Capítulo 10

A festinha surpresa saiu como o esperado, Manu adorou e brincou bastante com a Aninha no parquinho. Como não podia fazer muito esforço, Alyna sentou na grama com as duas e começou a contar uma história de conto de fadas.

- Oi, posso me juntar a vocês?

Alyna - Claro! Você é a?

- Sou a babá da Manu, senhora!

Alyna - Ah sim, muito prazer.

- Paty!

Alyna - Lindo nome.

Paty - Obrigada, senhora. (risos)

Manu - Mamãe, mamãe...

Alyna - Oi, filha?

Manu - Continua a história da princesa da maçã.

Aninha - A Branca de Neve, Manu.

Manu - É, a da maçã.

A mãe sorriu e fez positivo com a cabeça.

Alyna - Então, continuando...

Mais a frente, Leonardo estava sentado numa mesa conversando com Felipe, e Inês perto da piscina conversando com a Bruna, ambos sorriam e compartilhavam uma revista de noivas.

Inês - Esse vestido está lindo.

Bruna - Eu gostei mais desse.

Ela passou algumas páginas e mostrou o modelo que achou bonito. Leonardo não tirava os olhos do parquinho, Felipe percebeu e sorriu.

Leo - O que?

Felipe - Nada, eu não disse absolutamente nada, meu amigo. (risos)

Leo - Hum...

Ele verificou a hora no relógio e bufou.

Felipe - Tem hora marcada para sair?

Leo - Não.

Ficou um silêncio entre os dois, mas Felipe não se aguentou e resolveu falar o que pensa.

Felipe - Então essa é a mulher que você odeia?

Leo - Ah... Então era isso que você estava hesitando me perguntar?

Felipe - Pois é, para você ver, não consegui me segurar.

Leo - Não vejo a hora dessa mulher ir embora.

Felipe - Hum... será mesmo? Cara, essa mulher é muito gata.

Leo - Por mais que eu não goste dela, ela é a mãe da minha filha, então tenha mais respeito.

Felipe - Tá, tá... entendi. (risos)

O amigo mirou para a piscina.

Felipe - Você ainda é casado com a Alyna no papel, certo?

Leonardo apenas amassou os lábios e bufou como resposta.

Felipe - Então quem deve respeito nessa história toda é você, não tem nada a ver trazer a Bruna para a sua casa.

Leo - Ah, faça-me um favor, não tenho mais nada com a Alyna.

Ele voltou a olhar na direção e tomou um gole de whisky.

Leo - Ela que saiu de casa e deixou a família, a sem vergonha nessa história toda é ela.

Ele bateu o copo na mesa e se levantou emburrado.

Alyna virou o rosto na direção de Leonardo que se aproximou da piscina e estendeu o braço para Bruna, que segurou na sua mão, trocaram alguns selinhos e entraram na casa. Nisso, as horas foram se passando, dona Rita anunciou o almoço e todos foram para a mesa, menos os dois que continuavam no quarto.

Alyna perdeu totalmente a fome, mas ajudou a filha a comer, posteriormente subiu com a menina para conhecer o seu quartinho e ficou com ela até que dormisse de cansaço. Felipe foi embora com a filha e Inês também foi para casa.

Já era finalzinho da tarde quando Manu dormiu, depois de relutar com medo da mãe ir embora, Alyna cobriu a filha e saiu do quarto. Bruna também saiu naquele exato momento do quarto de Leonardo, seus olhos se cruzam no corredor.

Bruna - E a Manu?

Alyna - Ela dormiu.

Bruna - Hum...

As duas caminham pelo corredor da ala dos quartos, Bruna um pouco mais atrás mexendo dentro da bolsa.

Bruna - Queria me despedir dela, acho que ficará para a próxima.

Elas descem a escada.

Bruna - Já vai embora?

Alyna - Sim.

Bruna - Quer uma carona?

Alyna - Não obrigada, eu vou pedir um táxi.

Elas seguem e saem da casa para a área externa, Bruna vai para garagem, pega o seu carro e vai embora. Alyna caminha pelo vasto terreno da mansão e senta-se numa pedra do laguinho da fonte, tira o celular do bolso e pede um táxi. Contudo, dona Rita descia correndo o caminho da estradinha que dava onde ela estava.

Rita - Que bom que encontrei você, filha.

Alyna - Aconteceu alguma coisa com a Manu?

Rita - Não, o Leo está querendo falar com você, menina.

Alyna - O que? Eu já estou indo embora, pedi até um carro.

Rita - Não sei, ele está lhe esperando no escritório.

Alyna suspirou em derrota e levantou-se, retornando para casa.

...

Leonardo estava sentado na cadeira próximo a mesa e olhava para o porta retrato da filha, sua concentração é quebrada por batidas fracas na porta, como ele já sabia de quem se tratava, levantou e abriu a porta.

Alyna - Você quer falar comigo?

Leo - Sim, entre!

Ele abriu mais a porta para que ela pudesse entrar, Alyna andou até o meio do escritório e parou.

Leo - Sente-se!

Alyna - Não, estou bem aqui.

Leo - Ótimo então, você que sabe.

Demonstrou desdém e sentou novamente dando meio giro na cadeira.

Alyna - E então?

Leo - Pretende ficar quanto tempo no Brasil?

Ela pensou um pouco antes de responder.

Alyna - Três meses.

Leo - Onde está hospedada?

Ela disse o nome do hotel e ele ficou encarando-a, pois era um de seus hotéis e Alyna desligada que era nem percebeu, Leonardo também não comentou nada e prosseguiu com a conversa.

Leo - Não vou me impor em relação a sua convivência com a minha filha, porém você não poderá sair com ela da mansão. Vou estabelecer algumas regras.

Ela ficou calada escutando, estava cansada demais para brigar.

Leo - Quando a Manu chegar da escola você poderá vir ficar com ela até o final da tarde, depois você volta para o seu hotel, não quero chegar do trabalho e te encontrar aqui.

As lágrimas silenciosas começaram a escorrer dos olhos dela, mas Leonardo não viu, ele mirou em outro lugar do escritório apenas para não ter um contato visual direto com ela.

Leo - Para facilitar, meu motorista vai te buscar todos os dias no horário. No sábado e domingo eu não quero que você venha. Está de acordo nessa parte?

Ele permaneceu olhando para qualquer lugar do escritório menos pra ela.

Alyna - Sim.

A voz saiu quase inaudível, mas ele escutou e ficou satisfeito com a resposta.

Leo - Outra coisa, eu vou entrar em contato com o meu advogado para agilizar as documentações necessárias para o divórcio.

Alyna - Certo.

Ela fechou os olhos sentindo-se um pouco tonta, como não tinha se alimentado direito pensou que teria que comer qualquer coisa no hotel antes de dormir.

Leo - Era só isso, pode ir.

Alyna nem se despediu, apenas abriu a porta e saiu, o carro e o motorista particular de Leonardo já estavam esperando-a na área externa. Ele, por sua vez, continuou sentado na cadeira com os olhos cheios de lágrimas, seu orgulho ferido jamais permitiria que a ouvisse e perdoasse.

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