Os três saíram do quarto e foram caminhando devagar, entraram no elevador e desceram para o primeiro andar do hospital, Manu segurava a todo momento a mão da mãe. E como sempre, não existia diálogo algum entre Leonardo e Alyna, ele caminhou na frente adentrando o estacionamento.
Alyna - Filha?
Ela parou no meio do estacionamento e se agachou, ficando mais ou menos da altura da pequena Manu.
Alyna - Vou ter que ir para o hotel agora.
Manu - Não, mãe...
Alyna - Escuta filha, quando você retornar às aulas do ano letivo, eu vou te buscar na escola para passarmos a tarde juntas, agora eu não posso ir para a casa do seu pai.
Manu - Por que?
Leonardo para um pouco na frente e permanece de costas olhando para o céu.
Alyna - Por que não se pode ir para um lugar que não se é convidado, me entenda por favor, filha.
Leo - Vamos Manu.
Ele apertou o mini controle e destravou as portas do carro, abriu a de trás e ficou esperando a filha terminar a despedida, mas a menina grudou no pescoço de Alyna.
Leo - Escuta, você pode ir junto com ela até a minha casa, até porque tenho que ter uma conversa franca a respeito do tempo que ficará com ela.
A grosseria dele a deixava muito mal, mas Alyna enfrentaria qualquer coisa para recuperar o tempo perdido com a filha, o sentimento de culpa a consumia como um vírus dominando o seu corpo, tinha que superar o erro para conseguir seguir a sua vida não se sentindo um lixo de mãe.
Alyna - Ok, vamos!
Ela segurou na mão da filha e entrou com ela no carro, também evitando de olhar nos olhos dele. Durante todo o trajeto até a mansão, Alyna procurou ficar longe do enquadramento do retrovisor, não queria sentir os olhos julgadores de Leonardo a encarando de uma forma tão dolorosa, o olhar dele lhe doía na alma.
Manu - Mamãe, olha!
A menina apontou para a janela, Alyna ergueu a cabeça e viu o muro da mansão pegando o quarteirão inteiro. Ela ficou impressionada com o tamanho, pois quando conheceu Leonardo, ele ainda estava na faculdade se preparando para assumir os negócios do seu finado pai, que faleceu há pouco mais de dois anos.
Os seguranças aparecem na portaria e abrem os portões da frente, Leonardo entrou com o carro e estacionou na garagem, que também tinha vários outros carros e algumas motos.
Leonardo - Chegamos!
Ele destrava o carro e solta o cinto, abre a porta e sai. Alyna ajuda a filha a descer e segura na mão dela, mais uma vez, Leonardo seguiu caminhando na frente e as duas atrás.
Rita - NÃO ACREDITO, A MINHA MENINA VOLTOU!
Exclamou de braços abertos, Manu se soltou da mão da mãe e saiu correndo pulando nos braços da governanta.
Alyna - Cuidado com o braço, filha.
Ela tentou impedi-la de correr daquele jeito, mas não teve jeito.
Manu - Olha Ritinha, a minha mãe!
A pequena apontou.
Leonardo parou próximo a governanta e disse algumas palavras em voz baixa para a mulher, olhou para trás com sua expressão fechada de sempre e esticou o braço para que a Manu segurasse a sua mão, com isso, caminhou com ela no vasto terreno de área verde.
Rita - Olá, tudo bem? Muito prazer, me chamo Rita, sou governanta da mansão.
Alyna - Estou bem sim, e a senhora? (risos)
Rita - Melhor agora na presença de uma moça tão linda.
Envergonhada com o elogio, Alyna corou as maçãs do rosto e mirou nas árvores.
Alyna - Obrigada, gentileza sua.
Rita - Sou sincera, minha filha! (risos)
Alyna - Eu... eu sou a...
Rita - A mãe da minha menina.
Alyna - Uhum.
Rita - O Leo me falou, fique a vontade, filha!
A simpática senhora passou o braço no braço esquerdo de Alyna e caminhou junto com ela mostrando cada detalhe do lugar. Um som de queda d'água aguça a audição da visitante que logo projeta sua visão mais a frente, simplesmente a mansão tinha uma fonte com peixinhos coloridos nadando no laguinho.
