Sarah Fontana, dezenove anos de pura molecagem, inocência e ternura que ela sabe envolver quem ama, e quem precisa de um carinho.
Todos adoram essa foto que foi tirada em um dia chuvoso, após ter brincado nas poças enlameadas do jardim, com as crianças pequenas.
Quem tirou a foto foi o Julian ajudado pelo Matteo, deixando-a brava ao mostrá-la em videochamada para o Gregori, que gerou logicamente uma troca de insultos por parte dos dois.
Essa é a foto mais apreciada por Julian, que revela a beleza única e encantadora de Sarinha.
- Padrinhos, quanto drama vamos ter que assistir, até podermos jogar dois bebês, com as fraldas molhadas para vocês?
- Naty, não quero acreditar que vá submeter os nossos padrinhos, a esses dois sujismundos fedidos? - falo já correndo para abraçar o meu padrinho. - Saudades do padrinho mais lindo e incrível do mundo! - ele abraça tão apertado que penso que vai me quebrar ao meio.
Quando ele vai encher-me de beijos como sempre faz, para, afasta-me um pouco e com o olhar mais sombrio que já vi, observa a minha bochecha como se quisesse mapeá-la na sua mente.
- Vou já conversar sobre a sua bochecha e não quero ser enrolado, entendeu? - ele vira-se caminhando em direção da Naty e dos bebês.
- Tio Mikhail, cuidado com a Naty, que o fará escravo dos bebês! - digo na intenção de tirar a atenção do meu rosto.
- Acredita que não damos conta de dois bebês? Quem você acha que trocavam as suas fraldas? Se não fosse por mim e o Lorenzo, além das duas, todas as crianças que tivemos nessa casa, teriam graves assaduras. - os dois gargalharam, olhando para as esposas.
- E Sarah, não adianta esconder o fato de que está esbofeteada, por que mesmo sendo padrinho da Naty, a tenho como filha e afilhada também.
Fico sem graça que terei que contar que o meu pai me bateu, já deveria ter me acostumado, pois eles nos tratam como verdadeiras princesas, os nossos padrinhos nos tratam como os seus filhos, fazendo todos nos tratarem bem.
- Bem, já que todos foram abraçados e beijados, vamos ao que interessa, não é Sarah? - padrinho Lorenzo me olha, segura na minha mão, me conduzindo até o banco.
- Deixa eu ver essa bochecha, você por acaso cuidou do ferimento? - tio Lorenzo é muito cuidadoso em mexer no meu rosto.
- Padrinho, julgo que esqueci, tinha tanta coisa para fazer antes de vir, que não dei importância. - falo quase sussurrando, desviando o meu olhar do dele.
- Porque não estou surpreso? Naty, lembrou de socorrer a sua irmã? - já foi tio Mikhail quem falou.
- Não fiz nada padrinho, desculpa. Sarah tinha coisas a fazer, eu acabei levando o Keven para ver os bebês e despedir-me dele.
- Como vocês duas podem deixar isso acontecer? Contem-me como foi? - quando os padrinhos estão nos questionando, todos escutam e ficam quietos, eles têm uma autoridade adquirida pelo amor e, pelos cuidados que tem com todos.
- Eu acabei respondendo ao meu pai e o deixei bravo. - vou abaixando o meu olhar por vergonha, não por que o meu padrinho exigia uma explicação da agressão que levei, mas, porque ele nunca levanta a voz para ninguém, diferente do meu pai que só sabe gritar.
Meu padrinho segura o meu queixo com a sua mão de forma carinhosa, levantando a minha cabeça, fazendo olhar para ele.
- Sarah, olhe para mim, quando perguntar o que quero saber, nunca se humilhe abaixando o seu olhar para ninguém, independente do que fez, assuma sempre a postura de quem tem que assumir os seus erros e acertos, entendeu?
Com os olhos marejados pela vergonha de mais uma vez ser agredida pelo meu pai, olho nos seus olhos, cor de âmbar, acabo relatando tudo o que aconteceu.
O padrinho escuta sem me interromper, presta atenção em tudo que digo, assim todos fazem igual, sem julgamento.
- Sarah, o seu pai é um homem difícil, ignorante que acredita que todos tem que fazer o que ele acha certo. Nunca aceitará ser desobedecido.
- Eu e Mikhail tentamos ajudar de todas as formas possíveis, porém ele nunca aceitou mudar.
- Padrinho, ele não deixa a gente fazer nada, além de colocar dinheiro em casa. - vou cuspindo as palavras e sou cortada por ele.
- Querida, sabemos como ele é. Conversaremos com ele sobre a agressão. Sempre foi justa nos seus argumentos, nos orgulhamos por ser como é, porém, dessa vez houve um desrespeito - fiquei pálida ao escutar, sempre tratei todos respeitosamente, o fiz agora?
E com olhos perturbados o fito sem entender.
- Sarah, você acredita que não magoou o seu pai? - tio Mikhail fez a pergunta, já que não estou entendendo o que eles querem dizer.
