Passaram alguns dias desde que Alyna regressou para o Brasil, mas antes de seguir para o destino final, resolveu alguns problemas pendentes numa cidade vizinha, posteriormente pegou o avião direto para São Paulo. Sua chegada caiu exatamente no dia 31 de dezembro. Pegou suas malas e saiu do aeroporto à procura de um táxi. Durante o trajeto até o hotel dava para se ouvir os fogos ao longe iluminando o céu.
Taxista - Feliz ano novo madame.
Ela não escutou bem e levou a visão para frente, fitando os olhos do taxista pelo reflexo do retrovisor.
Alyna - Perdão, o que o senhor disse?
Ele sorriu bem simpático.
taxista - Estou lhe desejando um feliz ano novo, já passou da meia noite.
Alyna - Ah, sim, verdade! (risos) Um feliz ano novo para o senhor também, muita saúde.
Taxista - Para todos nós.
Ela voltou a olhar além da janela a comemoração das pessoas em suas sacadas com as famílias, isso lhe doeu por dentro. Mas continuou como uma telespectadora do mundo real, assistindo as pessoas felizes de dentro do carro.
Minutos depois...
Taxista - Chegamos, moça!
Ela já iria abrir a porta, mas voltou a visão para o homem.
Alyna - Pode me esperar alguns minutos? Eu preciso ir ao hospital e não quero pegar outro taxista a essa hora da noite, eu prometo que pago o triplo.
Taxista - Claro, com todo prazer!
Ela deu meio sorriso de canto de boca e saiu do carro, o motorista também, ele ajudou a tirar as malas de dentro do maleiro e entrou com elas até a recepção do hotel.
Depois de resolver a parte burocrática, Alyna conseguiu um quarto e subiu para guardar as malas, trocou rapidamente de roupa e desceu, entrando no táxi novamente, agora a caminho do hospital.
...
No hospital...
Leonardo estava olhando pela janela no quarto a comemoração ao longe.
Manu - Hum...
Um resmungo o faz virar e olhar para a pequena Manu, que estava abrindo os olhos lentamente. Sim, o médico a tirou do coma induzido e Leonardo estava esperando ansiosamente que a filha acordasse desse sono profundo que se encontrava há dias.
Leo - Filha?
Ele se aproximou e sentou ao lado, a pequena já estava sem o aparelho de respiração, apenas os bips do cardio continuavam o tirando do sério.
Manu - Tô com sono.
A voz doce saiu faquinha, Leonardo a beijou na testa e passou as mãos nos cabelos os colocando para trás com todo carinho do mundo.
Leo - Você está com sono, meu amor? Eu quero te ver acordada.
Manu - Papai, eu caí... não me coloca de castigo.
Leo - Shhh... eu não vou colocá-la de castigo, não por isso.
A menina virou devagar o rostinho para o lado tentando se familiarizar do local de onde estava, se lembrando que era um quarto de hospital.
Leo - Que susto que você me deu sua sapequinha.
Manu - Tá doendo.
Leo - O que? A cabeça?
Indagou, preocupado.
Manu - Meu bracinho.
Ela tentou erguê-lo e o viu enfaixado.
Leo - Não se mova tanto, você fez uma cirurgia e vai melhorar.
Nesse momento a enfermeira entrou e ficou alegre ao ver a paciente acordada, injetou os medicamentos e ficou um pouco conversando com a pequena, que se animou um com as histórias de princesa que a profissional começou a contar.
Leonardo aproveitou que a enfermeira estava com a filha para sair um pouco do quarto e fazer algumas ligações para amigos e alguns parentes distantes, desejou feliz ano novo para todos e contou que a Manu tinha acordado finalmente. Depois, ligou para a dona Inês para contar a novidade, a senhora praticamente deu um grito de felicidade do outro lado da linha.
Ele aproveitou e foi no refeitório comer alguma coisa, tinha apenas sanduíches naturais de atum e suco de laranja, sem opções no momento, Leonardo comprou e sentou numa mesa afastada de frente para a televisão que estava mostrando o show da virada nas principais cidades do país.
...
Alyna chegou no hospital e foi direto na recepção, disse o seu nome e para sua surpresa, a paciente Manuela Olivari estava com a ficha médica completa com os dados, o nome da mãe continuava lá, isso encheu seu coração, pois por essa ela não esperava.
