Capítulo 13

Ele desceu rapidamente para o pé do morro com sua moto, lá Diego já pode ver o batalhão todo da polícia trocando tiro com seus homens, ele desceu da moto e foi se esgueirando pelos becos e muros, trocando tiros também. Os homens eram rápidos, mas ele era mais. Conseguiu derrubar uns quatro de primeira. Ele imaginou se Felipe estivesse ali, iriam competir para ver quem acertava mais, sorriu, mas continuou sua batalha. Os policiais também derrubaram alguns de seus homens, ambos atiravam para matar.

— Chefe, eles estão avançando!

Um dos homens se aproximou, fazendo sua cobertura. Eles estavam conseguindo avançar, mesmo com muitos de seus homens sendo derrubados. Obviamente os policiais eram mais bem preparados, com seus escudos, andavam um ao lado do outro, mais atrás já podiam ver tanques de operações especiais e a essa altura, dois helicópteros sobrevoavam a área, um de policiais e o segundo, da imprensa. Eles trocavam tiros, mas a medida que os policiais iam avançando, os homens de Diego iam recuando.

— Não quero posição de ataque, quero defesa.— Falou em seu rádio de comunicação.— Vamos os matando aos poucos, depois atacamos o que restar deles e não os deixem chegar perto de onde Jack está.

— Sim, senhor.— Responderam alguns em coro.

E estava sendo exatamente como o esperado. Diego se preparou anos para isso, apesar de evitar ao máximo. Seu morro era conhecido como intocável pela não invasão dos policiais, mas durante esse período ele esteve se preparando muito para que quando o fosse, os mesmos não conseguissem avançar muito. Viu alguns de seus homens ser atingidos, mas também viu muitos dos inimigos sendo derrubados e isso para ele era uma vitória. Diego também atirava e matava muitos deles, ao lado de seus homens.

Enquanto isso, Nádia e suas filhas estavam naquele quarto secreto, esperando ansiosamente pelo que viria a seguir, enquanto Alice assistia um desenho animado na televisão e Melissa dormia em seus braços.A mulher fingia estar acompanhando o desenho animado, mas por dentro sentia uma mistura de sentimentos ruins e pressentimentos. Ela não estava muito certa de que realmente não seria entregue para Alessandro, mas não teria muito sentido já que Diego estava atrás dele para o matar. Ela também estava preocupada se o homem sobreviveria para a tirar dali, tinha medo que fosse atingido por um dos tiros que escutou antes de descer para o esconderijo. E se ele morresse? O que seria dela e de suas filhas? Ficariam desprotegidas e então Alessandro logo as acharia.

— Mamãe.

Alice, como sempre a tirava de seus pensamentos com algum assunto aleatório.

— Oi, Alice.

— Por que a gente não sai?

— Ainda não podemos, lembra o que Diego disse? Está perigoso lá fora. Ele vai voltar para nos dizer quando poderemos sair.

— E se ele não voltar?

Nádia parou por um momento. E se Diego não sobrevivesse a isso? E se elas ficassem ali, esperando? Seu coração estava muito cheio de dúvidas e medos. Ela tinha muitos medos e alho dentro dela gritava para que saíssem dali, mas uma oura voz a advertia para ficar. Era uma guerra dentro da mulher entre ficar e esperar por Diego e sair. Um calafrio percorreu seu corpo.

— Ele vai voltar, ok?— Sorriu, tranquilizando-a.— Não se preocupe com isso.

Deu um beijo na testa de sua filha, tentando a fazer esquecer-se desse assunto, mas na realidade Alice já era mais esperta que sua mãe imaginava. Ela aprendeu a ser mais evoluída por conta dos anos de sofrimento que passaram ao lado de Alessandro, ver sua mãe sofrer a fez se preparar, evoluir. Alice sabia que em poucos anos ela também seria parte dos abusos de seu progenitor. Não, ela.ninca considerou-o seu pai, pois ele nunca lhe deu afeto, nunca lhe ofereceu nada além do mínimo para se manter e os gritos. Ele já tentou bater em Alice algumas vezes, mas em todas, Nádia entrava na frente e apanhava em seu lugar. Alice inclusive, muitas vezes chegou a acompanhar as cenas mais traumatizantes que Alessandro cometia contra sua mãe, escondida atrás de cortinas e móveis de casas pelas quais já passaram. Definitivamente era uma menina muito forte. Diante da negativa da mãe, ela simplesmente decidiu fingir que o assunto havia acabado e então decidiu se levantar.

— Vou ao banheiro.