- Sarah, dessa vez você foi muito injusta. - olhei para os mais velhos que estavam com um semblante neutro, todos eles. Meu padrinho continuou a falar com uma voz séria, mais do que o normal.
- O seu pai pode ser difícil, um bruto, ou um ogro, o que quer que o nomeie, porém, ele ama vocês de verdade. - padrinho Lorenzo fica um momento quieto me observando, começo a ficar nervosa.
- Quando vocês nasceram, o seu pai era o homem mais radiante de felicidade que nós presenciamos.
- Sarah, - tio Mikhail acrescenta, - o seu pai chorou na nossa frente e com lágrimas nos olhos mostrava a filha no colo dele, falando o quanto era linda, fez isso com cada um de vocês, era o homem mais orgulhoso e feliz pelos filhos que Joelma lhe deu.
Lágrimas estavam a rolar pela minha face. Fui abraçada pela minha madrinha que estava ao meu lado.
- O André demonstrou a sua alegria por todos os filhos, eu e Suzi sempre dissemos aos seus padrinhos que a única fraqueza dele eram vocês.
Assim que a madrinha falava, deixei-me cair num pranto doloroso. Como podia ser injusta dessa maneira com o meu pai? Nunca devia nem ter pensado que ele era apenas um doador de esperma.
Chorei envergonhada por ser uma insensível. O meu padrinho, tirou-me dos braços da madrinha, assumiu o abraço apertado e caloroso, que dessa vez não merecia.
Tia Suzi quebra o silêncio:
- Quando chegar à sua casa na segunda-feira, abrace forte, dê um beijo carinhoso e peça desculpas ao André. Ele pode ser tudo, mas não esqueça que ele as ama da maneira dele, as protege do melhor jeito dele. - ela olha para mim e Naty, continua:
- Se Joelma aceita as imperfeições dele, quem são vocês para não aceitarem, para contrariar a mulher que as colocou no mundo por amar o marido, dando-lhes filhos maravilhosos?
Completou tia Suzi, deixando a mim e a Naty envergonhadas do quanto somos péssimas.
Eu já estava em prantos e Naty irrompeu no choro doído, acabamos soluçando de tanta dor.
- Tenham certeza de que vamos conversar com o André e a Joelma, para vermos no que poderemos ajudar, para que o seu pai tenha dias melhores. - tio Mikhail fala com carinho, sabemos que eles nos ajudam muito, se não ajudam mais é por que meus pais, são um tantinho orgulhosos.
Tio Mikhail assume Naty, enquanto as madrinhas ficam com os bebês, nos deixando extravasar a dor que rompeu nos nossos corações.
- Padrinhos, nunca ninguém nos contou isso. - Naty vai falando e soluçando, não deixando entender muito do que dizia.
- O nosso pai está sempre alterado devido à bebida, raramente faz carinho, nem para os meus irmãos pequenos. Ele só sabe brigar e ofender-nos ultimamente. - o tio afaga seu cabelo, llimpa as suas lágrimas da mesma maneira que o meu padrinho faz comigo.
E então, Jacques fala quebrando o clima péssimo em que nós duas nos encontrávamos.
- Acredito que seja melhor cuidar desse rosto, antes que as três feras abomináveis, sendo meu irmão e primos, saiam do banho e acabem não permitindo esse cuidado.
Jacques pega a minha mão, levando-me para dentro da casa, trazendo um sorriso travesso que contagia a todos, que sorriem ao lembrarem dos pequenos que com certeza, já deveriam aparecer com as suas tagarelices e brincadeiras infantis.
Todos se juntaram a nós e seguimos ao interior da residência.
Tenho certeza de que os padrinhos conversarão com o meu pai, fico pensando que eu poderia ser mais afetuosa com ele, em vez de sempre implicar com tudo o que ele faz. Não deve ser fácil ter os filhos sempre longe, nunca demonstrando o nosso afeto.
🌺 Será que as meninas olharão o pai de forma mais carinhosa?
Elas talvez, nunca perceberam que o André, fica mais calmo e compreensível toda a vez que o Lorenzo e o MIkhail o encontram, conversando, orientando o pai das garotas que não é mau, apenas é bruto e ignorante, piorando com o uso da bebida.
💖 No próximo capítulo conheceremos o Gregori! 😀😘
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Atualizado até capítulo 140
Comments
Srta. Nesti
Humm, essa discussão ta tão bizarra para mim! Sei que provavelmente não é a intenção da autora, mas parece que ta passando pano ou vitimiazando o agressor e culpabilizando as vítimas, como se a responsabilidades também recaissem sobre elas.... Realmente não concordo com esse tipo de visão.
2024-11-15
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Giulia Jung
Deveria levar ele pra um centro de reabilitação, porque deve ser a bebida que deixa ele descontrolado
2025-04-03
1
Giulia Jung
Tadinhos, será que eles percebem o rosto da Sarah? Sabem oq significa?
2025-04-04
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