Com isso, sua entrada foi imediata, nem precisou acionar o pai da criança para liberar. Alyna subiu no elevador extremamente tensa, suas mãos estavam trêmulas e suadas, para falar a verdade, estava quase desmaiando de tanto nervosismo.
Quando chegou no andar indicado as portas se abriram e Alyna fechou os olhos e suspirou profundamente, adentrou o corredor e caminhou a procura da porta que a filha estava.
Alyna - Ai, Deus!
Ela para de frente e segura a maçaneta e gira abrindo a porta. A enfermeira olha na direção pensando ser o Leonardo, mas não é, a Manu que estava assistindo televisão também mira na linda mulher.
Enfermeira - Olá, boa noite!
Alyna - Oi, é... boa noite.
Ela entra toda atrapalhada sem saber o que falar ou fazer, apenas olhou para a filha com os olhos embargados de emoção.
Enfermeira - A senhora é alguma coisa da paciente?
Alyna - Aham...
Manu deu uma risadinha achando engraçado a maneira que a mulher a olhava sem ao menos piscar.
Enfermeira - Bom, creio que seja mesmo, com licença!
Ela se levantou e saiu do quarto.
Manu - Você é bonita.
Alyna sorriu e com esse gesto facial, não conseguiu segurar as lágrimas.
- Você que é linda, uma princesa.
Manu - Você acha?
Alyna - Aham...acho sim.
Manu - Eu caí da tirolesa.
A mãe se aproxima e toca de leve na faixa que estava na cabeça da pequena, parecia querer curar só no toque.
Alyna - Você logo logo estará boa. (chorando)
Manu - E eu vou poder andar novamente de tirolesa?
Alyna - Acho que não.
Ela sorriu ao mesmo tempo que chorava.
Manu - Você quer ser a minha amiga?
Alyna - O que você quiser...
Ela projetou todo o corpo para frente dando um beijo carinhoso, repleto de amor na bochecha da filha. Contudo, a porta foi aberta e Leonardo encarou a cena quase que petrificado.
Manu - Olha, o meu papai!
Ela ergueu o rosto para trás e o viu a olhando meio estranho, por um momento nenhum dos dois tiveram reação nenhuma de fala. Alyna apenas recusou escorando as costas na parede, desviou o olhar para o chão com um certo receio da reação de Leonardo, que permaneceu estático.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 110
Baixar agora
Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Comments
Giorgia
Alienação Parental é Crime, portanto, se ela quer se aproximar da filha, deve ser respeitado o Direito de Ambas, afinal, ela não é uma criminosa, apenas agiu como milhares de pais, homens, que depois são, pelas leitoras, perdoados... Ela, partiu e sua partida , até agora, não foi completamente explicada, a não ser pelo fato de que queria fazer carreira e, para isso, teve que abandonar o marido e filha, que desde então, foi muitíssimo bem cuidada pelo pai, ela não a abandonou numa instituição, sem família, deixou com o pai e seguiu seu caminho profissional... O porquê disto, ainda vamos realmente entender, eu nãoo faria, mas não serei pré- conceituosa, apenas pir ser a mulher, mãe, que partiu, abandonou, pois se podemos perdiar pais, também podemos a perdoar, aliás, no quê concerne ao casal, é a mesma coisa, e ex-mulheres podem perdoar maridos que as abandonam, porquê ele não a pode perdoar???...
2024-02-13
35
Bete Oliveira Rodrigues
minha mãe abandonou 6 filhas tdas muito pequenas ainda a mais nova tinha meses ainda, foi muito difícil p meu pai e complicado para ele cuidar de nós sozinho , mas enfim vencemos... meu pai nunca nos ensinou a odiar a nossa mãe pelo contrário sempre dizia q tinha q perdoar ela , por fim ela morreu de câncer e nós ajudamos em tdo q ela precisou, mas infelizmente eles dois nunca conseguiram ser felizes com ninguém ninguém ao lado deles , acho q no fundo eles eram muito apaixonados um pelo outro mas infelizmente nunca deram certo como marido e mulher! 😔
2024-03-27
0
Imaculada Abreu
Não acredito que ele vai proibir ela de ver a filha
2024-04-27
0