Otávio! Estava com saudades das nossas pequenas viagens. - Declaro sorrindo quando o vejo.
Otávio é há alguns anos motorista das madrinhas, ele é incrivelmente paciencioso, muito bonito e elegante, educado e supersimpático, não perdendo a postura conosco, e olhe que não somos fáceis.
- Sim, e das nossas conversas jogadas fora, das voltas a mais para demoramos para chegar em qualquer lugar. - Naty vai entrando no carro, ajudada por Otávio que além de abrir a porta para ela, ainda empurra Laysa para que o coitado a segure.
- Mas, que eu saiba, sempre foi a pedidos das senhoritas, principalmente da pequena Sarah. - Deu uma risadinha e ao me olhar melhor, muda a expressão de seu rosto. - Sarinha, quem te machucou? - Perguntou sério.
- Otávio, não vamos estragar a tarde, não é? - Já vou entrando no carro sem ajuda com o Stefan no meu colo.
- Senhorita Sarah, se foi seu pai, posso muito bem lembrá-lo que em mulher não se bate, que dona Káthya e senhor Lorenzo, não gostarão nada de vê -la desse jeito.
- Otávio, tudo bem, o Keven já o advertiu. Então, deixa pra lá. - Falo já sentada no banco de trás, escondendo o meu rosto, para mim, é muito vergonhoso saberem que vivo assim, sempre com algum roxo pelo corpo, devido às agressões do meu pai, porque se não sou eu mesma que o provoco, acabo defendendo meus irmãos, na minha mãe nunca notei a agredindo, menos uma preocupação.
- Eu vou conversar com ele, o seu pai está em casa? - Pergunta olhando para nós.
- Não, ele não está, depois que o Keven o enfrentou, saiu de casa bravo. - Naty tem medo que o nosso pai prejudique o Keven, como fez quando ela engravidou. Ele brigou, xingou, só não bateu nela porque, além de mim a protegendo, Keven ameaçou denunciá-lo à polícia, mamãe não aceitou a sua revolta e deu um ultimato, que se ele fizesse alguma coisa a Naty, mamãe o abandonaria. Porém, isso não o impediu que fosse até o emprego do Keven, arrumando confusão e assim, o meu cunhado perdeu o bom emprego que tinha na época.
- A dona Káthya com certeza ficará muito triste e o seu Lorenzo ficará bravo, nem quero estar perto.
- Otávio, veja que tem agora duas criaturinhas ilustres a mais, para você conduzir? - Vou mudando de assunto. - Por Nossa Senhora dos Motoristas Maravilhosos, tenha certeza de que os ensinarei como manipulá-lo para que os levem para onde eles quiserem. - Otávio dá uma risada amorosa olhando os pequenos.
- Ficarei feliz em ter esses dois anjinhos, fazendo tudo para se divertirem às minhas custas. - Gargalhamos os três, porque ao término da sua fala, parece que os bebês entenderam e resmungaram felizes.
- Dona Suzi! Dona Káthya! Estou com um grande problema. - Jacques anda em direção ao jardim, onde encontrava a sua mãe e sua tia. - Não sei se poderão salvar alguém dessa vez?
Jacques é enteado de Suzi, eles se consideram e se amam muito, tanto que não aceitam e muito menos gostam da palavra enteado e madrasta, se tratam como mãe e filho, tal como o Gregori, seu irmão mais novo. E os outros filhos biológicos, seus meios irmãos, não tem ciúmes nenhum deles.
- Oh! Meu Deus do céu dos anjos sapecas! (já deu para perceber que não é só a Sarah quem utiliza esse tipo de expressão, né?) - fala gargalhando, enquanto Suzi só revira os olhos.
- O que esses três estão fazendo dependurados em você? Não consigo imaginar, o que foi que aprontaram dessa vez? - Suzi já é mais séria e ajuda Káthya a soltar três crianças pequenas agarradas em Jacques.
- Então, mãe e tia, flagrei esses três ratinhos no meu quarto,. - Jacques vai contando com uma voz de bravo.
- Mas, só isso? Três ratinhos que estão precisando de um banho!
