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Lúpus: A Ascensão

Capítulo 1

Na Grécia antiga, existia um antigo rei cujo a maldade possuía-lhe como vermes, de dentro para fora.

Certa vez, Zeus, disfarçado de viajante foi ao palácio do rei verificar se os boatos de que visitantes eram assassinados, eram realmente verdadeiros. Ao senta-se à mesa para jantar com o rei, percebeu que em seu prato continha carne humana.

Furioso com tamanha crueldade, o deus do Olimpo destruiu o palácio e amaldiçoou o rei, o transformando em uma besta meio lobo meio homem.

Logo a notícia se espalhou para o norte da Europa, de um homem, que na lua cheia se tornava em lobo e atacava animais e humanos.

Décadas se passaram e o que eram boatos tornaram-se história, o que era história virou lenda e o que era lenda, foi esquecido.

......................

PERSONAGENS PRINCIPAIS

Ashley Cooper

...----------------...

...Segunda-feira...

...06:50 |...

Para um suposto dia "ensolarado" Hudson estava bem fria, assim como de costume. Uma cidade pequena e aconchegante, o tipo de coisa que me agrada, e nada fora do eixo. A não ser minha mãe tentando fazer panquecas para o nosso café da manhã, cozinhar não é bem a praia dela.

O relógio posto na parede acima de onde ela está cozinhando, move o ponteiro marcando 6:45, estou atrasada.

—Não entendo o motivo delas ficarem molengas, da última vez ficaram duras parecendo pedra!

Ouço minha mãe e solto uma risada abafada

—Talvez você só precise de mais tempo para praticar, tenho certeza que vai conseguir.

Lhe lanço um sorriso em forma de consolo.

—Já colocou comida para o Farby? Está quase na hora de você ir para a escola.

Ela pega  uma pequena xícara e despeja café na porcelana. Mas antes que ela fale mais alguma coisa, suspiro cansada e lembro-me que tenho um filho para alimentar

—Droga, quase esqueci!

Pouso a minha caneca em cima do balcão e me levanto, Farby não consegue passar um minuto quieto se atrasar a sua refeição, da última vez isso foi motivo para os vizinhos reclamarem e não estou afim de escutá-los novamente.

—Onde a senhora colocou as compras?

Vou em sua direção e coloco com todo cuidado do mundo a louça que sujei tomando café.

—Está perto da porta, aproveita e trás a sacola que está com o material de  limpeza por favor!

Me apresso até as sacolas e as despejo em cima do balcão como mamãe disse. Em seguida levo o café da manhã da impaciência até sua casinha, que está prestes a ser derrubada de tão eufórico que o cão fica ao me ver chegando.

—Bom dia campeão! Como meu bebê está?

O animal corre ao meu encontro mas tenho que me conter para  não abraçá-lo, e ele se contenta apenas com um cafuné.

Coloco a comida em sua vasilha e saio atrás de minha mochila. Subo as escadas em direção ao meu quarto quando ouço o meu celular vibrar, não consigo evitar sorrir bobo quando vejo que é uma mensagem do Piter.

"Vai para a escola hoje?"

O respondo e pego minha bolsa, desço as escadas tão apressadamente que apenas aceno com a mão para minha mãe que já não está mais fazendo panquecas.

As ruas estão calmas, na verdade, as ruas de Hudson são calmas.

Ainda está cedo e algumas lojas e cafeterias já estão abertas, o ar  úmido denúncia a chuva que teve pela madrugada.

Leva poucos minutos para que eu chegue em frente a escola, e me deparei com o jardim, a área extensa e verde em frente a instituição, lotado de adolescentes.

Seria um completo filme de terror passar por toda essa gente, se eu não os conhecesse, ou melhor, eles me conhecem. Às vezes é estranho acreditar que tenho uma vida que qualquer um aqui tenha inveja.

Uma mãe com ótimas condições, aluna modelo prestigiada por várias entidades acadêmicas, sempre vestida conforme as últimas tendências, ganhadora dos prêmios de física quântica e matemática, todos os anos. E, namoro com o líder do time de basquete. Bem clichê eu diria.

Quando chego em meu armário, olho em volta a procura de Layla, minha melhor amiga. Mas nem sinal dela, conhecendo Layla, talvez ela não venha já que faltam três meses e meio para o ano letivo acabar. Mas ao invés de achar minha melhor amiga, ao longe noto uma silhueta masculina que conheço muito bem.

