Protejam-se Deles

Protejam-se Deles

Nada de festa

 

 

 

 

_ Maria! A mamãe já te falou várias vezes que não é educado comer de boca aberta.

    Maria, a filha caçula dos Santos tenta manter a postura segurando forçadamente o choro.

_ Pai? Olha o que o Gustavo fez na toalha de mesa.

    Natália, a filha mais velha, chama a atenção para a bagunça que o irmão acaba de fazer.

_ Gustavo?

_ Você fez onze anos ontem, já pode começar a se comportar como um rapaz. Nem a Maria com quatro anos faz isso, você Natália, ajude e ensine antes de dedurar. Hoje você tem dezesseis anos, mas não foi muito tempo atrás que vivíamos atrás de você juntando tudo que tirava do lugar, seu apelido era pequeno dilúvio.

    Marina

e Roberto

se conheceram a mais de vinte anos e estão juntos desde então. Ele é um excelente arquiteto, tem uma visão futurista e auto sustentável. Marina cedeu a pressão dos pais, não queria ser médica, seu sonho sempre foi ser cantora, tomou gosto pela profissão assim que salvou sua primeira vida. Sempre canta nas horas vagas, apesar de ser difícil ter um momento só seu.

_ Mamãe? Tem mais mel?

_ Não coma tanto mel Maria. Pode te dar dor na barriga. Você não é uma abelha certo?

_ Não!

_ Até porque as abelhas tem bulimia e você não!  

_ O que é bumilia?

_ Algo que não exige sua preocupação minha filha. Natália? Sério mesmo? Você quer que eu explique para ela o que é?

_ Desculpa pai. É que eu vi em um documentário...

_ Depois quero saber mais sobre isso. Agora tenho que ir.

    Roberto pega a pasta que estava ao lado do seu pé direito e beija a testa de todos.

_ Amor? Mais tarde vamos assistir o filme mesmo?

_ É só preparar a pipoca, escolher um filme, aliás, eu escolho, o último que você escolheu foi péssimo.

_ Eu sei! Todo mundo dormiu e não eram nem dez horas. E você seu engraçadinho, foi o primeiro que eu vi!

    Roberto dá um sorriso, beija Marina novamente e se despede.

_ Mãe? Posso passar na casa da Clara depois da escola?

_ Não! Lembra que ficou de buscar a Maria na creche? E hoje é minha folga, quero aproveitar ao máximo meu dia. Tenho tanta coisas para fazer que nem sei por onde começar.

_ Mas...

_ Não me venha com mas. Eu sei que você quer ir para casa da Clara porque o Guilherme estará lá, nada contra você estar encantada com esse rapaz. O problema é seu pai, confio em você e sei que irá pensar em mim antes de fazer algo que se arrependa, mas seu pai irá te martelar até que fique rente a madeira.

_ E eu faço o que hoje?

_ Bom! Depois que você e Natália chegarem do colégio, já terei adiantado pelo menos umas três lojas, o aniversário é seu Gustavo, mas quem está resolvendo tudo? Então só peço a vocês que aguardem eu chegar para arrumamos o que der, a Maria só estará em casa no fim da tarde, então temos esse tempo para trabalhar em conjunto. Pode ser?

_ Tudo bem!

_ Caso não tenham mais nenhuma dúvida ou pedido podemos ir! Deixem a mesa aí mesmo, não vai dar tempo de arrumar sem que nos atrasemos, resolvo isso na volta.

   Sexta-feira está seguindo normalmente, nada em absoluto fora dos eixos. Marina deixa Gustavo e Natália na escola, segue sentido centro da cidade para deixar Maria na creche e depois segue para cumprir com suas visitas.

_ Oi amor! Esqueci de te falar do painel. Não irei conseguir buscar, pode quebrar essa? Não esquece de me responder.

    Marina manda um áudio para Roberto.

_ Merda! Essa rua não tem jeito mesmo, sempre engarrafada. Imagine quando esses prédios ficarem prontos. Mais carros, mais trânsito.

    Ela liga o rádio, deixa na mesma estação de sempre, a música que toca no momento é Imagine de John Lennon. Ela arrisca algumas letras, balança os ombros junto a melodia e olha para o trânsito tentando não se deixar levar pela raiva. Apesar de estar se sentindo extremamente frustrada com a demora muito mais excedente que a de costume, resolveu firmemente que isso não iria estragar seu dia. Depois de muito custo, chegou na primeira loja.

