Capítulo 7

(Agenor)

Desço para tomar o café e depois cumprir as minhas tarefas. Espero que aquela praga esteja bem longe.

A mesa estava posta, louças que eu nem lembrava mais da existência estavam sobre a mesa.

A comida farta e tudo caprichado. Parece que a Graça andou a aprender etiqueta básica.

Tomo o meu café sem interferências. E depois corro para o escritório. Antes de visitar o pasto e os animais, preciso enfrentar a pilha de papéis que devem ter acumulado nos últimos meses.

Começo a mexer na papelada quando Humberto bate na porta. Só de olhar na cara dele já sei que vai-me pedir algo.

- Desembucha, já conheço essa cara.

Não consigo ficar com raiva por muito tempo perto do Humberto. O homem sabe amolecer um coração.

- Oh patrão, é sobre a moç...

- Não. Nem termine essa frase.

- Oh patrão.

- Mas que diachos. Como vocês contratam uma pessoa que nem se quer sabe quem é o dono da propriedade.

- Ela não é daqui.

- Pior. Como contratam uma desconhecida?

- Deixa eu explicar.

Exasperado com toda essa história. Honestamente sentir algo estranho nessa moça. E não a quero por aqui.

- Patrão, ela foi contratada para ajudar a Graça. Ficamos sem ajuda. E a minha netinha estava a nascer.

- Não quero saber, ela está fora. Viu a loucura de hoje?

- Mas isso foi por conta das notícias. Ela estava defendendo a fazenda.

- Humberto eu te juro, que essa história está a ficar cada vez pior.

- Patrão algumas fazendas vizinhas tiveram invasões. Uns garotos usando as casas desocupadas sem permissão, por isso que ela suspeitou e agiu assim, além do fato da gente não ter avisado. Estamos muito sobrecarregados. E sobre a procedência da moça, tivemos algum tempo para testar os serviços dela. Principalmente a confiança.

Incrédulo dessa conversa.

- Eu juro patrão. Fizemos umas armadilhas, espalhando objetos para ver se chamava atenção da moça para ela roubar. Ou até, inventamos mentiras para ver se ela iria espalhar. Até o Galego fingiu paquerar ela, para ver se ela era promíscua. E nada. Foi aprovada em tudo.

Porque essa parte do Galego incomodou-me?.

- Quer dizer que a moça é honesta?

- Sim.

- E discreta?

- Sim.

- E não é assanhada?

- Isso mesmo.

- Não importa, quero ela fora.

Humberto geme de frustração. Mas quando tenta protestar o meu telefone toca. Dispenso ele para resolver os meus assuntos. Do nada minha cabeça começa a doer.

Minha mesa estava abarrotada de notas, listas, solicitações, contratos. Comecei a organizar a papelada e resolver os assuntos pendentes. Finalizando uma tarefa por vez. mesmo sendo ágil, aquilo levaria dias pra encerrar.

Depois de algumas horas escuto baterem na porta. Só falta ser um Humberto insistente.

Observo a porta abrir uma pequena brecha e vejo quatro dedos finos agarrar a porta. Percebo que é a criatura lunática.

- FORAAA.

Escuto um bufar de frustração, mesmo assim não se move para sair. Não adianta falar, são teimosos demais.

- ENTRA E SEJA RÁPIDA.

De repente vejo um corpo pequeno se mover. Olhando com calma até que a criatura não é tão repugnante. Tem um rosto delicado, com curvas perfeitas, cabelo longo, parecendo uma ninfa e..porque eu estou pensando nisso. Para.

- Veio pedir suas contas?

- Não senhor. Vim suplicar para ficar com o meu trabalho. Eu realmente preciso do trabalho.

- Como você quer um trabalho se não conhece os seus patrões.

- Senhor estou há poucos meses na fazenda, devo-lhe dizer que as pessoas são discretas quanto a vida pessoal dos patrões, além disso, não tem nenhuma foto do senhor na casa. E sendo bem sincera, eu acreditava que o senhor tinha mais idade.

Devo admitir que ela tem um ponto. Descartei todos os intrometidos da propriedade. E realmente a minha casa não tem um toque pessoal meu.

Observo ela falar com a cabeça baixa. Percebo que está envergonhada.

- E o Galego?

- O quê?

- Ele não é seu namorado?

Mas, porque que eu perguntei isso? Porque essa é a minha preocupação?

- Eu não sei do que o senhor esta falando.

- Esquece. Só saia daqui.

- E quanto ao meu...

- Tá! Vou dar uma chance. Sai.

Ela irritou-se. Como ousa? Deixo ela trabalhar e ela sai zangada. Deve afogar as mágoas no Galego.

E o que isso tem a haver. Porque penso nessa merda.

Gemo em frustração. O meu sinal de alerta está aceso. Essa criatura é problema.

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Comments

Rose Gandarillas

Rose Gandarillas

Almas que se reconhecendo!

2024-03-23

44

Lucia Maria

Lucia Maria

kkkkk o soldado já foi abatido

2024-04-24

0

Jaqueline Morares Moraes

Jaqueline Morares Moraes

esse Galego já era .o patrão gamou kkkk

2024-04-15

0

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