Uma semana após a tragédia com a família da Sarah, os Callahan estavam enfrentando incertezas e sofrimento, depois de uma incansável procura por Gregori, perdido em meio as regras e sigilos militares, ferido e desaparecido desde a missão em que sofreu com a traição por pessoas aliadas.
Mikhail, Jacques e a assustada Suzi, estavam em um hospital em Doha, capital do Catar que aceita a permanência de soldados americanos.
Um hospital particular, encontrariam o Gregori que mandado para lá a pedidos de seus pais, que até onde sabiam ele tinha sido alvejado, estando muito ferido e necessitado de cuidados especiais.
- O meu filho, o tenente Gregori Callahan, estamos aqui para vê -lo, vocês não estão colaborando conosco.
- Viemos de longe e queremos informações de seu estado médico, a mãe dele tem o direito de estar ao seu lado.
Mikhail nunca se sentiu tão impotente.
Fazia sete dias, que souberam sobre o Gregori, mas há apenas quatro dias, depois de muito discutirem, brigarem por informações e a ajuda do sogro de Mikhail, o avô materno de Jacques e Gregory, que estavam correndo com autorizações, documentos, aprovação do departamento militar.
Não controlavam a angústia e ansiedade de encontrá-lo, a procura e a espera realmente os deixaram exauridos.
A notícia que chegou a eles era que o esquadrão de elite na qual o Gregori comandava uma ação de extração de reféns, havia sido emboscado e estavam feridos. Alguns morreram no confronto e outros mutilados ou em estado crítico.
Com a ajuda e influência de pessoas importantes localizaram o Gregori, com a anuência dos Callahan foi mandado a um hospital melhor equipado no Oriente Médio para ser tratado.
Sem muita ideia de como o Gregori estaria realmente, as informações eram extremamente difíceis de serem passadas para a familia, apenas diziam que civis não tinham acesso a informações militares sigilosas.
Esses dias estavam consumindo a todos, tanto os três que viajaram, quanto os que permaneceram no Brasil.
Eles nunca pensaram, nunca imaginaram que o Gregori ficaria em risco, ele sempre excelente em tudo o que fazia, considerado um ótimo militar, um dos melhores snipers de sua época.
Nunca o Gregori fora baleado, jamais teve nada além de arranhões singelos, nenhuma cicatriz naquele corpo de Adonis.
A agonia da espera os estavam desestabilizando, as pessoas cordiais e tranquilas, começaram a ficar agitadas e impacientes com a falta de informações, a ausência de solidariedade, até mesmo com tantas regras de um país que estava prezando mais as suas missões secretas, não conseguia admitir que seus soldados sofreram um ataque horrível.
Não disponibiizavam nada que pudesse comprometer a missão, tinham mandado um esquadrão com os melhores militares e por algum motivo os levou à morte.
Após muita insistência conseguiram a liberação para verem o Gregori.
Os Callahan foram levados até uma ala de centro de unidade intensiva, havia alguns poucos guardas na entrada, nada que chamase a atenção.
Ficaram em choque ao encontrar o Gregori deitado no leito com um colar cervical, e com bandagens enormes em seu tronco.
Suzi estremeceu e as lágrimas jorraram pelo seu rosto, se aproximou devagar, afagando o rosto pálido e sofrido do filho que tanto ama.
- Filho, meu amor, a mamãe está aqui. Não está mais sozinho, o papai e o Jacques também vieram. Vamos levá-lo para casa.
Naquele momento Suzi externava todo o carinho e afeto que sempre lhe dedicou, mesmo sendo já um homem bem crescidinho.
- Porque ele não reage? - Mikhail questiona o médico que estava ali ao lado.
- Senhor, o paciente sofreu um ferimento na coluna e ainda não fizeram nenhum procedimento.
-A equipe médica achou melhor sedá-lo para avaliarmos seu estado e fazermos o melhor por ele. Mas creio que acordará em breve.
- Como não fizeram nada com o meu irnão ainda? Até quando ele ficará assim?
- Senhores, o paciente chegou aqui ontem. Ele estava em outro hospital de outro país, não podemos nos responsabilizar pelo que eles fizeram, ou não pelo paciente.
- Ele foi estabilizado e estava à espera de como será tratado, apenas a dor está sendo controlada.
- Desculpa, mas como puderam deixá -lo sem tratamento?
- Ainda estamos fazendo exames, mas a realidade é que o ferimento de seu filho foi grave. - o semblante do médico não se alterou, continuou a fazer seu relatório.
- Se não houver um tratamento adequado, ele poderá ficar paraplégico. Por isso, estamos contentes que não fizeram nenhuma barbaridade no seu corpo, sem necessidade.
Mikhail e Jacques sentiram o coração doer, só em pensar em Gregori preso a uma cadeira de rodas.
- Mas, tem como não acontecer? Ele ficará bem, voltará a andar, não é?
Jacques fazia a pergunta se segurando para não ir até o irmão e pegá-lo no colo para embalá-lo, como se assim pudesse livrá-lo de toda dor e de todo o estrago feito em seu corpo.
- Há toda chance dele se recuperar, temos que ser cautelosos e estudarmos como faremos, para ser preservado todos os seus movimentos.
