Lúpus: A Ascensão

Lúpus: A Ascensão

Capítulo 1

Na Grécia antiga, existia um antigo rei cujo a maldade possuía-lhe como vermes, de dentro para fora.

Certa vez, Zeus, disfarçado de viajante foi ao palácio do rei verificar se os boatos de que visitantes eram assassinados, eram realmente verdadeiros. Ao senta-se à mesa para jantar com o rei, percebeu que em seu prato continha carne humana.

Furioso com tamanha crueldade, o deus do Olimpo destruiu o palácio e amaldiçoou o rei, o transformando em uma besta meio lobo meio homem.

Logo a notícia se espalhou para o norte da Europa, de um homem, que na lua cheia se tornava em lobo e atacava animais e humanos.

Décadas se passaram e o que eram boatos tornaram-se história, o que era história virou lenda e o que era lenda, foi esquecido.

......................

PERSONAGENS PRINCIPAIS

Ashley Cooper

...----------------...

...Segunda-feira...

...06:50 |...

Para um suposto dia "ensolarado" Hudson estava bem fria, assim como de costume. Uma cidade pequena e aconchegante, o tipo de coisa que me agrada, e nada fora do eixo. A não ser minha mãe tentando fazer panquecas para o nosso café da manhã, cozinhar não é bem a praia dela.

O relógio posto na parede acima de onde ela está cozinhando, move o ponteiro marcando 6:45, estou atrasada.

—Não entendo o motivo delas ficarem molengas, da última vez ficaram duras parecendo pedra!

Ouço minha mãe e solto uma risada abafada

—Talvez você só precise de mais tempo para praticar, tenho certeza que vai conseguir.

Lhe lanço um sorriso em forma de consolo.

—Já colocou comida para o Farby? Está quase na hora de você ir para a escola.

Ela pega  uma pequena xícara e despeja café na porcelana. Mas antes que ela fale mais alguma coisa, suspiro cansada e lembro-me que tenho um filho para alimentar

—Droga, quase esqueci!

Pouso a minha caneca em cima do balcão e me levanto, Farby não consegue passar um minuto quieto se atrasar a sua refeição, da última vez isso foi motivo para os vizinhos reclamarem e não estou afim de escutá-los novamente.

—Onde a senhora colocou as compras?

Vou em sua direção e coloco com todo cuidado do mundo a louça que sujei tomando café.

—Está perto da porta, aproveita e trás a sacola que está com o material de  limpeza por favor!

Me apresso até as sacolas e as despejo em cima do balcão como mamãe disse. Em seguida levo o café da manhã da impaciência até sua casinha, que está prestes a ser derrubada de tão eufórico que o cão fica ao me ver chegando.

—Bom dia campeão! Como meu bebê está?

O animal corre ao meu encontro mas tenho que me conter para  não abraçá-lo, e ele se contenta apenas com um cafuné.

Coloco a comida em sua vasilha e saio atrás de minha mochila. Subo as escadas em direção ao meu quarto quando ouço o meu celular vibrar, não consigo evitar sorrir bobo quando vejo que é uma mensagem do Piter.

"Vai para a escola hoje?"

O respondo e pego minha bolsa, desço as escadas tão apressadamente que apenas aceno com a mão para minha mãe que já não está mais fazendo panquecas.

As ruas estão calmas, na verdade, as ruas de Hudson são calmas.

Ainda está cedo e algumas lojas e cafeterias já estão abertas, o ar  úmido denúncia a chuva que teve pela madrugada.

Leva poucos minutos para que eu chegue em frente a escola, e me deparei com o jardim, a área extensa e verde em frente a instituição, lotado de adolescentes.

Seria um completo filme de terror passar por toda essa gente, se eu não os conhecesse, ou melhor, eles me conhecem. Às vezes é estranho acreditar que tenho uma vida que qualquer um aqui tenha inveja.

Uma mãe com ótimas condições, aluna modelo prestigiada por várias entidades acadêmicas, sempre vestida conforme as últimas tendências, ganhadora dos prêmios de física quântica e matemática, todos os anos. E, namoro com o líder do time de basquete. Bem clichê eu diria.

Quando chego em meu armário, olho em volta a procura de Layla, minha melhor amiga. Mas nem sinal dela, conhecendo Layla, talvez ela não venha já que faltam três meses e meio para o ano letivo acabar. Mas ao invés de achar minha melhor amiga, ao longe noto uma silhueta masculina que conheço muito bem.

—Hey dorminhoco! Bom dia!

Digo entusiasmada, mas ele me ignora e apenas continua a pegar seus livros. Peter e seu mau humor cotidiano.

—Qual é Aschy , tá cedo pra quê esse ânimo todo?

A voz dele sai arrastada.

—Corrigindo, são sete da manhã horário da aula de biologia, temos... —Olho para o relógio em meu pulso — Dez minutos, e que mal humor em!?

Me inclino para beijá-lo mas ele desvia e volta sua atenção para o armário, franzo o cenho automaticamente, com sua reação.

