Capítulo 8

Leonardo foi para casa e Bruna o seguiu com o seu carro atrás. Já na mansão, ele subiu direto para o seu quarto, tirou as roupas e entrou no banheiro para um banho.

Bruna - Posso entrar, gostoso?

Com o som da água descendo do chuveiro Leonardo não escutou, Bruna aproveitou e entrou.

Bruna - Uau... que homem!

Exclamou mordendo os próprios lábios.

Ele apenas olhou para o lado mas não abriu o box, continuou se banhando de olhos fechados, sentindo toda a água inundar o seu corpo.

Leo - Por favor, estou tomando banho.

Bruna - Qual o mistério? Quantas vezes eu tive o privilégio de te ver nu, você nunca reclamou.

Leo - Não estou com clima para romance.

Ela bufou e balançou a cabeça.

Bruna - Nossa, eu te fiz alguma coisa?

Ele não respondeu, pegou um frasco de shampoo e despejou um pouco na palma da mão, depois começou a lavar os cabelos e massagear o couro cabeludo.

Bruna - Você vai trabalhar hoje?

Leo - Sim, apenas no período da tarde!

Bruna - Vai fazer o que agora pela manhã?

Leo - Dormir!

Bruna - Hum... ok, vou te esperar no quarto.

Ela saiu do banheiro e passou para o quarto, olhou tudo em volta e fechou as cortinas que dava para a varanda, dando um blecaute. Minutos depois, Leonardo apareceu nu, enxugando os cabelos com uma toalha.

Leo - Por que está tudo escuro aqui?

Reclamou e entrou no closet acendendo a luz, procurou um short confortável e vestiu. Bruna estava deitada na cama mexendo no celular quando ele retornou para o quarto.

Bruna - Achei que você precisava descansar, então tomei a liberdade de preparar o ambiente.

Leo - Hum... ficou bom!

Sentindo-se cansado puxou o lençol e deitou, pois essa ação feita pela Bruna o agradou.

Bruna - Podemos conversar uma coisa?

Leo - Sobre?

Perguntou de olhos fechados.

Bruna - A mãe da sua filha.

Ele abre os olhos fitando o teto.

Leo - O que tem ela?

Bruna - Por que ela voltou?

Leo - A Manu queria conhecer a mãe.

Bruna - Mas...

Ele a interrompeu.

Leo - Não quero falar sobre esse assunto, me recuso.

Ela suspirou e soltou o ar logo em seguida.

Bruna - Você ainda gosta dela?

Leo - Hã? Não sei se você percebeu, mas eu estou tentando dormir.

Bruna - É uma pergunta tão simples, porque não me responde?

Irritado, Leonardo senta-se na cama e a olha.

Leo - Eu não a amo mais, era só isso?

Bruna - Sim, eu só precisava ouvir.

Leo - Já ouviu, agora me deixe dormir! Vai ficar ou vai para sua casa?

Bruna - Vou ficar! (risos)

Não querendo mais insistir nas perguntas por está com ciúmes, Bruna segurou no braço dele e o fez deitar novamente, posteriormente sentou na cama e ficou acariciando o abdômen de Leonardo.

Bruna - Vou te fazer relaxar!

Ele fechou os olhos, as mãos de Bruna foram escorregando para o membro dele em cima do short.

Bruna - Vou fazer uma massagem incrível em você.

Sussurrou próximo ao ouvido dele e adentrou a mão dentro do short. Leonardo grunhiu um pouco e enterrou a cabeça ainda mais no travesseiro macio, estava tão cansado que capotou.

...

Sexta-feira.

Doutor - Está de alta, sua sapequinha! (risos)

Manu - Sério?

Doutor - Sim!

Alyna se aproximou, sentou na ponta da cama e abraçou a filha, comemorando essa vitória.

Alyna - Viu só? E você achando que era mentira. (risos)

Doutor - Eu já assinei a alta.

Manu - Você vai para minha casa, né mamãe?

Alyna - Bem, eu… nós já conversamos sobre isso, filha.

Ela ficou sem saber o que responder.

Doutor - Bom, vou ter que ir.

Alyna - Obrigada, doutor!

- Qualquer coisa peça para o Leo me ligar, ele sabe o meu número.

Alyna - Tá bom, mais uma vez, gratidão!

O médico sorriu e fez um balão com uma luva, depois deu para a Manu, que achou um barato.

Manu - Tchau!

Alyna bateu as mãos uma na outra e se levantou da cama para arrumar a bolsa que a filha levaria para casa.

- Seu pai disse que vinha que horas?

A menina deu de ombros, triste.

Alyna - O que foi meu amor?

Manu - Eu tô doente ainda, não quero voltar para casa.

Alyna - Não, você não está doente.

Manu - Eu tô, minha cabecinha dói, o braço também, meu corpo todinho.

A mãe não aguentou a filha no drama e sorriu.

Alyna - Você está inventando isso.

A menina não se aguentou e começou a chorar, Alyna sentiu o seu coração apertar, como se tivesse a deixando sufocada, sem ar. Esses dias que passou com a filha aflorou seu lado mãe que sempre esteve adormecido.

Alyna - Não chore filha, assim eu vou chorar também.

A voz sai falhando e embargada de emoção.

Manu - Não vá embora mãezinha, por favor!

Alyna - Eu vou, mas voltarei! (chorando)

Manu - Me leva junto, eu quero ir.

A porta é aberta lentamente, Leonardo percebe a movimentação no quarto e fica por alguns segundos observando sem abrir totalmente.

Alyna - Eu prometo que sempre voltarei para o Brasil.

Manu - Não, não... (chorando)

Leonardo entrou, Alyna o encarou por um curto período de tempo e virou de costas para limpar as lágrimas.

Manu - Papai, não deixe a minha mãe ir, não deixe.

Ele abriu a boca para falar algo, mas desistiu.

Alyna - Bom, olha o que eu comprei para você.

Ela fungou e pegou uma sacola que estava na poltrona.

Manu - O que é isso, mamãe?

A menina estava com o rosto todo vermelho, tomado por lágrimas.

Alyna - Seu presente! Como já vou embora amanhã, eu queria te entregar.

Leonardo fechou os olhos e engoliu a seco, em seguida saiu do quarto para o corredor, queria respirar um pouco. Olhou para os dois lados daquela ala e encostou a testa na parede, ficando ali por um tempo.

Depois de pensar e repensar, Leonardo entrou novamente no quarto e viu que a filha tinha ganhado um álbum de fotos e se aproximou para ver.

Manu - É lindo, mamãe.

Alyna passou os dedos delicadamente no rosto da filha para enxugar o excesso de lágrimas.

- Olha filha, tem três fotinhas nossas, o resto do álbum você terá que ir preenchendo.

Leo - Você aceitaria ficar com ela mais um tempo?

As duas olharam surpresas.

Leo - Você pode ficar com ela depois da escola, no período da tarde.

Ele não a olhava nos olhos.

Manu - Aceita mamãe, aceita ficar comigo.

Alyna não resistiu ao rostinho da filha e sorriu.

- Sim, ficarei mais um tempo! (risos)

Manu - Obaaaaa!

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