Manu - Olha mamãe!
Gritou.
Alyna - Estou vendo, filha, lindo demais! (risos)
A pequena virou apenas para dizer que tinha uma fonte em casa, dona Rita deu uma gargalhada alta com a cena.
Rita - Como a minha pequena está feliz.
Alyna olhou para a mulher e sorriu de lábios fechados. Continuaram o trajeto, passaram pela a piscina e entraram na casa.
Inês - Bem vinda! 🎈🎉
Mal entraram na sala e Manu já foi recebida com uma festinha surpresa de boas vindas, com direito a balões, bolo e salgadinhos. Bruna também estava lá e desmanchou o sorriso ao ver Alyna, que adentrava no ambiente com um olhar curioso. Estavam presentes também a babá e os outros funcionários da casa.
Manu - Aninha!
Estava também o Felipe, melhor amigo de Leonardo, que estava acompanhado da filha, Aninha, uma garotinha da mesma idade da Manu.
A menina correu para abraçar Felipe e a amiguinha.
Felipe - Oi pirralha, que bom que está de volta!
Manu - Olha, a minha mãe!
Aninha - Você tem mãe?
Manu - Sim, é aquela ali. Mamãe?
Alyna - Oi.
Manu - Diz que é minha mãe para eles acreditarem.
Todos sorriram, exceto a dona Inês e o Leonardo.
Alyna - Gente, eu sou a mãe da Manu! Prazer em conhecer todos vocês.
Os funcionários a cumprimentam de longe com um aceno de mão. Felipe sorriu simpático e olhou para o Leonardo, que deu um selinho na Bruna e saiu do ambiente, subindo os degraus da escada.
Leo - Volto já.
Bruna - Eu vou com você.
Ela o seguiu.
Inês - Você veio.
Alyna - É.
Inês - Você não vai embora amanhã?
Alyna - Mudei de idéia.
Inês - Por que?
Alyna - Tia, isso é... Quer dizer, Inês, isso é um interrogatório? Pois não estou afim de responder nenhuma pergunta sua.
A tia sorriu.
Inês - Já tá mostrando as garras, né?
Alyna - Hã? Não estou mostrando nada, aliás, estou até sendo calma demais.
Inês - Sei... estou de olho em você.
Alyna - De olho em mim porque? Não sou nenhuma criminosa.
Nesse momento, Manu arrastou o Felipe até onde sua mãe estava, Inês balançou a cabeça e saiu de perto, se aproximou da mesa e pegou alguns salgadinhos.
Felipe - Oi, tudo bem?
Alyna - Tudo, e você?
Felipe - Ótimo, é...
Manu - É minha mãe, tio.
Ele sorriu novamente.
Eles se cumprimentaram com beijo em cada lado do rosto, Leonardo estava descendo a escada bem na hora e viu, porém não demonstrou se importar.
Rita - Venha comer, Alyna, venha Manu!
Felipe ficou olhando sem conseguir ao menos disfarçar seu encantamento, ao ver o amigo se aproximando, pigarreia e pega um copo qualquer na mesa, tomando um gole de refrigerante para se conter.
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Atualizado até capítulo 110
Comments
Aline 🎀
Alyna ganhou meu respeito. No início fiquei meio desgostosa com sua atitude de ter abandonado a filha e o marido, mais sem julgamentos, pois ela deve ter tido um motivo pra isso. Imaginar como ela viveu todos esses anos, o quanto se culpa e o quanto sente-se amargurada com isso é de doer a alma. Ela está enfrentando tudo e todos . Está sofrendo as maiores humilhações e as maiores grosserias tudo pela filha, isso demonstra que ela ama sim a filha e está muito arrependida por ter deixado ela pra trás e partido.💔🥺
2024-01-16
62
Anonymous
Vai ter ciúme
2024-05-03
0
Imaculada Abreu
Autora quero saber o que aconteceu com ela depois do casamento.
2024-04-27
0