—Está tudo bem? Aconteceu algo?—Investigo

—Não, eu... Eu só estou com dor de cabeça

Conheço ele o suficiente pra saber que não é isso, mas quero acreditar que estou paranoica demais esses últimos dias. Isso tem me poupado sofrimento gratuito.

—Eu tenho remédio em minha bolsa caso você queira, eu posso pegar ago...

—Não gata, deixa pra lá. —Ele afasta a minha mão— Depois  passa.

Deposita um beijo em minha testa e fecho os olhos com a sensação. Mas quando os abro ele se vira andando corredor.

Abro e fecho a boca na expectativa de sair algo, que explique isso o que sinto no momento, mas falho miseravelmente. Esse clima estranho está me deixando maluca desde semana passada. Algo me diz que não é apenas cansaço físico, no entanto, não tenho forças para questioná-lo.

Nesses últimos anos namorando Peter, ele adquiriu uma certa habilidade de parâmetro. Pode me fazer florescer e murchar em segundos. Mas talvez, lá no fundo há algo gritando o que isso significa, mas me nego a acreditar.

Ele não pode ter enjoado de mim, não é? Tipo, eu sou a garota mais cobiçada da cidade, qualquer um que se preze sabe que valho a pena.

—Tá no mundo da lua?

Sinto alguém tocar em meu braço me tirando dos meus pensamentos

—Oi?

Me viro e vejo que é Layla, não penso duas vezes em abraçá-la, estava com tantas saudades, e ela apenas retribuí.

—A cara dele me dá ânsia.

Entoa, se voltando para trás encarando o andar de Peter até o momento em que ele vira o corredor e some do nosso campo de visão

—Falou para ele sobre o que estava te incomodando?

—Ainda não, talvez seja apenas coisa da minha cabeça, você sabe como eu tenho uma imaginação fértil, não é?

—Ashy você precisa falar com ele, sabe disso não é? —Fala olhando em meus olhos.

—É, acho que sim... —Balbucio

O assunto se encerra quando Layla percebe que não é uma boa hora para tocar no assunto.

Caminhamos rumo à sala, mas no meio do caminho decido ir ao banheiro e Layla me acompanha. Entro na cabine quando ouço ela bufar.

Uma lufada de ar que expressa tédio. E se a conheço bem, tenho certeza de que irá reclamar em 3,2...

—Que droga de escola, eu quero voltar para minha cama...—Reclama choramingando.

Não posso evitar sorrir.

—Para de drama, só mais alguns meses e estaremos livres.

Desenrolo o papel higiênico.

—Exatamente por isso, eu deveria estar feliz, mas esse lugar é tão negativo que nem isso pode me alegrar.

Nos anos anteriores foi exatamente assim, quando chega na reta final do ano, Layla desencadeia uma preguiça crônica. É quase automática e às vezes chego a pensar que a coitada perde até mesmo a vontade de viver.

—Se te consola, pode ir dormir em minha casa hoje, temos que ver o que faremos no meu aniversário. Ordens da dona Dayana, aliás, você vai estar livre?  —Não obtive respostas. —Layla?

Por fim dou a descarga e saio da cabine.

Me deparo com ela sentada em um banco, no canto do banheiro, em frente a última cabine, com a cabeça baixa, provavelmente usando o seu celular. Caminho em direção a pia e a olhei pelo reflexo.

—Olha só, se não der pra você ir, tudo bem eu falo com ela que...

—Como ela está?

Sou interrompida por ela, a sua voz saiu um pouco grave e rouca. Franzo o cenho confusa.

—Ela quem?—Indago

—Dayana, faz tempo que não a vejo. Diga que estou com saudades.

Ela ri com escárnio, o que chega atémesmo me assustar. Fico sem entender, ela nunca tratou minha mãe pelo nome.

Continuo encarando pelo espelho.

—Layla, você bateu a cabeça?

Sou pega de surpresa quando ouço a porta abrir e inevitavelmente dou um pulinho com o susto. Viro-me para ver quem a abriu e me deparo com Layla segurando a porta.

—Vai morar aí dentro?

Questiona e imediatamente me viro para o canto.

Não há ninguém lá, e acho que nunca houve. Que merda foi essa?

Abro a boca mas não sai nenhum som, minha amiga arqueia uma de suas sobrancelhas.

—Tava passando mal? Parece que viu um fantasma.

—Não, eu... eu. Onde. Onde você foi?

Eu sou jovem demais para ficar louca, tenho certeza que conversei com alguém aqui. Ou essa coisa com o Peter está me deixando sem parafusos, ou eu tenho algum tipo de esquizofrenia.

—Fui buscar o livro de Biologia que havia esquecido no meu armário —Ela levanta o livro, mostrando que realmente saiu para buscá-lo. —Tá tudo bem Ashley?

—Você me deixou sozinha no banheiro Layla!

Respondo indignada, e caminho em sua direção saindo o mais rápido daquele lugar.

—Menos, miss universo, você está em uma escola com mais de mil alunos, sozinha você não ficaria nem se quisesse.

Olho para trás encarando a porta do banheiro novamente. Eu realmente conversei com alguém lá?

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Comments

Alexandra Moreira da Silva

Alexandra Moreira da Silva

esse final foi sinistro

2023-09-26

8

Ver todos

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