—Hey dorminhoco! Bom dia!

Digo entusiasmada, mas ele me ignora e apenas continua a pegar seus livros. Peter e seu mau humor cotidiano.

—Qual é Aschy , tá cedo pra quê esse ânimo todo?

A voz dele sai arrastada.

—Corrigindo, são sete da manhã horário da aula de biologia, temos... —Olho para o relógio em meu pulso — Dez minutos, e que mal humor em!?

Me inclino para beijá-lo mas ele desvia e volta sua atenção para o armário, franzo o cenho automaticamente, com sua reação.

—Está tudo bem? Aconteceu algo?—Investigo

—Não, eu... Eu só estou com dor de cabeça

Conheço ele o suficiente pra saber que não é isso, mas quero acreditar que estou paranoica demais esses últimos dias. Isso tem me poupado sofrimento gratuito.

—Eu tenho remédio em minha bolsa caso você queira, eu posso pegar ago...

—Não gata, deixa pra lá. —Ele afasta a minha mão— Depois  passa.

Deposita um beijo em minha testa e fecho os olhos com a sensação. Mas quando os abro ele se vira andando corredor.

Abro e fecho a boca na expectativa de sair algo, que explique isso o que sinto no momento, mas falho miseravelmente. Esse clima estranho está me deixando maluca desde semana passada. Algo me diz que não é apenas cansaço físico, no entanto, não tenho forças para questioná-lo.

Nesses últimos anos namorando Peter, ele adquiriu uma certa habilidade de parâmetro. Pode me fazer florescer e murchar em segundos. Mas talvez, lá no fundo há algo gritando o que isso significa, mas me nego a acreditar.

Ele não pode ter enjoado de mim, não é? Tipo, eu sou a garota mais cobiçada da cidade, qualquer um que se preze sabe que valho a pena.

—Tá no mundo da lua?

Sinto alguém tocar em meu braço me tirando dos meus pensamentos

—Oi?

Me viro e vejo que é Layla, não penso duas vezes em abraçá-la, estava com tantas saudades, e ela apenas retribuí.

—A cara dele me dá ânsia.

Entoa, se voltando para trás encarando o andar de Peter até o momento em que ele vira o corredor e some do nosso campo de visão

—Falou para ele sobre o que estava te incomodando?

—Ainda não, talvez seja apenas coisa da minha cabeça, você sabe como eu tenho uma imaginação fértil, não é?

—Ashy você precisa falar com ele, sabe disso não é? —Fala olhando em meus olhos.

—É, acho que sim... —Balbucio

O assunto se encerra quando Layla percebe que não é uma boa hora para tocar no assunto.

Caminhamos rumo à sala, mas no meio do caminho decido ir ao banheiro e Layla me acompanha. Entro na cabine quando ouço ela bufar.

Uma lufada de ar que expressa tédio. E se a conheço bem, tenho certeza de que irá reclamar em 3,2...

—Que droga de escola, eu quero voltar para minha cama...—Reclama choramingando.

Não posso evitar sorrir.

—Para de drama, só mais alguns meses e estaremos livres.

Desenrolo o papel higiênico.

—Exatamente por isso, eu deveria estar feliz, mas esse lugar é tão negativo que nem isso pode me alegrar.

Nos anos anteriores foi exatamente assim, quando chega na reta final do ano, Layla desencadeia uma preguiça crônica. É quase automática e às vezes chego a pensar que a coitada perde até mesmo a vontade de viver.

—Se te consola, pode ir dormir em minha casa hoje, temos que ver o que faremos no meu aniversário. Ordens da dona Dayana, aliás, você vai estar livre?  —Não obtive respostas. —Layla?

Por fim dou a descarga e saio da cabine.

Me deparo com ela sentada em um banco, no canto do banheiro, em frente a última cabine, com a cabeça baixa, provavelmente usando o seu celular. Caminho em direção a pia e a olhei pelo reflexo.

—Olha só, se não der pra você ir, tudo bem eu falo com ela que...

—Como ela está?

Sou interrompida por ela, a sua voz saiu um pouco grave e rouca. Franzo o cenho confusa.

—Ela quem?—Indago

—Dayana, faz tempo que não a vejo. Diga que estou com saudades.

