
2024-01-16
79
Anonymous
Que triste essa tia
2024-05-06
0
Imaculada Abreu
A Manuela não pode esconder do pai o que falsa tia fez
2024-04-27
0