- Tia Kathya, por favor, não mude o foco, porque hoje, com certeza, mandarei empalhar dois garotinhos melequentos e uma princesa bagunceira, que mexeram no meu computador, conseguiram trazer um tornado para dentro do meu closet, deixaram farelo de biscoito na minha cama, querem que eu conte mais? - Jacques olhava para seu irmão e seus dois primos com a expressão mais séria e sombria que conseguia, os três sapecas riam com as mãos nas bocas, olhavam para a mãe e a tia suplicando ajuda.
- Suzi, acho que dessa vez nossos caçulas não têm rendição! Kathya murmura entre risos, ela realmente não está nem um pouco preocupada, pois sabe que os pequenos amam Jacques e sentem falta por ele passar mais tempo no exterior do que com eles, querem chamar a atenção e ficar com ele o máximo que podem.
- Jacques, filho pode levá-los, tem carta branca para fazer o que quiser, com esses ratinhos melequentos.
Todos caíram na risada quando Nina, Felipe e Caio se entreolharam e ajoelharam em frente do Jacques, falando ao mesmo tempo com as mãozinhas juntas, aí Felipe com a cara mais deslavada falou por eles.
- Primo, não nos culpe, fomos forçados a fazer tudo aquilo.
- Forçados, como? Podem me explicar? - Segurava o riso mordendo o lábio inferior, com uma sobrancelha arqueada para as crianças que tinham entre quatro e seis anos.
- Claro, suas coisas são mais legais que as nossas e nunca precisamos arrumar seu quarto, diferente de quando bagunçamos os nossos!
- Tia Kathya e mãe, ouviram isso? Vou pegar os três e levá-los ao taxidermista. - Fala aos pequenos que os olham assustados e com olhos interrogativos.
- Se não sabem o que é, vou dizer que é quem vai empalhar vocês três, assim poderão ficar no meu quarto, pois não vão mexer, ou, bagunçar nada. - Jacques faz menção em pegar um, quando os três peraltas saem correndo, gritando, procurando ajuda dos pais.
Eles caem na gargalhada. Agora é a vez de Lorenzo e Mikhail, darem atenção aos filhos sapecas.
- Como vocês duas aguentam esses moleques? Eles não param nunca.
- Eles têm muita energia e se sentem felizes. Foi a melhor coisa que eu e sua mãe fizemos, uma vez que os nossos filhos mais velhos ganharam o mundo e, se esqueceram da gente. - Káthya olha para a irmã que concorda com ela com um aceno de cabeça e uma careta.
- Pronto,agora as duas vão se fazer de mães abandonadas? Nenhuma das duas não vêem seus filhos por longos anos, nunca os visitam sem antes avisar que estão chegando e nunca os pegam de surpresa, não é? Tenho tanta pena que voltarei para os Estados Unidos, assim ficarei mais próximo do Gregori e juntos viraremos monges no Tibet, por causar tamanho sofrimento em nossa mãe, quem sabe levamos Julian e Matteo também? Vamos jejuar, orar e não sei mais o que eles fazem, só para que a nossa mãe e nossa tia, saibam o quanto que somos filhos péssimos. - Falo com um sorrisinho no canto dos lábios, porque elas sabem que nunca tivemos jeito para coroinha, imagina para monges? - Talvez fale com a minha irmã e prima para se juntarem a nós!
As duas se entreolharam, reviram os olhos, cada uma agarra um braço meu, me levando até o gazebo que há no jardim, bem posicionado para que possa ser visto toda a extensão muito bem cuidada pelas duas.
- Suzi, esse meu sobrinho quer acabar nos dando um AVC, ou, até mesmo um ataque cardíaco fulminante. Começo a pensar que os mimanos demais! - Tia Kathya sempre dramática.
🌺 A família das madrinhas convivem juntos como um grande clã, onde todos se respeitam e o amor sempre prevalece.
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Atualizado até capítulo 140
Comments
Giulia Jung
Surpresa que os pequenos sabem o significado da palavra taxidermia pq até eu levei três segundos pra processar
2025-04-02
1
Giulia Jung
Acho que daqui a pouco estou desenhando uma árvore biológica deles pq eu me perco fácil com essas denominações de parentesco
2024-11-18
1
Giulia Jung
Mas são QUÃO mais velhos? Tadinhos
2025-04-02
1