Ela ri com escárnio, o que chega atémesmo me assustar. Fico sem entender, ela nunca tratou minha mãe pelo nome.

Continuo encarando pelo espelho.

—Layla, você bateu a cabeça?

Sou pega de surpresa quando ouço a porta abrir e inevitavelmente dou um pulinho com o susto. Viro-me para ver quem a abriu e me deparo com Layla segurando a porta.

—Vai morar aí dentro?

Questiona e imediatamente me viro para o canto.

Não há ninguém lá, e acho que nunca houve. Que merda foi essa?

Abro a boca mas não sai nenhum som, minha amiga arqueia uma de suas sobrancelhas.

—Tava passando mal? Parece que viu um fantasma.

—Não, eu... eu. Onde. Onde você foi?

Eu sou jovem demais para ficar louca, tenho certeza que conversei com alguém aqui. Ou essa coisa com o Peter está me deixando sem parafusos, ou eu tenho algum tipo de esquizofrenia.

—Fui buscar o livro de Biologia que havia esquecido no meu armário —Ela levanta o livro, mostrando que realmente saiu para buscá-lo. —Tá tudo bem Ashley?

—Você me deixou sozinha no banheiro Layla!

Respondo indignada, e caminho em sua direção saindo o mais rápido daquele lugar.

—Menos, miss universo, você está em uma escola com mais de mil alunos, sozinha você não ficaria nem se quisesse.

Olho para trás encarando a porta do banheiro novamente. Eu realmente conversei com alguém lá?

Capítulo 2

O sinal da última aula toca, e então começa um alvoroço na porta de entrada da sala, onde os alunos saem em disparada para a saída, só restaram apenas eu e David, na sala, e assim que ele passa pela porta ele escorrega de leve em seu próprio cadarço, sorrio ao ver a cena.

—Olha só... Do que exatamente a princesinha está sorrindo?—Ele vem em minha direção perguntando com sarcasmo, e eu o encaro.

—Do seu lindo pouso sob o chão, e arrependida de não estar com o celular em mãos para eternizar essa cena icônica. —Levanto já pegando minhas coisas e caminho

—Fico feliz que tenha tirado um sorriso nesse rosto lindo—David fala chegando-se para mais perto, viro os olhos suspirando pesadamente.

—Se manca garoto. Vá arrumar outra pessoa para paparicar, hoje eu quero descanso— David acaba soltando uma gargalhada alta, atraindo o restante dos alunos que sobraram na escola, inclusive algumas piscadas de garotas.

Ele é o típico pegador da sala, ou melhor, da escola e se duvidar também é da cidade. Aliás, a equipe toda de basquete é, bom, quase todos. Os Olympians ou "Egocêntricos " como gosto de chamar, são bem famosos em toda cidade, quase estrelas, principalmente aqui na escola, Peter é o capitão,—por isso o apelido ridículo; "Princesinha"—

—É por isso que eu gosto de você gata.

—Já eu não posso dizer o mesmo de você, aliás onde está o Piter?

—Como ousa falar o nome de outro homem em minha frente? Minha deslumbrante presença já não basta?— Sarcástico e irônico, como David é taxado na equipe; o brincalhão. Solto um sorriso sínico.

—Não, a sua presença não chega nem perto de ser suficiente...—Não termino de falar pois alguém aparece bem atrás de mim, abraçando-me.

—Está de guarda sobre ela David Parkinson?— Ouço a voz rouca de Peter e sinto seus braços sob minha cintura, ele deposita um beijo em minha bochecha —Megan não está conseguindo suprir você?— David curva os lábios de canto, eu apenas reviro os olhos.

—Não sabia que você era tão mal Piterzinho—David fala gesticulando com a mão, imitando uma voz feminina— Sabe que só tenho olhos para você meu docinho.—David olha para Peter e dá uma piscadinha.

Peter vai em sua direção e ficam brincando de lutinha, enquanto o restante dos alunos apenas os observa

—Duas crianças...

[...]

Peter e eu ainda ficamos conversando com David e alguns garotos do basquete, até minha mãe me ligar avisando que precisava sair, e, consequentemente eu precisava ir para casa, Peter resolveu me acompanhar a pé, para comprarmos um sorvete pelo caminho.

