Capítulo 7

Nádia engoliu seco ao ouvir as palavras de Diego. Ela apenas concordou com a cabeça, sentindo um calafrio subir por sua espinha.Nao tinha jeito, teria que acompanhar o homem onde quer que quisesse a levar. A mulher torcia para que ela é suas filhas não estivessem pagando por um erro que Alessandro cometeu.

— O que quer comigo?— Perguntou.— Por favor, só peço que não faça nada de mal a elas.

Diego juntou as sobrancelhas. Então, quer dizer que Nádia pensava que ele queria fazer mal a alguma das três? Não. Ele jamais seria capaz disso.

— Só quero conversar com você.

— Sobre o Alessandro?— Ela estava evidentemente amedrontada.— Olha, eu e minhas filhas não temos nada a ver com o que ele pode ter feito.

Ela deixou escapar. Bingo! Diego sorriu disfarçadamente assim que os olhos dela cresceram um pouco com a surpresa do que deixou escapar. Ele deu mais um passo em sua direção, Nádia segurou Melissa firmemente em seus braços e suspirou. Ela sabia que Alessandro a mataria assim que descobrisse que revelou o segredo que ele guarda a anos. Não, ninguém além de Alessandro, Nadia e Bárbara, a mãe de Nádia. Bárbara era uma usuária de drogas, que vendeu a filha para o homem que agora dizia-se ser seu marido, por alguns entorpecentes e dinheiro.

— Relaxa, boneca.— Ele pegou uma mecha de seus cabelos entre os dedos, mas Nádia tratou logo de se desvencilhar, afastando-se levemente. — Não vou fazer mal nem a você e nem as suas filhas. — Ele tratou de frisar a última palavra, dando certeza a ela de que escutou. Passou pela mulher e parou na porta do carro, abrindo a porta traseira.— Agora, se puder me acompanhar.

Ela se virou, encarando-o. Seu jeito era arrogante e galante ao mesmo tempo. O sorriso a meio fio em seus lábios, brincando, mas ao mesmo tempo escondendo seus belos dentes, a fazia se sentir atraída. Os olhos dela passearam involuntariamente pelo seu corpo, só agora se deu conta de que o homem estava sem camisa, deixando o peitoral a mostra. Ela passeou rapidamente os olhos pelo abdômen definido, mas logo voltou a encarar os olhos negros e hipnotizantes.

— Eu tenho escolha?

Perguntou, mais para si mesma, Diego não conseguiu conter o riso, mas logo se recompôs, ainda galante e selvagem ao mesmo tempo.

— Acho que não, Boneca.

Nádia bufou, odiou o apelido que acabara de ser agregado a ela. Boneca? Ela parecia ser frágil pro um acaso? Diego não sabia nem metade do que já teve que suportar por causa de Alice e posteriormente Melissa. Suas filhas eram a única razão pela qual se mantinha viva e em "segurança", na medida do possível. Não fossem elas, Nádia não saberia nem se ainda existiria todos estes agonizantes anos. Olhou para Alice ao seu lado, a menina parecia perdida, mas ao mesmo tempo com medo. Nádia também estava, mas tinha que ser forte por elas e não demonstrar. Apertou a mão da mais velha, que a encarou no mesmo instante. Deu-lhe um pequeno sorriso, dando a entender que tudo ficaria bem, mas a verdade era que Nádia pensava que não. Ela pensava que os criminosos iriam descontar nelas, algum erro que Alessandro poderia ter cometido. Mesmo assim, ela seguiu com as duas filhas em direção ao carro e entrou. Diego fechou a porta, satisfeito, logo deu a volta no carro e dirigiu em silêncio em direção ao seu "escritório". Ele só queria tirar tudo isso a limpo logo e matar Alessandro, caso ele fosse um verme como o seu pai.

Enquanto isso, ele tinha mandado Felipe para ir atrás de Ale, na boca. Era para ele estar trabalhando, mas não foi assim. Matador (vulgo de Felipe) não o encontrou lá quando chegou.

— E aí, brother?— Cumprimentou um dos seus comparsas que trabalhava na loja.

— Fala, Matador! Suave?— Cumprimentou de volta, logo voltando a contar o dinheiro em sua mão.— Tá fazendo o que aqui? Você nunca cola aqui.

— Tô atrás do Ale.— Olhou em volta.— Viu ele por aí?

