Leo - Você veio…
Ela nem sabia o que dizer, por um momento apenas ficou calada sem jeito. Manu, continuava sem entender muita coisa do comportamento dos dois, então só ignorou e pegou o controle mudando de canal.
Alyna - Eu recebi uma mensagem da minha tia contando o ocorrido, então...
Ele olhou para a filha entretida no desenho animado.
Leo - Venha comigo, aqui no corredor.
Ela fez positivo com a cabeça e o seguiu, entretanto, mal fechou a porta e Leonardo segurou firme no seu braço, a pressionando contra a parede daquela ala dos quartos.
Leo - Vamos esclarecer algo muito importante aqui.
Ele aproximou o rosto bem perto do dela.
Leo - Eu não te chamei aqui porque quero você por perto, isso está fora de cogitação.
Alyna - Eu nunca pensei que esse fosse o motivo.
Leo - Minha filha quase morreu num acidente e eu apenas estou realizando o desejo dela, que é conhecer você.
Alyna - Eu...
Leo - Shhh... deixa eu terminar, não suporto nem ouvir a sua voz, quanto mais ter um diálogo prazeroso com você.
Ela fechou os olhos por poucos segundos engolindo a seco a grosseria.
Leo - Faça a sua parte ao menos uma vez na vida, seja mãe dela até a minha filha se recuperar totalmente, depois você pode voltar para o seu sonho de adolescente, não era uma pianista famosa que você queria ser? Conseguiu, né?
Ele se encontrava com tanta raiva que os dentes estavam trincados ao falar.
Leo - Eu vou entrar nesse quarto e vou te apresentar como mãe dela, você apenas terá que fingir que gosta dela.
Alyna - Fingir?
Leo - Sim!
Ele sorriu ironicamente e continuou encarando-a com uma expressão debochada.
Leo - Sei que será uma tarefa difícil, pois você é incapaz de amar alguém, é uma egoísta que só pensa no próprio umbigo.
Alyna - Eu não...
Leo - Ei, o que eu falei para você? Eu não preciso ouvir a sua voz quando estiver perto de mim.
Se sentindo humilhada, Alyna dá um sopapo com o corpo, conseguindo se soltar dos domínios dele.
Alyna - O que deu em você, Leonardo? Não estou te reconhecendo, parece um monstro, um ogro. (chorando)
Leo - A vida me fez ficar assim, gostou? Aquele otário apaixonado que você conheceu no passado morreu, não existe mais.
Ele enche o peito de ar e dá alguns passos no corredor, para e solta o ar de dentro de seus pulmões, procurando a melhor maneira de se sentir mais aliviado com tudo que estava acontecendo.
Alyna - Eu queria conversar com você, explicar meus motivos, eu sei que não tem justificativa, mas...
Leo - Não quero saber nada de você, seja apenas mãe da Manu por esse curto período de tempo, até ela se recuperar.
Alyna - Mas eu queria te pedir perdão.
Leo - Não te perdoo, quero você distante de mim.
Ele continuou de costas para ela.
Leo - O trato é esse, se você aceitar vai tá ajudando a minha filha.
O silêncio predominou no corredor, até a moça da limpeza sair do elevador de serviço empurrando um carrinho com produtos. Leonardo se aproximou da porta e segurou a maçaneta.
Leo - Vamos entrar.
Ela fez positivo e Leonardo abriu a porta do quarto.
Manu - Você gosta de desenho animado?
Ela olhou para a mãe.
Alyna - Uhum...
Ainda magoada com a conversa que teve no corredor, Alyna não conseguiu segurar as lágrimas.
Manu - Por que você está chorando?
Alyna - Nada não, minha querida, foi um cisco que caiu nos meus olhos.
Manu - Pensei que você tinha caído igual a mim.
Alyna - Não, não.
Leonardo ficou afastado prestando atenção na conversa, depois se aproximou da filha e sentou na poltrona, Alyna se afastou e cruzou os braços na frente do corpo.
Leo - Filha, tenho algo muito importante para lhe dizer.
A pequena bocejou e o olhou.
Leo - Lembra do pedido que você me fez?
A menina ficou pensativa, mas não soube responder de imediato.
Leo - Você está esquecida, meu amor?
Carinhoso, a beijou na testa.
Manu - Da minha mamãe?
Leo - Isso!
Manu - Eu tenho uma mamãe igual as minhas amiguinhas?
Ele virou um pouco o rosto para o lado, apenas para ver de relance a reação de Alyna, que permanecia de cabeça baixa sentindo-se envergonhada por ser a pior mãe do mundo.
Leo - O nome da sua mãe é Alyna.
Ele levanta-se e aponta na direção, porém sequer a olhou. No primeiro momento, Manu ficou assustada e surpresa, chorou e tentou descer da cama, mas Alyna foi mais rápido e se aproximou lhe dando uma abraço caloroso totalmente debruçada na filha.
Nenhuma das duas falaram muita coisa, apenas se olhavam e se abraçavam, Alyna chorava muito e foi difícil controlar toda a emoção na frente da menina.
Como Manu era uma criança, não entendia porque a mãe só apareceu agora, perguntou algumas coisas a respeito, mas Leonardo contornava a situação, não queria explicar o real motivo, a filha ainda não tinha maturidade para compreender.
Manu - Você é linda, mamãe.
A menina disse quase dormindo, na realidade, Manu estava com receio de dormir e ao amanhecer não encontrar mais a mãe por perto. Relutou o quanto pôde, mas os vestígios da sedação ainda faziam efeito no seu corpo.
Alyna - Ela dormiu.
Falou sussurrando.
Leonardo - Pode ir para o seu hotel, vou ficar o restante da madrugada com ela.
Alyna - Eu posso ficar também, não tem problema.
Ele não respondeu, sentou no sofá e tirou os sapatos para deitar. Alyna ficou na poltrona ao lado da cama que também era muito confortável. Leonardo deitou e ficou um tempo olhando o teto do quarto esperando o sono o arrebatar. Demorou um pouco até suas pestanas começarem a pesar e adormecer.
Alyna fazia carinho nos cabelos da filha, parecia que queria gravar cada traço da fisionomia do rosto da Manu.
- Tão angelical, muito linda você, filha.
Ela falou em pensamentos e projetou o corpo para frente, apoiando a cabeça perto do ombro da filha. Daquela distância, Alyna conseguia escutar os batimentos cardíacos e o ressonar baixinho da Manu.
Alyna - Perdão, filha! Eu nunca irei me perdoar por ter ido embora.
As lágrimas escorrem pelo rosto, Alyna fecha os olhos.
Alyna - Perdão!
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 110
Comments
Fátima Ramos
A menina coitadinha, era o que mais queria era conhecer a mãe,, todas as crianças precisam do amor maternal
2024-11-28
1
Flor De Liz Soares Souza
aí meu coração se partiu agora💔
2024-11-29
0
mara souza
Claro a criança foi abandonado qdo tinha 3 meses.
Como que um pai explica pra filha que ela dói abandonada pela mãe, pq a mãe tinha um sonho de juventude?
Não tem como explicar a rejeição, era mais fácil dizer que ela morreu.
2024-12-06
1