Está frio e a noite cai lentamente enquanto andamos por uma rua calma e silenciosa, à nossa direita há uma floresta onde a ventania faz as folhas das árvores falhar.

—Sorvete de Morango com toda a certeza é o melhor que existe nesse mundo inteiro!—Peter fala pela 20° vez ao comer o segundo pote pequeno do sorvete.

—Não é não, chocolate é mil vezes melhor, e eu posso provar— Coloco mais uma vez a colher em minha boca— Hmm, cacau é tão maravilhoso.

—Você não sabe o que diz humana, este pequeno alimento onde encontra-se concentrados vários morangos congelados—Peter grita na rua onde não se encontra muitas pessoas levantando o seu pote de sorvete para o alto—, é com certeza o melhor do mundo!

—Viva ao sorvete!!— O imito gritando sob a luz da lua, e solto uma gargalhada.

—Viva ao morango, minha cara

—Sorvete!

—MO-RAN-GO!—Ele fala chegando mais perto de mim, mais perto...mais perto. Até estarmos com as testas coladas.

—Sorvete é a melhor coisa do mundo, aliás é a mesma coisa...—Sussurro e ele me encara com um sorriso se aproximando da minha nuca ao falar baixinho.

—Não, você é a melhor coisa do mundo.

—E você é a minha— Ele deposita um beijo leve.

Ouço algo vibrar em meu bolso e pego meu telefone, minha mãe ligando mais uma vez, lhe mando uma mensagem avisando que já estou chegando e que deixe a chave embaixo do carpete.

—Não vamos demorar, a sua casa já está perto. -- Peter avisa já entrelaçando nossas mãos e voltando a caminhar.

—Avisei a ela para deixar a chave no carpete—Falou e lhe lanço um sorriso leve.

E por míseros segundos jurei ter visto alguém atrás da árvore antes de virarmos o canto à esquerda. Encaro o local ainda andando, mas se houver alguém lá, não dá tempo de perceber.

—Algum problema?—Me volto para Peter e o mesmo encara o local para onde olhei.

—Ah, nada, achei ter visto uma coruja— Ele franze o cenho levando mais uma pequena quantidade de sorvete à boca—Não te vi no intervalo, onde estava?—Aproveito o momento para perguntar.

—Lembra que te falei da dor de cabeça? Pois é, eu fui na enfermaria tomar um remédio e descansar.

—E lembra que te falei que tinha remédio em minha bolsa? Porque não me procurou? —O pergunto quando atravessamos a rua.

—Não queria te deixar preocupada, sem contar, que, é algo normal já que ontem o treino foi pesado, você sabe melhor que ninguém o quanto tenho treinado ultimamente. —Fala olhando para frente

—Ei —Falo tocando em suas bochechas com as duas mãos o fazendo ficar de frente para mim—, sabe que pode confiar em mim pra tudo não é? Se quiser me contar algo eu...

—Eu sei linda, se estivesse acontecendo alguma coisa eu te diria, tá legal? Mas, é só o de sempre. Cansaço físico. —Ele diz me envolvendo em um abraço. —Agora vai para casa, descansa e a noite pode me ligar caso queira conversar ou sair.

—Peter eu estou falando sério, você não tá bem, e eu me importo com você ao ponto de automaticamente não me sentir confortável com isso. —Ele me encara e apenas assente, apontando com o queixo a direção de minha casa. Eu respiro fundo, e me despeço. Esse sentimento tá me matando por dentro.

Subo as escadas rumo ao meu quarto, quando ouço a campainha tocar. E sei quem é.

Layla.

—O que faz aqui?—Ela adentra a minha casa normalmente, tranco a porta e seguimos direto para a cozinha.

—Achei que quisesse minha ajuda para decidirmos o que fazer na sua festa.

—Ah, claro. Esqueci de avisar você.

Ela pega um prato de comida e serve como se fosse dar de comer a dois homens. Layla tem uma negro no estômago, ao invés de um intestino.

—O que é essa cara? —Pergunta sentando-se à mesa.

—Que cara?

—Essa cara.

— Não tem cara nenhuma— Respondo, mas sou encarada severamente. Bufo e junto-me a ela. —Tá legal, é o Piter

Uma meia mentira. Layla revira os olhos ao escutar o nome.

