CAPÍTULO 4 - Cara Legal

...Charles Biancardi: ...

...Sete meses atrás, na Espanha: ...

...10:45 AM ...

Curiosamente as palavras da cigana ficaram ecoando na minha mente, um fator interessante considerando que não acredito nessas coisas. Após ela ir embora ainda demorei um pouco para descer e ir tomar o café da manhã no restaurante do hotel.

"Como foi ontem a noite?", perguntou Diego com um olhar divertido enquanto eu me sentava a mesa. "Você parece muito quieto...a ruiva te deu um chá?"

"Você sabia, não sabia?", estreitei os olhos para ele.

Ele assentiu caindo na gargalhada.

"Ontem ela tava lendo a mão de algumas pessoas na praia, achei que seria interessante".

"Cretino", murmurei enquanto me servia de café. "Você disse que ela estava me olhando de propósito."

"Eu disse que o que você fez teria consequências", estalou a língua, levando um bolinho à boca.

"Não acredito que ainda está ressentido por passar a noite com o Paulão...", ele engasgou, e foi minha vez de rir.

"Você disse que o nome daquela coisa era Cinthia!", rebateu irritado.

Ri ainda mais.

"Você é muito burro. Soube que não era uma mulher assim que toquei na bunda dele. Nem precisei beijar. Já você...", fui interrompido.

"Foi culpa sua!", acusou. "Você me garantiu que era uma mulher", rosnou baixinho, olhando para os lados.

Levei uma torrada à boca.

"Ele gostou de você. Eu só apresentei. Não aja como se eu estivesse no quarto com vocês dois enquanto praticavam o ato da carne."

"Nem. Mais. Uma. Palavra", apontou para mim com um garfo, e eu ergui as mãos.

Logo voltamos a tomar o café da manhã.

"Voltando ao assunto, como foi com a cigana? Ouvi boatos que ela incorporou um espírito na cama de um cara uma vez".

"Não teve espíritos no quarto ", comentei. "Foi até bom, pelo menos ela não era um...", antes que eu concluísse a piada ele me lançou um olhar mortal e eu mudei o resto: "Ser de outro mundo"

"Tem certeza? Você ainda tá muito quieto, isso é fora do normal..."

"Na verdade, ela só leu a minha mão ", falei simples pegando algumas uvas.

"Na hora do sexo?", fez careta e eu neguei com a cabeça. "Pós- sexo?"

"Quando eu acordei"

"Mas e a sua regra de não deixar elas dormirem ao seu lado?", franziu o cenho.

"Ainda está de pé, eu mandei ela sair mas como eu estava meio bêbado não me certifiquei que ela estivesse fora".

"Até hoje não entendo essa regra"

"Não há nada para entender, é simples e eficiente, dessa forma elas não se apaixonam fácil e eu preservo a minha paz"

"A espanhola de ontem dormiu no seu quarto também!" Acusou. "Você não a colocou para fora".

"Ela dormiu no sofá, agora chega de interrogatório", bufei.

"Chega nada, você ainda não me disse o que a cigana falou quando leu sua mão", disse curioso.

"Ela me disse que eu vou conhecer uma mulher que vai me fazer virar um... Cara legal", as últimas palavras foram difíceis pronunciar.

E ele riu, exatamente como pensei que faria.

"Se eu fosse você pedia meu dinheiro de volta", brincou, jogando um pedaço de pão em mim.

"Eu não paguei", sorri. "Acho que o meu desempenho na cama foi cativante", pisquei e me levantei.

"Onde você vai?"

"Uma festinha"

"Não vai me convidar ?"

"Acho que lá não vai ter a fruta que você gosta ", ouvi ele murmurar um 'filho da puta' e sai praticamente correndo até o quarto.

***Esta obra está sob contrato com a NovelToon, e a pirataria, como a reimpressão sem permissão, é estritamente proibida.***

***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***