Capítulo 10

(Agenor)

Duas semanas passaram-se. A casa está em ordem, quando chego na mesa as minhas refeições foram recentemente servidas.

Tive até a impressão de que ela ficava com a orelha grudada na porta esperando ouvir eu levantar da cadeira. Deixei a porta do escritório aberta, para pegar no flagra a danadinha, mas nada dela aparecer, e as minhas refeições estavam servidas na hora certa.

Inferno, a mulher estava presente em tudo, mas era como se estivesse invisível. Duas semanas sem ver a cara dela.

E eu sei que é ela. A casa está arrumada do jeito que somente ela faria.

Joguei umas roupas no chão do meu quarto. Na verdade, fiz uma bagunça tremenda. Sujei as colchas de cama, tapetes. Fiz muita molhadeira no meu choveiro. E como se fosse um passo de mágica, tudo voltava para o seu lugar, limpo e cheiroso. Mas a criatura não aparecia.

Só tem uma coisa que está a queimar o meu juízo, é querer saber do porquê que eu estou tão incomodado com isso. Nunca fiquei tão aborrecido com o sumiço de alguém que eu não queria ver.

E ainda existe aquela sensação de que ela não se encaixa aqui. É como se um mordomo chique morasse aqui. Esses que sabe de mesa cheia de gafos e facas. Ela faz um cozidão parecer comida de restaurante caro.

- Eu preciso tirar essa mulher esquisita da minha cabeça....mais que droga.

- Falando sozinho patrão?

Um cara do tamanho de uma montanha aparece atrás de mim. Eu estava tão perdido nos meus pensamentos que nem percebi ele se aproximando.

- O que foi Galego?

- Eu preciso saber quando devo fazer o serviço das cercas.

- Pergunta pro Humberto. Ele é quem faz o planejamento dos serviços.

- Ele disse que o Senhor é quem iria dizer, já que não saia do escritório, porque estava a fazer o planejamento.

Droga, nem lembrava dessa mentira que eu inventei. Fiquei plantado no escritório de porta aberta esperando a criatura aparecer. E inventei essa história.

- Gelego, vamos começar amanhã mesmo. O material já chegou e temos que adiantar antes do período de chuva.

- Certo patrão. Pois, amanhã inicio pelo alojamento par...

- NÃO.

- O que foi senhor?

Ciúmes instalou-se em mim. Será que essa desculpa de cerca era só pra ficar perto do alojamento. E se for o que eu tenho a ver.

— Senhor?

Ando de um lado para o outro. Como pode uma coisa besta deixar-me assim.

- Galego, deixa a cerca para depois.

O funcionário sem entender a mudança de humor do patrão, sem contar que no fundo estava era se sentindo intimidado, já que conhecia a fama. Tudo que queria era sair de perto. Mas enquanto dava a meia volta, ouviu o patrão perguntar.

- Galego.

- Fala patrão.

- O que você tem com a Mercedes?

Vejo o homem se amolecer na minha frente, com cara de abestado sonhador. É mesmo um apresentado.

- Ainda não temos nada não.

- Ainda?

- Ah! Patrão. O senhor sabe como essas mulheres são difíceis. Quanto mais preciosa, mas difícil de domar.

Me segurando para não descer a porrada na cara desse infeliz.

- Minhas terras não são puteiro. Faça as suas farras em outro lugar. Qualquer gracinha os dois estão fora.

Galego só fechou a cara.

- Sim senhor.

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Comments

Gracinda Tato

Gracinda Tato

ho grunho mal disposto

2025-02-19

0

Maria Aparecida Nascimento

Maria Aparecida Nascimento

Que ogro ciumento

2025-01-27

0

Adelir Rabelo

Adelir Rabelo

kkkkk ciumento e ogro

2024-12-17

0

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