Passamos a noite inteira conversando até pegarmos no sono, antes disso Layla ajudou-me a fazer uma lista do que eu iria querer na suposta festa de aniversário, pois quem iria cuidar do resto seria a equipe de decorações que a minha mãe havia contratado. Deixei bem claro que não queria algo grande, apenas uma comemoração para os mais íntimos.

Entretanto, o significado da palavra básico para Layla, é totalmente o contrário do que realmente significa.

[...]

O dia seguinte passou rápido, Peter não havia ido à escola, pois segundo ele, estava a fazer exames de rotina para o campeonato.

Layla ficou a metade dos horários livres com o seu ‘clube’ de música e a sua guitarra, enquanto eu estava acabando com os meus pulmões nos ensaios das líderes de torcida, mas no final a animação estava pronta.

A escola estava em completa histeria, o campeonato contra os Lytters, irá acontecer na sexta, um dia depois do meu aniversário. A vitória seria um grande marco em nossa história acadêmica, principalmente para Piter.

Capítulo 3

...Quarta-Feira|...

...8:50 AM...

—Mal começou o dia e já tem isso tudo de atividade?Essa professora precisa imediatamente de uma terapia, que droga!—Layla resmunga ao meu lado enquanto a Senhorita Sophia escreve ao quadro

—Acho que quem precisa de terapia somos nós. —Falo me virando para encara-la, e gargalhando juntas, não sei o porquê mas parece que quando se trata de ser e fazer coisas sem sentido Layla e eu parecemos ter o mesmo neurônio.

—Senhoritas Cooper e Stevens, caso queiram ir dar uma voltinha na sala do diretor, saibam que a porta está aberta, mas caso queiram ficar em minha aula, façam silêncio!—A senhorita Sophia nos olha por cima do ombro, o que faz com que Lay revire os olhos.

Viro-me para terminar meu dever, já que não estou afim de ir a sala do diretor logo no começo do ano.

[...]

—Você acha que nós passamos esse ano? Porque eu não tenho certeza, todas as minhas expectativas que construí nas férias foram embora assim que coloquei os pés aqui.—Layla fala enquanto caminhamos em direção a cantina.

—Relaxa, tenho certeza que sim, aliás esse ano nós temos vários eventos, o que ajuda com pontos extras—Falo pegando a bandeja e pondo o meu lanche, olho ao redor a procura Piter e vejo que ele está sentado em uma das mesas, e logo que me vê acena.

—Fala isso porque você é a nerd suprema da escola.

A mesa que escolhemos não está muito longe da fila, então chegamos rápido e nos sentamos, Layla fica de frente para mim. A grande questão é: Porquê não estou na mesma mesa em que meu namorado se encontra?

Esqueço isso e volto minha atenção para Layla

—Então quer dizer que é esse o motivo de você andar junto comigo sua sanguessuga?

—Exatamente! A gente se completa—Fala ao me lançar uma piscadinha

—Você já falou com ele?

— Já tinha esquecido disso. — E queria que você também tivesse esquecido.

—Me poupe Ashy, você mesma falou que isso estava te tirando o sono, desembucha anda, problema mal resolvido não vai embora.

—Ainda não, estava esperando ele tomar alguma atitude, mas nada, desde o dia que você foi jantar em minha casa, nós mal nos falamos por conta dos treinos.

—Que droga de atitude você tá esperando dele? É você quem tá incomodada com a situação e não aquele traste.

—Acha que eu não sei disso? Eu, –faço uma pausa pensativa– só quero ter certeza de que não foi falta de chance, irei falar com ele hoje—Volto a comer

—Pode ter certeza que não foi, ninguém é perfeito, mas não conheço outro alguém que se disponha a uma mudança como você Ashley Cooper   —Sorri e apenas curvo os lábios fingindo um sorriso de volta.

—E aliás, por onde anda a Britany? Não tenho visto ela. —Layla pergunta

—Também não a tenho visto. Mas agora chega de falar de mim, e você? Ainda tá falando com o Tyler?—Pergunto tomando um pouco de suco.

—Não me faça vomitar no café da manhã por favor

Diz e eu me engasgo com o suco ao gargalhar. Layla estava obcecada com o Tyler, frequentava lugares que ele ia, no mesmo horário e dia que ele. No entanto, não tomava atitude, pois segundo ela, já estava fazendo até demais da conta, era ele quem devia notar sua presença.