_ Bom dia! Gostaria de falar com a Sandra.

_ Oi? Você deve ser a Marina. Sou eu mesma que vou te ajudar, a Sandra vai se atrasar e pediu para que eu lhe atendesse.

_ Entendo! Quase não cheguei também, pensei em desistir com tanto congestionamento.

_ Tudo que foi solicitado já está separado. A única coisa que não temos são os saquinhos na cor azul.

_ Sem problemas!

_ A senhora prefere ver outras cores?

_ Imagine você que meu filho pediu que a decoração fosse em três tons de azul. Eu não sei de onde ele tirou isso, por isso que especifiquei tudo azul, terei que ver na outra loja mesmo.

   Depois de resolver tudo Marina sai da loja e entra no carro. Ao olhar o celular, vê que Roberto deixou uma mensagem de voz.

_ Amor! Está tudo bem por aí? Estou vendo que algumas pessoas desmaiaram próximo as barcas. Por onde você está? Acho melhor você ir para casa, estão dizendo na tv e sites que parece algo grave.

    Marina liga.

_ Amor! Se eu não resolver isso como vou fazer depois?  Faltam dois dias apenas. Deve ser esse calor absurdo que está fazendo.

_ Não importa! Ou você vai para casa agora ou eu mesmo vou aí te buscar! Passa no caminho e pega as crianças. Vou arrumar uma desculpa aqui e ir para casa em uma hora no máximo.

_ Tudo bem! Mas não precisa ficar nervoso assim.

_ Liga o rádio... Melhor, vou te passar um link.

    Marina recebe o link e abre. logo antes de ler, algo em seus pensamentos denota que não seriam notícias falsas devido a credibilidade do site. Nele uma repórter diz:

_ “As informações são de que a polícia militar conteve cerca de seis homens e duas mulheres que estariam agredindo os que passavam sem que houvessem motivos, dezenas de pessoas estavam desmaiando na praça quinze. Todos foram levados para o hospital. Alguns passageiros da companhia Barcas S.A. desmaiaram durante o percurso da viagem, outros após desembarcarem.”

    Acompanhando a notícia Marina podia ver algumas pessoas no chão sendo socorridas, assim pôde ver que as coisas não estavam indo bem como havia imaginado.

_ Amor! Vou buscar as crianças, mas só para te ver mais tranquilo. Sinceramente acho que não é nada com que nos preocupemos.

_ Tá bem amor! Te vejo em casa logo, depois te ajudo a resolver tudo que quiser, faz o que eu estou te pedindo só dessa vez.

    Marina volta o trajeto com menos trânsito que antes.  Na creche arrumou uma desculpa qualquer, pegou Maria e em seguida passou na escola, colocando Natália e Gustavo no carro. Sem querer demonstrar nervosismo, ela dirige para casa.

_ Mãe? Está tudo bem?

_ Está sim querida!

_ Eu te conheço mãe! Eu sei que você não está bem! Estamos assustados, o que aconteceu?

_ Nada demais Natália. Seu pai irá chegar em casa logo. Enquanto isso sem perguntas ok?

_ Tá!

_ Mas eu nem cheguei a lanchar!

_ Pode comer no carro Gustavo! Mas somente dessa vez.

    Todos chegaram em casa. Marina se sentou no sofá da sala, ligou a tv para ver alguma notícia sobre o ocorrido. Nos principais canais falam sobre uma possível pandemia, um vírus desconhecido que tem se espalhado rapidamente no Rio de Janeiro. O repórter do estúdio de gravações acaba de anunciar a chegada de uma equipe de filmagem  na Praça Quinze de Novembro quase que preparada para entrar ao vivo, Marina esquece os barulhos que as crianças estão fazendo, não desviando sua atenção na tela nenhum segundo.  Finalmente a equipe entra ao vivo, a repórter parece desenvolver as mesmas informações já cedidas, nada que já não soubesse, ela percebe que estão segurando a audiência com mero preenchimento de tempo e desliga a TV.

    Ela liga para Roberto.

_ Oi? Já está vindo para casa?

_ Oi amor!  Estou indo agora mesmo. Está tudo bem?