Nádia apenas concordou, ajeitando Melissa em seus braços. A menina foi até o banheiro, enquanto sua mãe tentava se concentrar no tal desenho que passava na televisão, mas era impossível sua mente estar completamente ali, enquanto vários tipos de preocupações gritavam em sua mente. Foi então que ela ouviu um barulho vindo da pequena portinha que dava acesso para o esconderijo. Se assustou e logo se levantou, aproximando-se. Ouviu novamente o mesmo barulho, então Alice veio se aproximando dela, assustada. Diego não forçaria a entrada, ele tinha a chave do esconderijo. Elas então ouviram o barulho mais uma vez, alguém estava tentando entrar e esse alguém não era Diego. Nádia colocou a menina nos braços da irmã.

— Tomé Melissa, entre no banheiro e não sai de lá até eu te chamar.— Quase sussurrou. — Está entendendo?

— Estou com muito medo.

Os olhos de Alice já estavam cheios de lágrimas. Nádia sentiu uma pontada no peito por ver a filha com o mesmo olhar de quando seu pai chegava bêbado em casa, pronto pata atacar Nádia na primeira oportunidade. Passou a mão em seus cabelos.

— Eu sei, filha. Mas precisa ser forte agora, tá? Entre lá e não saia.

A menina balançou a cabeça e praticamente correu para dentro do banheiro com sua irmã ainda dormindo em seu colo. Enquanto isso, sua mãe ficou próxima a escada, escutando os barulhos de quem estava forçando a entrada, sem saber o que fazer. Suas mãos tremiam e seu peito parecia pesar, o coração batia forte, acusando forte medo. Naquele momento, várias coisas passavam por sua cabeça, uma delas era se Alessandro tinha vindo atrás delas, para se vingar. Seus olhos já estavam cheios de lágrimas e então, quando a pequena porta se abriu, um clarão veio em seu rosto e uma figura masculina no meio dela. Era um homem fardado, um policial, ele a encarou com uma carranca, imaginando que ela deveria ser mulher de bandido, mais especificamente de Perigoso e era por esse motivo que estava escondida ali. Ele então se sentiu enraivecido e apontou a arma em sua direção, assustando Nádia.

— Sobe!

Ordenou. A mulher obedeceu quase que imediatamente, subindo as escadas e saindo para fora do quarto. Ela alcançou a grama verde do solo. Nesse momento o policial nervoso já nem sabia mais o que estava fazendo, a adrenalina percorria seu corpo enquanto pensava em se vingar de Perigoso na mulher dele. Sim, ele pensava que eram um casal, obviamente porque o esconderijo onde encontrou Nádia era no quintal da casa de Perigoso.

A guerra entre policial e traficantes já estava quase no fim, Perigoso deixou a situação controlada e estava indo em direção a sua casa, estava ansioso para saber como Nádia e as crianças estavam. Ele entrou em sua casa, percebendo que foi invadida. Sentiu um gelo em seu coração, sacou a arma e foi caminhando em direção ao esconderijo devagar.

— Sobe!— Ele ouviu o grito do homem e se escondeu atrás da parede, vendo a cena.— Então você que é a vagabunda, mulher de bandido, né? A mulher do Perigoso!

— Não, senhor.

— Cale a boca!— Ele passava a mão no cabelo, nervoso.— Eu vou te matar só pra atingir aquele verme.

Nesse momento, Perigoso apareceu com a arma apontada para o policial, que assim que o viu, imobilizou Nádia em seus braços.

— Deixe as mulheres de fora disso, Jack!

Ele não sabia como.o desgraçado escapou, mas agora estava ali, imobilizado Nádia com uma arma apontada em sua cabeça. Por.um momento Diego sentiu um medo absurdo de que a arma fosse disparada e ele perdesse Nádia, mas Jack estava em sua mira e qualquer passo em falso, não teria tempo nem de pensar em atirar.

— Eu vou matar quem você ama, você matou meus homens.— Ele riu, descontrolado

— Pare com isso, sou eu quem você quer. Estou aqui. Larga ela.

— Se prepara para morrer, amor.

Jack sussurrou no ouvido dela, seguido de um beijo em seus cabelos. A mira de Perigoso estava apontada para a cabeça do policial corrupto, estava com o dedo no gatilho e iria atirar. Ele estava prestes a apertar o gatilho quando a criança apareceu.

— Mamãe?

Os olhos de Jack se voltaram para lá. Então eles tinham filhos? Como Jack não o soube? Um barulho de tiro foi ouvido.

— NÃÃÃOOOO!!!

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Comments

Vitoria Barbosa

Vitoria Barbosa

meu deus que criança burra

2024-06-01

0

Tânia Campos

Tânia Campos

É isso que dá crianças que não obedecem,
Ela mandou ficar dentro do banheiro com a irmã,
Saiu, porquê?

2024-01-09

3

lucia caramão

lucia caramão

ai nao deixa as meninas morrem

2023-12-31

3

Ver todos

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