— Esse mano aí colou aqui mais cedo, mas sumiu depois que a mulher dele passou na rua com duas menininhas.— Encarou Felipe.— Esse mano é Zé, Matador, o cara não trabalha, não quer ajudar nós em nada e ainda some? Na moral, mesmo? Não confia nele para a contabilidade não, em! Vai pegar o dinheiro da loja e dar sumiço.

Felipe riu, de longe já se via que Alessandro não era confiável. Ele iria cair na armadilha, mas Diego não tinha paciência, queria logo descobrir se ele era ou não verme e acabar com sua vida, caso a resposta fosse sim. Ele não tinha paciência com vermes, Diego não tolerava homens violentos com suas mulheres ou até pior em seu morro. Para ele, homem tinha que ser valente homem, com seus inimigos, etc.

— Tô ligado, já. Mas, aí, já vou nessa. Tenho que achar esse piolho, Perigoso tá atrás dele.

— Aprontou já né?

Os dois riram, confirmando.

— Quase certeza que sim.

— Eu sabia, não gostei dele desde o primeiro dia. Esse acaba é verme, mas vai lá, depois nós troca um papo.

— Já é.

Felipe foi até sua moto, subiu nela e pilotou até a casa de Alessandro. Ele estacionou em frente e logo ouviu um barulho alto de dentro da casa, como se tivessem deixado cair algo no chão. Desceu da moto e entrou direto, pois a porta estava aberta. Ele logo encontrou com Alessandro saindo de dentro do quarto. A casa estava muito bagunçada, tudo fora de lugar e Alessandro tinha a expressão muito preocupada, entregando que ele tinha sim, algo de errado. Felipe disfarçou. Piscou algumas vezes antes de falar, iria tentar não causar alarde, para convencer Alessandro a ir com ele de encontro a Diego e afinal de contas, estava sozinho, iria ter uma luta corporal muito intensa ali se ele tivesse que levar Alessandro a força.

— Tá fazendo o que aqui?

— E aí, cara. Fui atrás de você na loja, mas você não estava. O que aconteceu?

— Estou procurando minha mulher, minha filha e minha cunhada.

— Elas estão com o Perigoso.— Tentou ser o mais natural possível.— Parece que Nádia se machucou feio, ela caiu do escadão e quem ajudou ela foi Perigoso, agora ele esta esperando você pra trazer elas.

— Você pensa que me engana?

Alessandro riu, riu diabolicamente. Sem que Felipe percebesse ele sacou uma arma e atirou sem pensar duas vezes. A primeira bala acertou o ombro de Felipe e a segunda acertou o estômago. O homem sentiu que o ar saiu de seus pulmões e caiu para trás na mesma hora. Ele tentou sacar sua arma para se salvar, mas Alessandro foi mais rápido e pegou sua arma.

— Eu sei que vocês estão planejando me matar, sei que já sabem sobre tudo e também sei porque Diego levou Nádia e minhas filhas, mas avisa para aquela puta que eu vou voltar e matar as filhas dela na frente dela e depois eu mato aquela piranha também.

Alessandro deu uma coronhada muito forte na cabeça de Felipe, o que o fez desmaiar na mesma hora. Ele sabia que era questão de minutos até estar vários homens na frente da sua casa, não só porque Diego já havia alertado a favela toda por causa dele, mas também por causa dos tiros que foram disparados lá dentro, pois foram ouvidos a distância. Ele correu para fora, pegando a moto de Felipe e descendo o morro, não estava sozinho ali dentro, ele tinha seus ajudantes que já tinha deixado uma brecha na segurança do morro para sua fuga. Enquanto fugia, Alessandro já se imaginava voltando e matando Nádia, despedaçando seu corpo, a fazendo sofrer. Ele iria fazer atrocidades com ela e com as crianças, sua vingança teria que ser cruel.

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Comments

Vitoria Barbosa

Vitoria Barbosa

autora não deixa isso acontecer 🥺🥺🥺

2024-06-01

0

Jeovana Nicolau ferreira

Jeovana Nicolau ferreira

autora por favor deixa ele fazer mal as crianças

2024-03-29

0

Tânia Campos

Tânia Campos

Que merda,
Que o Matador não morra,
Que bandido mole,
Não fez jus ao nome.

2024-01-09

2

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