_ Não muito bem. Meu dia está sendo muito diferente do que calculei, muito mesmo! Não tem nada de novidade sobre o ocorrido, acho que foi exagero da sua parte. Agora estou em casa sem saber o que fazer, não posso levar as crianças para resolver os preparativos da festinha, do jeito que está não farei mais nada. Ainda preciso avisar um monte de gente que cancelaremos.

_ Amor? Calma! Estou indo para casa e falamos sobre tudo. Vou desligar, não posso dirigir falando com você, estou quase chegando em casa.

_ Tá! Beijo.

    Marina se levanta e vai organizar a louça que havia deixado.

_ Crianças!

    Todos atendem o chamado indo para cozinha.

_ Vocês estão em casa hoje, mas não significa que não irão cumprir com suas obrigações. Natália e Gustavo irão me ajudar a recolher as louças da mesa, terminando isso, quero que peguem seus cadernos e passem a limpo suas matérias.

_ Mas mãe? Eu ia pedir para jogar videogame agora!

_ E vai jogar! Assim que terminar suas lições.

    Natália e Gustavo terminam de ajudar com a mesa e começam os estudos a contragosto.

_ Maria fica aqui comigo para fazermos o almoço juntas, o que você acha?

_ Mas eu não sei fazer comida!

_ Por isso quero você aqui comigo. Pode ser?

    Marina separa um pequeno pote de feijão para mero entretenimento. Pediu para retirar qualquer coisa que não fosse feijão e separasse a parte. Seguiu nos afazeres até que Roberto chega em casa.

_ Cheguei! Tem alguém com vontade de comer chocolate?

_ Eu!

    Maria responde antes dos irmãos.

_ Eu também!

_ E eu.

    Responde Gustavo por último com um certo descontentamento.

_ Roberto!

    Marina chama a atenção do marido com um olhar fixo sobre a bancada quase toda ocupada com legumes e verduras.

_ Mas amor! Deixa só hoje. Já sei, dou um pedaço pequeno para eles e depois do almoço eles comem o restante.

_ Tá bem!

_ Você tem alguma novidade sobre o ocorrido no centro?

_ Eu cheguei a ligar a televisão para ver, mas tudo que diz é o mesmo. Ninguém sabe a causa em si.

_ O cara lá do trabalho vem de barca todos os dias. Ele disse que quando a confusão começou na Praça Quinze, já estava aguardando para embarcar e como estava cheio não deu para ver muito. Disse que algumas pessoas estavam falando que chegaram a ser agredidas sem saber o motivo. Alguns desmaiaram no percurso até a Praça Araribóia, depois na saída da barca e que alguns convulsionavam e vomitavam.

    O telefone de Marina toca e ela atende no viva-voz

_ Oi Paula?

_ Oi Marina! Está podendo falar?

_ Sim, Pode falar.

_ A equipe hoje está sobrecarregada. Temos alguns pacientes aqui que estão dando um trabalho extra. Tivemos que amarrar eles, mas não sabemos o que fazer. Tem como você vir hoje?

    Roberto está de frente para ela acenando que não de forma desesperada.

_ Não posso! Estou sozinha com as crianças, tenho que terminar o almoço ainda. Estamos numa loucura aqui em casa. Mas se precisar de mim amanhã vejo o que posso fazer.

_ Tudo bem então! É que alguns funcionários faltaram e realmente está puxado.

_ A única coisa que posso desejar é boa sorte. Desculpa amiga, mas não posso ajudar.

_ Está bem! Então até logo.

_ Até.

_ Marina! Precisamos saber o que está acontecendo agora!

_ Você me parece muito preocupado. Eu poderia ter ido ajudar e você ficaria aqui cuidando das crianças.

_ Me escuta! Alguns desses pacientes podem ter vindo desses da Praça Quinze?

_ Senão todos! O hospitais mais próximos tem preferência sempre.

_ Liga para a Paula!

_ Para quê?

_ Para coletar informações.

_ Roberto! Promete que depois que eu fizer o que você está me pedindo, irá parar com tudo isso que está fazendo.

_ Só liga! Por favor.

    Ela retorna a ligação para Paula.

_ Oi Marina?

_ Oi Paula. Então! Eu quero tirar com você uma dúvida. Tem algum paciente vindo da situação das barcas?

