Capítulo 19

Primeiro marca território e depois paga a conta. Quer saber de uma coisa, Sr. Agenor deixou claro o interesse em você.

Meu coração afunda com esse pensamento equivocado da Vânia.

- A mudança de humor é a única coisa estranha dessa noite. Mas interesses pessoais, isso definitivamente não existe. A verdade é que ele me odeia e não fala comigo. Suspeito que a premiação e provavelmente a bebedeira dele, nessa festa. fez ele ter essa atitude.

- Ele não parece estar bêbado.

- Mais está. E mudando de assunto, vamos correr para o estacionamento. Lembra do combinado? Se atrasarmos com eles, com certeza perderemos o nosso crédito com o Sr. Paulo.

- Odeio admitir que você está certa sobre voltarmos agora. Mas não pensa que engoli essa história.

Como combinado, os rapazes estavam a nossa espera. Enquanto saíamos do local do evento, avistei o ônibus aguardando o pessoal da fazenda. Fiquei a pensar que o patrão poderia estar nos aguardando para voltar.

Mas o que a Vânia falou-me deixou-me muito mal. É óbvio que não existe sentimento vindo daquele homem, mas sim, posse. Não irei permitir ninguém me machucar e depois se sentir o meu dono. Não serei animal de estimação de ninguém.

Ainda mais de um homem que já tem mulher. Só de lembrar, dar-me arrepios. A mulher parecia uma cobra, pronta para dar o bote. Deixou claro que não tinha nada a perder.

Começo a pensar no meu plano de sair da fazenda. Faço uma contabilidade mental somando o que eu conseguir juntar e de quanto mais precisaria. Mas algo chama a minha atenção na conversa que estar a rolar no carro.

- ...eles levaram ele, e pelo visto vai dormir na cadeia.

- De quem vocês estão a falar?

- Oh! Mercedes, está com a cabeça longe, é? Não está prestando atenção na história dos meninos?

- É que eu estava quase cochilando.

Foi a desculpa mais esfarrapada que eu pude dar.

- É o Galego, senhorita. Ele perdeu as estribeiras lá na festa.

- Como assim?

- Bebeu demais e ainda se envolveu numa briga com o veterinário da cidade.

- Nossa! Mas ele está bem, fisicamente?

- Parece que sim, pelo que vimos os dois estavam bêbados. E foram discutir por conta de mulher. Aí a coisa esquentou.

- Meu Deus!

- Rum! Galego nunca me enganou com àquele jeito de menino. Paulin sempre teve os dois olhos pregados nele. E pode ter certeza que a coça que ele vai levar amanhã na fazenda será maior que do policial.

Fico calada a processar o que a Vânia acabou de dizer, eu também não confio no Galego. Sem contar que ele já demonstrou não ser de boa índole.

Quando chegamos na fazenda. os rapazes deixam-me primeiro no alojamento. Sentir-me aliviada por chegar sã e salva. Sair é bom, mas voltar pra casa é melhor.

Enquanto me preparo para dormir. faço um mapa mental dos acontecimentos do dia. Tudo que vi e sentir. Ainda me impressiona a quantidade de crises de ansiedade que tenho em um único só dia.

(Na casa do Sr. Paulo e Vânia)

O carro para e os três descem. Paulo se aproxima.

- Chegaram! Como foi a festa? Minha mulher se comportou? Gastou tudo que eu tinha?

- O que é isso homem! Acha mesmo que sou essas piranhas que você já se relacionou?

Os homens riem do jeito exasperado da mulher.

- O festival foi tranquilo, estão trazendo mais uma premiação para a casa. E quanto a sua mulher e a companhia dela, se comportaram igual a duas santas.

- Viu! Eu te disse.

- Prima, eu não quis comentar na frente da sua amiga. Mas ela foi o motivo da briga dos homens.

- Que história é essa?

- O Doutor chegou na roda dos homens, todo encantado pela mulher. Entre um elogio e outro o Galego se zangou e a porrada rolou.

- Quer dizer que a briga foi por ciúmes da Marcedes.

- A briga e provavelmente a demissão dele. Porque falaram que o Sr. Agenor ficou sabendo e disse que não quer mais o Galego na fazenda.

- Menino de Deus!

- Eu não acho que ela perceba as coisas, mas é bom alertar ela. Porque o Galego não é flor que se cheire.

- Coitada! Ela faz de tudo pra fugir da vista das pessoas, mas acabou sendo notada pelo chefe e um doido. E ela não percebeu que eu vi, mas ainda foi intimidada pela sem vergonha da Chalise.

- Aquela ali é que não presta mesmo. Todos sabemos o que ela aprontou.

- Verdade.

***Esta obra está sob contrato com a NovelToon, e a pirataria, como a reimpressão sem permissão, é estritamente proibida.***

***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***