Enquanto pai e irmão questionavam tudo sobre a saúde do Gregori, Suzi estava ao seu lado, acariciando o seu rosto, penteado o seu cabelo com os dedos de maneira maternal.
De repente, Gregori mexe os dedos da mão, e para alegria dos três entes queridos, ele abre os olhos e reconhece a mãe ao seu lado.
Com a voz fraca, num esforço em sorrir, Gregori se mostra lúcido.
- Mãe? O que está fazendo aqui? Não é lugar para a senhora. Logo estarei em casa.
- Filho, que bom que está acordado, não imagina como a sua mãe quase infartou ao saber que foi ferido.
Mikhail, falou por Suzi, que não tinha condições nenhuma de falar, apenas olhava-o com ternura, sua voz estava embargada com o choro.
- Caramba Gregori, está proibido definitivamente de brincar de Rambo, de qualquer outro tipo de herói que mexa com armas.
Jacques, com seu jeitinho brincalhão, queria amenizar as emoções do reencontro.
Desde quando souberam sobre isso, e o que sabem? - pergunta afoito, jamais quis preocupar a família.
- Bom, tem sete dias que chegou a mensagem que você e sua equipe, tinham sido alvo de uma armadilha.
- A partir disso, tivemos que perturbar muita gente, principalmente o seu avô nos Estados Unidos. - Mikhail sorria ao ver o filho depois de tanta procura e preocupação.
- Pai, leva a mãe para casa. Tem os pequenos para cuidar. - Suzi teve um choque de realidade, sua voz voltou com bastante energia.
- Gregori Callahan, sou a sua mãe e estou no lugar certo, tudo bem que tenho que cobrir o meu corpo todo nesse país.
- Me diga de onde tirou essa ideia de que não posso ficar aqui cuidando de você? - era dona Suzi voltando ao normal.
- Os pequenos estão com os seus tios, e pode ter certeza de que a Kathya vai estragá-los, estando sozinha com eles.
Gregori sorri com os olhos para a mãe, conhecedor do que ela falava
- Onde estamos afinal? - Gregori não percebeu a mudança de país, porque estava sedado há muito tempo.
- Filho, você foi trazido para Doha, no Catar. - Mikhail percebeu o Gregori deslocado.
- Então ,foi por isso que a senhora veio ? Passear no Catar? Jacques não tinha nada melhor para fazer com a mãe, não?
Gregori se esforçou para não demonstrar a Suzi o quanto ele estava com dor, mas sua voz que já é naturalmente rouca, estava falhando e não adiantou nada, porque Mikhail e Jacques perceberam.
- Bem, que tal deixarmos o Gregori descansar mais um pouco? Pai, leva a mãe, que eu ficarei com o ele.
- Jacques, já quer monopolizar seu irmão mais novo? Não vou embora, nem consegui matar as saudades! - Suzi como toda mãe quer mimar e proteger seu filho.
Mikhail sabia que Gregori contaria o que aconteceu ao irmão mais velho, então concordou em levar a esposa embora.
- Vem, minha linda esposa, não se esqueça que esses dois deveriam ter sido gêmeos de tanto que são grudados, vamos deixar eles conversarem um pouco sobre coisas de rapazes.
Relutante Suzi aceitou, sabia que precisava descansar, não dormira praticamente nada nos últimos dias.
Beijou o filho, deu ordens para o Jacques não cansar o irmão e seguiu com Mikhail para o hotel, já aliviada por saber que seu filho de coração ficaria bem.
- Gregori, agora que nossos pais foram embora, conta o que aconteceu para todos da equipe sofrerem?
Jacques e Gregori sempre foram confidentes, nunca tiveram segredos.
- Jacques, temos que ter cuidado, veja se estamos sozinhas e desliga aquele interruptor.
E, assim feito Gregori narra bem baixinho tudo o que lembrava para seu irmão, que além de indignado, a raiva transparecia no seu rosto.
Conversaram, até que Gregori foi sendo levado pelo sono e Jacques, ali sozinho chorava pelo que o irmão havia revelado.
🌺 É um segredo monstruoso que o Gregori contou; será que após esse ocorrido, ele deixará de brincar de Rambo como Jacques sempre brinca?
Como Sarah reagirá ao ver Gregori ferido, imobilizado, sem poder atormetá-la?
Provavelmente as discussões serão homéricas.
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Atualizado até capítulo 140
Comments
Louca por magia
numa hora dessa eles querem esconder , esconder da família da sociedade enfim de todos, porque aí prova que eles foram incompetentes né então ele realmente querem esconder lógico que eles não vão avisar a família
2024-11-06
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Louca por magia
faltou Talvez um pouco mais de reconhecimento de área para poder ter certeza para onde eles estavam mandando os militares deles, mas de qualquer forma algo assim poderia acontecer e pode acontecer numa guerra né? mesmo nessa s guerras civis é algo quase que previsto coisas assim acontecer
2024-11-06
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Louca por magia
para uma mãe não existe isso de homem crescidinho o filho vai ser sempre visto como um bebezinho mesmo depois de adulto é coisa de mãe
2024-11-06
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