_ Estamos sobrecarregados justamente por isso! Não temos prognósticos, não sabemos com o que estamos lidando, tem algumas equipes de reportagem aqui fora cobrando respostas...

_ Mas e sobre o sintomas desses pacientes?

_ Temos oito deles aqui! Todos apresentaram convulsões, febre, baixíssimos batimento cardíaco, palidez, delírios e a maioria tem vomitado um líquido escuro. Os que acordam apresentam agressividade, olhos opacos. Um deles mordeu uma enfermeira, algum tempo depois ela desmaiou. Não temos certeza, mas parece que a contaminação do que quer que tenha neles passou-se através da mordida.

_ Nossa que loucura!

_ Tenho que ir!

    Antes de desligar Marina e Roberto ouvem no fundo alguém gritar loucamente.

_ Quando ela disse que estava uma loucura eu não imaginava assim.

_ Crianças! Venham aqui.

    Natália e Gustavo aparecem.

_ Vocês precisam ouvir o papai e obedecer sem questionamento. Ok?

    Respondem sim com a cabeça. Marina não está entendendo onde Roberto quer chegar.

_ Vamos fazer assim. Natália ajuda a Maria a juntar uma bolsa de roupas, depois junte as suas! Gustavo a mesma coisa.

_ Eu tenho que pegar para quantos dias?

_ Boa pergunta filho. Pode pegar para uma semana. E não esqueçam de pegar roupas de frio. Vamos viajar.

_ Roberto? Você acha que estamos correndo perigo em ficar aqui?

_ Tenho certeza! Pensa comigo. Se algumas pessoas desmaiaram no centro do Rio, outras nas barcas, outras no centro de Niterói. Isso quer dizer que os bairros adjacentes já estão comprometidos. Você ouviu ela falar dos sintomas, vai dizer que estou exagerando?

_ Não! É que nós temos policiamento, profissionais de saúde preparados.

_ Preparados para um surto de raiva? Ou melhor, preparados para uma doença desconhecida? Imagine amanhã como isso já terá desenvolvido.

_ Existem alguns sintomas parecidos com o vírus da raiva. Confusão mental, agressividade, alucinações, convulsão, febre. Mas esse contaminação não se dá tão rápido. Não assim!

_ Isso é pior! Vamos deixar esses questionamentos para depois. Precisamos deixar tudo pronto para sairmos de Niterói hoje mesmo!

_ E para onde iremos?

_ Você se lembra de um projeto que eu estava envolvido a uns seis ou sete anos atrás?

_ Sim! Para aquele homem podre de rico. Aquele esnobe que me apresentou naquele jantar.

_ Ele pediu para projetarmos uma casa auto sustentável, queria que servisse como um modelo para as casas do futuro. O que você não sabe, é que ele pediu para não declararmos um espaço  subterrâneo enorme! Disse que ficaria me devendo por isso. Não trabalho por debaixo dos panos, porém, me ofereceu uma quantia relevante. Nossa casa não foi comprada com anos de economia, eu menti para não gerar desentendimentos entre nós. A questão é que lá tem um tipo de bunker com comida para anos, além de um espaço gigantesco de área cultivada e muros reforçados. Lá é seguro.

_ E você acha que ele irá nos deixar ficar lá assim sem mais nem menos?

_ Isso eu resolvo. Enquanto entro em contato com ele, termine o almoço com calma, depois iremos abastecer o carro com tudo que pudermos achar na despensa.

 

    Mariana continua com suas tarefas e Roberto vai a seu pequeno escritório afim de achar o contato de seu antigo cliente. Ele prefere manter uma agenda em sua gaveta devido as inúmeras vezes que perdeu seus contatos salvos no celular. Localiza rapidamente o número e liga.

_ Construtora Ferraz em que posso ajudar?

_ Bom dia! O senhor Joaquim Ferraz pode falar? Sou um de seus colaboradores.

_ Infelizmente o senhor Ferraz se encontra no sul da França. Seu retorno somente no mês que vem.

_ Há sim! Então tentarei entrar em contato pelo número móvel. Obrigado.

_ Por nada.

    Após encerrar a ligação Roberto verifica o número do celular pessoal dele e liga de imediato.

_ Olá?

_ Oi! Aqui é o Roberto Santos, o engenheiro que ajudou a projetar sua casa no sítio Ferraz.

