Está pior ainda

 

 

 

    No dia seguinte Belizário pede que fiquem para depois do almoço para que possam ter uma discussão sobre quais métodos que irão usar para manter o lugar seguro mesmo com a entrada de pessoas desconhecidas.

_ Estamos aqui para elucidar formas de receber os novos colaboradores. Alguém pode nos dizer o que podemos fazer para que não ocorram problemas?

_ Devemos receber a todos com muito carinho e hospedar cada um com suas famílias. Isso lhes dará uma sensação de conforto e confiança. Logo em seguida pediremos que fiquem a par das regras e avisamos as funções disponíveis para trabalho. Depois disso podemos observar seus desempenhos e comportamentos para tomar uma decisão definitiva de quem fica e quem volta. Sim! Acho que concordamos que todos devem produzir.

_ Concordo Marina! Alguém mais?

_ Vamos coletar informações sobre os moradores...

_ Não se preocupe quanto a isso! Já detemos de toda informação necessária! Preciso que você e seu irmão fiquem responsáveis por abordar cada família e trazer em segurança. Precisaremos ligar o sistema de defesa. Tudo isso precisa ser feito com urgência!

_ Tudo bem por mim! Vamos precisar de Paula. Marina fica aqui enquanto trazemos eles para deixar sobre seus cuidados no hospital. Vou checar as informações e ainda hoje te passo uma ideia de como faremos.

_ Perfeito Júlia! Alguém mais tem algum acréscimo?

_ O Senhor tem os dados dos vizinhos?

_ Sim Natália!

_ Então são quantas famílias?

_ Dezesseis. Por quê?

_ Sempre soube e nunca disse nada?

_ Sobre o que está falando? Acabamos de chegar, ainda nem deu tempo todos nos conhecermos bem! Ainda estamos no processo de criação de intimidade! Tem mais uma coisa que vocês não sabem. A maioria dos moradores dessa localidade eram ajudados, pouco tempo depois muitas outras pessoas apareceram buscando por ajuda. Muitos se instalaram nas redondezas e para evitar a criação de uma nova repartição preferirmos interromper. Isso gerou uma revolta causando uma pequena invasão.

_ Agora as coisas são diferentes! Os moradores estão com medo! Sabem que estrada a fora as coisas estão piores e tem mata para todos os lados. O ideal é se sentirem protegidos assim como nos sentimos, depois iremos buscar o melhor em cada um deles, não devemos julgar antes de receber eles. Aposto que entre eles devem ter bons caçadores. Na oficina de carpintaria não tem ninguém, onde vocês acham que podemos achar bons carpinteiros?

_ Natália minha filha! Vou ter que tirar meu chapéu para você. Tenho que considerar, você está certíssima! Só que preciso ser mais um pouco específico. Pessoas com caráter corrompido não medem esforços para derrubar quem consideram seus inimigos. Se nossas informações começarem a nos deixar felizes tudo bem, mas tem muita coisa acontecendo lá fora e penso o tempo todo o quanto somos privilegiados. Também tenho pessoas que amo aqui, quero proteger a todos, sei que quanto mais ajuda melhor. Mas não considera que possam criar um motim, ou podem até matar para assumirem a liderança? Isso tudo deve ser considerado.

_ Posso ser sincero?

_ Deve meu filho.

_ E se colocarmos escutas em alguns lugares. Podemos deixar isso entre nós mesmos ok? Acho que se colocarmos escutas em lugares estratégicos conseguiremos saber o que dizem na ausência de todos.

    Sugere Gustavo.

_ Essa parte eu não entendo muito! Acho que deve falar com a Hellen sobre isso meu filho.

    Responde Roberto.

    Continuaram uma longa conversa até a hora da janta e a noite mais uma vez chega.

 

    Na estrada o viajante solitário seguia com sua caminhada até cair para fora do asfalto. Ficou preso em uma parte lamacenta e para piorar alguns cipós e galhos o prendiam cada vez que se mexia. Está não muito longe da propriedade, algumas raposas selvagens podem sentir seu cheiro. Apesar da mata ser extremamente fechada, ainda assim, conseguiram avançar um território considerável ao longo desses anos. Cinco delas estão em busca de comida, o viajante exala um cheiro que aos seus olfatos parece ser delicioso. Foi preciso poucos minutos para que conseguissem localizar de onde vinha. O tamanho da presa não é como os de costume, mas o cheiro lhes parece divino para não tentar tirar ao menos uma mordida. Elas o cercam, enquanto ele as ignora. Rodeiam ele até que aos poucos notam se tratar de uma presa fácil. Mordem repetidas vezes até conseguirem alguns pedaços para matar suas fomes e voltar para suas tocas.

 

    De manhã Natália vai até o quarto de Gustavo para fazer com que acorde.

_ O que foi? Eu estava num sonho tão legal.

_ Vamos na casa do saber?

_ Fazer o que?

_ Checar as informações que o senhor Ferraz nos disse ontem!

_ Mas o que você precisa saber?

_ Tudo! Depois você pode dormir mais.

_ Tá! Deixa eu escovar os dentes e colocar uma roupa.

_ Não demora! Vou te esperar na sala.

    Natália desce para sala e encontra com Júlia e Paula tomando café

._ Bom dia! Cadê o resto do povo?

