Capítulo 6

(Agenor)

Tento recuperar os meus sentidos, enquanto a minha mente vai ativando as minhas memórias. Ela sempre tem um roteiro trágico infalível. Primeiro traz momentos da minha infância, depois da minha adolescência, meu pai, Felicia, morte, vergonha, traição, perdas, hospital, solidão, bebidas, bar do Venâncio, Chalise, remédios, frio, escuridão e agora sinto o incómodo da claridade. O que significa que acordei.

Abro os olhos, sei que é bem cedo. O meu relógio biológico sempre funcionou muito bem aqui na fazenda. Percebo que dormir de calça, o que significa que não realizei a minha higiene. Que porco que eu sou.

Levanto e olho pela janela. Avisto esse lugar que sempre gostei . A minha cabeça começa a trabalhar fazendo um relatório mental de todos os compromissos e tarefas que preciso fazer. Muita papelada para pôr em ordem. Licenças e burocracias.

Corro para o banheiro. Faço a minha higiene e em seguida preparo-me para me arrumar. Porém, eu não contava com a pancada na minha cabeça, com algum troço duro, molhado e sujo.

- Que inferno!

- SOCORRO, SOCORRO

-PARA!

- TEM UM BANDIDO AQUI. SR. HUMBERTO. FERNANDO. CORRE.

- PARA.

- Seu moleque vagabundo. SR. HUMBERTO

Mas que droga, sinto a toalha escorregar do meu corpo, estou todo sujo e ainda tem essa pirada gritando. Que porra de azar.

A louca continua a gritar, puxo o esfregão das mãos dela e consigo imobilizar essa doida que não para de gritar. Bem na hora entra Humberto com mais 3 capangas.

Que merda de cena que eles estão a ver. Eu estou pelado e sujo, agarrando uma perturbada que não para de se esfregar e gritar.

-Menina que confusão é essa?

- Achei um arruaceiro aqui Sr. Humberto.

" Arruaceiro? Humberto conhece ela? Quem é essa louca e, porque não para de gritar?"

- Quem é essa maluca. E cala a boca.

É estranho ninguém responder nada. Talvez seja o choque de verem essa situação.

- Perdão Patrão.

Humberto não sabe onde enfiar a cara, de tanta vergonha.

- Rápido Sr. Humberto, ele quer me fazer de refém. Chama a polícia.

De repente ela se vira, após toda agitação, quando penso que ela vai acertar uma joelhada nas minhas partes, vejo a coragem se transformar em choque.

Só falta ela dizer que não sabe quem eu sou e ... Espera, essa lunática não sabe quem eu sou? Quem em sã consciência vai trabalhar em um lugar e não faz questão de conhecer os seus chefes?

Agora a praga não para de olha para a minha nudez. Quero esse ser longe daqui. Pois tudo que sinto é repugnância, ódio, ira.

Humberto conhecendo o meu temperamento tenta amenizar todo o circo armado.

- Patrão, desculpe-me. A moça não foi avisada que o senhor chegara.

- Não quero saber. Tira ela da minha fazenda.

A cara de despesero quase chega a ser cômico.

- NÃOOO.

- Venha minha filha.

- Senhor pelo amor de...

Não quis ouvir ladainha só preciso acabar com essa palhaçada.

- CAI FORA. SAIA DAQUI.

Vejo Humberto levando ela para fora do meu quarto, enquanto os outros seguem em procissão como se estivessem num velório.

Recolho a minha toalha do chão e preciso de outro banho, já que estou todo sujo e fedendo a pano molhado.

Ótimo! Segundo dia e outro show. Droga de vida.

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Comments

Yamagutte Maria

Yamagutte Maria

Si nem eles sabiam quanto mais a coitada da Mercedes!

2025-02-01

0

Maria Aparecida Nascimento

Maria Aparecida Nascimento

Coitada da Mercedes ninguém avisou ela

2025-01-27

0

Vanda Farias de Oliveira

Vanda Farias de Oliveira

Que situação constrangedora /Facepalm//Facepalm//Facepalm//Facepalm//Facepalm/

2024-12-25

1

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