_ Quanto tempo meu amigo! Em que posso lhe ser útil?

_ A um tempo atrás contei para minha família sobre sua fazenda e todos ficaram encantados. Todos estão insistindo em conhecer. O motivo de te ligar é...

_ Não precisa terminar! Você e sua família são bem vindos sempre. Chegando no portão principal digite a senha que irei enviá-lo. Ao entrarem saberão que são meus convidados.

_ Muito obrigado! Provavelmente chegaremos hoje mesmo. Então aguardo a senha, qualquer coisa que precisar estou a sua disposição.

_ Obrigado meu amigo! Sempre soube que poderia contar com você, tenho um novo projeto que gostaria de lhe apresentar para me ajudar com algumas elucidações. Quando voltar ao Brasil entro em contato. Agora tenho que ir, minha esposa está fazendo cara feia achando que estou tratando de assuntos de trabalho. Au revoir.

    Sem que pudesse responder, a chamada foi encerrada. Em questão de segundos uma senha de seis dígitos é recebida.

_ Marina? Marina!

_ Não precisa gritar! E aí? Conseguiu?

_ Me diz o que eu não consigo?

_ Ser menos convencido?

_ Vamos partir hoje a noite. Você pode arrumar tudo que precisamos com calma, preciso passar em Botafogo para buscar minha mãe.

_ E sua irmã?

_ Você convence a Júlia muito mais rápido. Deixo isso com você.

_ Amor?

_ Diga!

_ Sei lá! Você acha mesmo que é uma boa ideia?

_ Só te peço que confie em mim. A única coisa que quero é ver minha família bem e segura. Não estou te pedindo para abandonarmos nossas vidas, não quero que pense que estou tento um momento de loucura. Você está vendo o que aconteceu, você que é da área da saúde pode me dizer alguma coisa que me faça pensar diferente?

_ Na verdade... Não!

_ Vamos fazer o combinado,  acompanhamos as notícias de lá. Estamos no olho do furacão, isso pode ser algo grande ou nada, mas quando a dúvida assola melhor não descuidar.

_ Quanto antes você ir melhor. Vou dizer as crianças que foi buscar sua mãe para viajar conosco, não se esqueça de voltar logo. Quando chegar já estaremos prontos.

    Roberto pega o celular e liga para sua mãe. O telefone chama diversas vezes e ninguém atende.

_ Ninguém atende! Droga!

_ Calma! Hoje é sexta-feira, provavelmente foi caminhar como sempre faz. Ela gosta de passar no mercado, bater papo naquela banca de jornal perto do apartamento dela.

_ Bom! Vou logo.

    Roberto se levanta rapidamente, pega a chave do carro e o celular. Da um beijo na esposa e vai direto para garagem. Marina ouve o motor do carro ligar, em seguida o arranque. Volta para sala tentando manter a postura de sempre, mas seus olhos marinados não conseguem entrar no disfarce.

_ Mãe? O almoço tá pronto?

_ Já estou quase terminando Gustavo! Cadê Natália?

_ Não sei mãe.

_ Natália! Vem aqui!

    Marina aguarda a resposta ou a presença, nenhuma das opções são atendidas.

_ Gustavo? Vai ver se sua irmã está no quarto, deve estar com os fones.

_ Tá!

_ Maria. Promete para mamãe que quando você estiver na adolescência não irá dar trabalho.

_ Não vou ter que trabalhar mamãe?

    Marina acha graça da inocência de Maria. Ela sempre tem uma resposta inesperada.

_ Mãe! A Natália não está no quarto. O celular dela está na cama.

_ Fica com sua irmã um pouco que vou achar essa garota. O almoço já está quase pronto, agora essa.

    Marina procura por toda casa até concluir que Natália saiu escondida.

_ Gustavo! Você irá vigiar sua irmã um pouco, tenho uma ideia de onde sua irmã possa estar. Por favor! Te peço para não deixar de vigiar a Maria. Posso confiar em você?

_ Claro que não né mãe! Brincadeira, pode sim.

    Marina pega a chave do carro e corre para frente da casa. Ela presume que Natália esteja na casa da amiga, lembra que Clara ainda está para chegar do colégio, mesmo assim é o único lugar que vem em mente.

 

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Jéssica Castro

Jéssica Castro

Sensatos!

2023-09-26

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