Capítulo 4

**Quinta-feira | 06:35**

Sobressalto da cama rapidamente ao escutar alguém chamar por mim, mas arrependo-me imediatamente quando sinto a dor de cabeça vindo em seguida. O quarto está completamente escuro. Não recordo como vim parar aqui depois do ocorrido de ontem. As luzes acendem.

—SURPRESA!!

Grito com o susto. Minha mãe e Layla estão na ponta da cama segurando um bolo. Raciocínio o que aconteceu e então lhes abro um sorriso mostrando todos os meus dentes.

—Bom dia bela adormecida!— Minha mãe cantarola caminhando em minha direção, oferecendo um abraço caloroso.

—Vocês não existem... —Meu tom sai manhoso em agradecimento.

—Feliz vida papagaia! —Layla entrega o bolo á minha mãe e pula de uma vez em cima de mim.

—Aí, Layla. Tá me apertando...—Ela me abraça forte e logo sai. Ela olha para o seu relógio e se assusta ao vê-lo.

—Meu Deus! Estou atrasada.

Olho para o alarme em minha pequena cômoda ao lado da cama. 06:40

—Mas ainda está cedo Lay.

—Tenho reunião de clube agora — Ela vem até mim, depositando um beijo em minha bochecha. —Te vejo na escola! —Grita quando sai correndo do quarto.

[...]

Após me arrumar para a escola, desci as escadas para tomar café da manhã com  mamãe. O dia estava mais calmo hoje. Eu estou calma hoje.

Antes de chegar à cozinha ouço minha mãe no telefone.

—O caminhão de mudanças não irá demorar muito, será o tempo em que conto para ela.

— Contar o que?

Minha mãe me olha com cautela. Depois de um certo tempo em silêncio ela pousa a mão em uma cadeira ao seu lado.

—Sente-se, Filha. Precisamos conversar. —Pede e eu acato.

—O que houve?

— Meu amor, eu não queria lhe dar essa notícia assim, pelo menos não hoje. —Um sorriso fraco me aparece e nele vejo nervosismo e preocupação— Ontem a noite recebi uma ligação, da qual esperei por meses.

—A proposta de emprego? —Pergunto e ela faz que sim em um gesto —Sério? Mãe, que notícia maravilhosa! —Sorrio para ela —Mas porque não queria me contar?

—Porque o cargo que irei ocupar não é para esta cidade. —Uma pausa— Vamos ter que nos mudar para Nebraska ,Ashley.

A encaro.

"Que irei ocupar". Ela já aceitou o emprego.

"Iremos nos mudar". Ela aceitou e não iria me contar se não perguntasse.

Soltei sua mão sob a mesa, que peguei quando me empolguei com a notícia pela metade.

—Querida, eu não posso recusar uma oferta dessas...

—Quando ligaram? —Questiono. Mamãe fica em silêncio por dois segundos antes de responder.

—Semana passada. No sábado para ser mais exata.

—Para quando? —Ela fica em silêncio— Para quando?—Pergunto novamente.

—Amanhã.

Solto o ar pesadamente.

—E quando iria me contar? —Minhas palavras saem amargas.

—Ashley por favor, me escute...

—Sou eu quem deveria dizer isso mãe! Vamos nos mudar para outro estado e só estou sabendo disso um dia antes?!

Levanto-me pegando minha bolsa.

—Onde você vai?

—Para a escola. —Respondo secamente.

—Não, precisamos terminar o que estávamos fazendo. —Começo a caminhar até a entrada —Ashley Cooper! 

Eu paro. Viro meus calcanhares em sua direção.

—Terminar o que? —Arqueio a sobrancelha— Você já decidiu tudo o que tinha que decidir. Me deixou de fora dos planos dos quais eu fazia parte. Então não há necessidade alguma para eu ficar aqui.

Ela franze o rosto melancólica em desistência.

Saio pela porta seguindo meu trajeto até a escola.

[...]

—O QUE?!

Layla pergunta pela milésima vez a mesma coisa. Ela está em estado de negação desde que contei a ela sobre o futuro brilhante que minha mãe preparou para mim.

— É, Layla. — Digo impaciente

— Aschy, você sabe que a culpa tecnicamente não é da sua mãe, certo?

— Em parte não. — Bebo um gole de água, olhando a quadra de basquete. Está apenas eu e Lay aqui, as únicas fora da aula da professora Sophia — Eu entendo que foi totalmente fora do controle dela a ligação, sem contar que é uma proposta ótima. Mas eu deveria saber bem antes e isso me magoou, sabe.

A garota sentada ao meu lado fica em silêncio.

— Layla?

—Oi—Responde, mas parece que ainda não está aqui.

—Foi um choque para você não é? — Pergunto cautelosa

— Sim... Você vai embora Ashley. Assim tão... — Uma pequena pausa —Nebraska fica a quase dois mil quilômetros daqui.

— Você pesquisou, não foi?—Sorrio e ela me dá um leve tapa nas costas.

— Pare de fazer piadas. Aliás —Olha para seu relógio— daqui a cinco minutos a aula acaba. Temos que te arrumar para a sua "festa"

Faço uma careta.

—Ah não... Estou zero clima de festa hoje.

— Anda, levanta! Quanto mais rápido ficar pronta melhor, é falta de educação deixar os convidados esperando.

— Convidados? Quais convidados?

—Ah, uns cinquenta no máximo, você disse que queria algo mais intimista, então convidei apenas conhecidos.

—Cinquenta?! —A minha voz ecoa por toda a quadra.

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