Capítulo 11

No caminho de volta para o hotel, Alyna estava se sentindo um lixo por se submeter às provações de Leonardo. Como por exemplo, limitar as visitas à menina, somente nos dias e horários estipulados por ele, tendo que ficar calada para se manter perto da Manu.

Alyna - Aaah...

Ela tenta segurar a sua revolta dentro do carro engolindo todo aquele grito que estava alojado dentro de seu peito. O motorista para no sinal e fica olhando fixamente para frente, Alyna também olha para frente fechando o máximo possível os punhos, concentrando toda a sua raiva ali. Estica as pernas e bufa segurando as lágrimas.

Motorista - Algum problema, senhora?

Ela olha novamente para frente mirando o retrovisor, percebendo que o motorista estava prestando atenção a todos os seus movimentos.

Alyna - Não, eu...

Ela se cala, vira o rosto novamente olhando além da janela algumas casas noturnas bastante movimentadas. Seus pensamentos voam e Alyna tem uma ideia do nada.

Alyna - Você sabe se tem alguma loja de roupas femininas aberta?

Motorista - A senhora não vai mais para o hotel?

Ainda apertando os punhos com toda força, Alyna respondeu.

Alyna - Não, mudei de rota.

Motorista - Hum, sim, tem uma loja aqui perto.

Alyna - Me leve lá.

Motorista - Perfeitamente.

Ele gira o volante e entra numa rua, parando em frente a tal loja. Alyna abre a porta do carro e sai, posteriormente entrando na loja. Vinte minutos depois, saiu vestida com um vestido preto colado no corpo, marcando suas curvas e uma sandália de tiras finas de salto alto e pedrarias. O motorista arregalou os olhos com tamanha beleza, Alyna abriu a porta e jogou suas roupas casuais no banco de trás e entrou no carro.

Motorista - Pa...para onde, senhora?

O homem chegou a gaguejar com a pergunta.

Alyna - Dê a volta, eu vi uma casa noturna ali.

O homem seguiu as ordens e a deixou em frente ao local solicitado. Ele ainda continuou parado, observando-a entrar e tirou o celular do bolso fazendo uma ligação para o patrão.

Leo 📱- Oi.

A voz saiu um pouco rouca, parecia que ele já estava deitado se entregando ao sono.

Motorista 📱- Senhor, a senhora Alyna não foi para o hotel.

Leo 📱- Onde você a deixou?

O homem mirou no letreiro iluminado mais a frente e disse o nome, Leonardo quase que deu um pulo da cama.

Leo 📱- Que raios ela foi fazer aí?

Motorista 📱- Acho que se divertir senhor, é uma jovem e...

Leo 📱- Não estou pedindo a sua opinião seu imbecil.

Ele finalizou a ligação e caminhou até a varanda se escorando no parapeito da sacada, mirando as luzes que iluminavam o jardim e a fonte do laguinho dos peixes.

Leo - Essa irresponsável não mudou nada, continua a mesma avulsa de sempre.

Agora, ele mirou no céu azul estrelado sentindo aquele vento da noite acariciar o seu rosto. Ficou um tempo ali e entrou novamente no quarto, posteriormente no closet para trocar de roupa e sair.

...

Na casa noturna, estava tendo uma atração típica brasileira, mas era mais comum no nordeste, conversando com o barman, Alyna descobriu que o dono era nordestino e gostava de forró eletrônico.

Alyna - Legal. (risos)

Ela olhou tudo em volta e pediu mais um drink de margarita e saiu com a taça na mão adentrando o salão onde o show estava acontecendo. Alyna começou a dançar sozinha e tomar a bebida e se aproximou do palco acompanhado os passos dos dançarinos.

Alyna - É isso aí.

Primeira vez que sua ficha caiu que estava de volta ao Brasil.

- Alyna?

Em meio ao som alto, Alyna escuta alguém chamar o seu nome, ao virar para trás dá de cara com uma amiga da época de escola e arregala os olhos surpresa.

Alyna - Não é possível, Giovana?

- Sim, sou eu!

Elas se abraçam emocionadas com o reencontro.

Alyna - Meu Deus, há quanto tempo.

Giovana - Verdade, como estão as coisas?

Elas se afastam para se olhar, em seguida se abraçam novamente.

Giovana - Você está linda!

Alyna - Você também.

Giovana - Está com o marido?

A amiga olhou para os lados à procura.

Alyna - Não, não estamos mais juntos já fazem seis anos.

Giovana - Sério? Nossa, eu não sabia, perdemos contato e você não tem redes sociais.

Alyna - Não! (risos)

Ela voltou a dançar e a tomar a margarita, Giovana também acompanhou os passos. Nesse momento, Leonardo entrava no lugar calmamente olhando tudo em sua volta e seguia para o bar, onde pediu uma bebida forte. Mira dessa vez para o salão e mapea Alyna dançando e conversando com outra garota. Ele vira o copo e toma o restante da bebida em um só gole.

Leo - Outro!

Ele pegou o copo e começou a andar pela casa noturna, não era novidade para ele as mulheres o encarando e tentando chegar perto, mas Leonardo desviou todas as investidas para uma dança de corpos colocados e continuou contornando o ambiente.

Um dos dançarinos desceu do palco e puxou Alyna para uma dança, um pouco alterada pelas três taças de margarita, ela encarou o desafio e dançou com o rapaz.

Geovana - Uhuuuuuu... arrasa, amiga! Vou pegar mais bebidas.

Alyna apenas sorriu, enquanto era levada pelos movimentos do parceiro de dança no meio do salão. Era um ritmo que ela não conhecia, mas era diferente e soube desenrolar muito bem.

A noite foi bem divertida, as meninas saíram da balada quase quatro da manhã, as duas pegaram um táxi e foram direto para o hotel que Alyna estava hospedada. Como ambas se encontram demasiadamente alteradas, caíram na cama do jeito que estavam e dormiram.

A música ainda ecoava no subconsciente de Alyna que até sonhou ainda no lugar. O dia amanheceu e as duas só foram acordar quase às onze da manhã, com uma ressaca horrível.

Geovana - Ai, minha cabeça!

Alyna correu para o banheiro e vomitou.

Geovana - Tudo bem?

Alyna - Não, acho que exageramos.

Geovana - Você acha, é? (risos)

Alyna - Não, tenho certeza!

Geovana se levanta da cama e pega a bolsa para checar a hora.

- Caramba, já vai dar meio dia.

Alyna - Hã?

Ela corre para o quarto escovando os dentes, ambas se encaram e caem na risada.

Geovana - Menina, esse foi o porre dos porres.

Alyna - Eu estava precisando ficar de porre, sabia?