    Pergunta Natália ao se aproximar.

_ Bom dia! Também não sei. Ontem foi cansativo, devem estar descansando um pouco mais. E você minha linda? Como você se sente?

_ Descansei bem tia.

_ Me refiro aos pais da menina. Você sabe que não foi culpa sua né?

_ Me sinto mal por isso! E para falar a verdade, sinto um pouco de raiva do senhor Belizário. Mas não quero pensar assim. Se ao menos tivesse dito que o sistema de defesa estava ligado.

_ Uma hora vai passar. Vai ver!

    Diz Paula.

_ Assim espero!

    Natália responde triste.

_ Mas me diga por que está acordada tão cedo?

_ Vou na casa do saber com Gustavo. Não consigo me conter de tanta curiosidade sobre como estão as coisas lá fora! Não sei não, mas confiar nas coisas que estão nos contando me parece errado!

_ Não está errada em pensar assim! O mal de todo ser humano ainda que o mundo acabe, sempre será não buscar o conhecimento por seus próprios anseios.

    Diz Paula.

_ Cheguei!

    Desce Gustavo.

_ Até que dessa vez você foi rápido. Vamos!

_ Espera! Não vão tomar café?

_ Daqui a pouco tia!

_ Não senhora! Espera um pouco que vou pegar alguma coisas para levarem.

_ Tá bom então!

_ Gustavo? Você tá quieto demais!

_ É que ainda não acordei totalmente tia.

    Júlia acha engraçado Gustavo fingir estar dormindo de pé. Paula entrega o lanche deles.

_ Valeu tia! Vamos Gustavo.

    Ao abrir a porta Natália da de cara com César.

_ Bom dia minha jovem!

_ Bom dia!

_ A Paula está acordada?

_ Olha lá!

    Gustavo abre mais a porta e aponta para Paula.

_ Obrigado!

_ Por nada! Vamos logo Natália.

    Eles seguem até a casa do saber e César entra na casa.

_ Bom dia meninas!

Paula o olha tentando disfarçar sua vergonha.

_ Bom dia César!

_ Oi Júlia. Como está?

_ Bem! E você?

_ Vou bem também.

_ Veio falar com o senhor Ferraz? Vai ter que esperar um pouco, só estamos acordadas Paula e eu!

_ Na verdade vim falar com a Paula mesmo!

_ O que houve?

_ Nada Paula! É que... Quero saber se... Gostaria de fazer uma caminhada comigo.

    Júlia entende o que está acontecendo. Olha para os dois com muita expectativa, esperando que Paula diga sim.

_ Fico grata com o convite. Mas não me sinto bem no momento. Podemos deixar isso para outro dia?

_ Não senhora! Vai lá com ele sim.

    Júlia chuta Paula por debaixo da mesa. Paula olha para ela entendendo.

_ Tá legal! Só não podemos demorar muito, temos que resolver sobre os vizinhos logo. Senta aí que te trago um café.

_ Não precisa Paula! Antes de sair preparei um café reforçado.

_ Então vamos! Já terminei o meu.

_ Não se preocupem com a hora! Vou esperar Roberto descer, depois que resolvermos como prosseguir te passo tudo certinho!

 

    Natália e Gustavo chegam na casa do saber.

_ Vamos entrar em silêncio Gustavo!

_ Mas eu não disse nada!

_ Só estou avisando.

    Eles entram e se sentam no computador.

_ Será que precisa de senha?

_ Creio que não! Na verdade espero que não!

    Ligando o computador percebem que alguém está entrando na sala.

_ Bom dia!

_ Bom dia tia Hellen!

_ Bom dia!

_ Natália! Você está tão bonita! Devia deixar os cabelos soltos mais vezes.

_ Obrigada!

_ Hoje vocês vão estudar?

_ Hoje? Sim! Estamos estudando.

_ Então fiquem à vontade! Qualquer coisa que precisarem é só chamar. Aqui entre nós? Não aguento mais ficar aqui o dia inteiro sozinha.

_ Imagino! Vou ajudar Gustavo com um dever. Sabe como é! Sempre sobra pro irmão mais velho.

_ Há sim! Se quiserem ajuda.

_ Estamos bem! É fácil. Mas de qualquer forma obrigado.

_ Por nada Gustavo! Então estou na sala ao lado.

    Hellen vai para outra sala.

_ Você sabe como acessar os dados?

_ Acho que sim!

_ Ainda bem que te chamei. Na verdade eu não sei.

_ Deixa comigo! O que você quer ver?

_ Os arquivos recebidos de fora. E quero saber se podemos ter acesso as câmeras ao vivo.

_ Esse tipo de acesso somente na sala de monitoramento. Aqui estão os dados já recolhidos.

_ Como você sabe disso?

_ Lendo os manuais e perguntando por aí.

_ Então vamos ver o que tem sobre a cidade que eles estava falando.

_ Certo! A cidade mais próxima... Achei!

_ Ache os vídeos.

_ Um minuto! Acessar, confirmar. Tem milhares de vídeos!

_ Abre qualquer um. Vamos ver se as coisas por lá estão tão ruins assim como diz o senhor Ferraz.

   Abrindo o primeiro vídeo eles ficam chocados.  

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