—Não gosto de pessoas indecisas, não sei como ele consegue ser um dos jogadores de basquete, não é responsável nem com a própria vida— Ela resmunga e eu pego o guardanapo para limpar a sujeira que fiz.

[...]

As  aulas seguintes foram rápidas, pelo menos para mim, já que marquei de sair com o Piter após a escola e a hora passou voando.

Estou em frente a escola, Lay teve de ir embora cedo pois seu pai iria fazer uma viagem, pelo menos foi isso que entendi. Peter falou que queria me contar uma novidade em relação ao time, mas  ainda não apareceu, olho para os lados e nem sinal.

Decido ver se ele estava na quadra que fica localizada do lado de fora da escola, eu só tenho que dar a volta. Com certeza deve está treinando.

Chego até a quadra de basquete que está molhada pois o faxineiro está tentando limpar, saio de dentro das arquibancadas para olhar melhor. Onde você se meteu?

Ando bem rápido para o vestiário, mas ainda escutei um sermão do faxineiro.

Entro no vestiário masculino a sua procura, porém está completamente vazio, mas é claro que está! A essa hora todos já devem ter ido, assim como eu também já deveria, mas estou aqui procurando aquele idiota.

Decido sair do vestiário, mas assim que cruzo a porta ouço a voz Piter. Sigo o som e escuto não só a dele mas a de outra pessoa. A voz de Tyler.

Chego mais perto da porta, porém não o bastante para enxergar o que tem lá, afinal é um vestiário masculino, vai saber como eles estão, tenho amor a minha vida e não quero ter pesadelos com o que supostamente veria lá dentro.

—O que está fazendo aqui?

Ando para trás com o susto, e vejo Peter em minha frente, suado, com o cabelo que se fosse possível diria até que um furacão passou por cima

—Ah, Oi! Eu estava...

—Espiando pela porta? 

Ele me olhou arqueando uma das sobrancelhas e se aproximando de mim, fazendo com que eu fique entre a parede e seu peitoral descoberto. Minha respiração me deixa na mão nesses momentos, nem para disfarçar o quão emocionada eu sou ela serve.

—A sua procura, Piter. —Termino a frase da qual fui interrompida e me ajustando para não ficar entre a parede e ele. Infelizmente

—Precisa de algo? Eu estou ocupado agora, preciso ir direto para casa, aliás te conto amanhã a novidade. —Volta a sua postura de antes, depositando um leve beijo em minha testa e logo veste sua camisa, saindo do vestiário, eu o sigo  o pegando pelo braço.

—Preciso que seja sincero comigo. 

 Confesso antes que falte coragem, e ele me encara  sabendo do que se trata, põe as mãos na cintura e suspira forte, como se já estivesse indisposto para aquilo.

—Outra vez com essa história? 

O encaro perplexa e ele desvia o olhar para a quadra

—Claro que sim! Eu odeio não saber o que está havendo com você, estou de mãos atadas sem entender como agir. Não sei, mas, vai que seja a minha culpa? Eu não posso adivinhar Piter.

Ele inspira fundo

—Ashy, para de agir como uma garotinha mimada que sempre quer tudo ao seu dispor, mais que merda! Eu já disse que estou apenas cansado!

Vossifera fazendo com que a atenção do faxineiro se vire para nós.

Ele nunca havia gritado dessa forma. 

Ele nunca havia agido dessa forma, eu também nunca havia agido como ultimamente, parece que não sou eu. 

Mas não consigo evitar meus olhos arderem, e um líquido cai em minhas bochechas

—O que está acontecendo com você... —Minha voz falha ao sair.

O garoto na minha frente percebe o que fez, no entanto faz pouco caso.

—Eu tenho um jogo importante amanhã. Vá para casa.

Se vira e vai embora.

Simples assim. 

Enquanto eu fico olhando estática.

Sinto um calafrio passar pelo meu corpo.

—Adolescentes. Agem como se fossem o centro do universo —Procuro a origem da voz, o faxineiro anda até mim com um rolo de papel higiênico, tira um pequeno pedaço e me entrega —Aqui está.

—Muito obrigada. —Pegou o lenço de sua mão com  cuidado.

—Não precisa agradecer é apenas papel. Mas quer um conselho? —Elevo meus olhos para encará-lo —As pessoas sabem o que fazem, e se fazem é porque querem. —O encaro—Agora faça o favor de sair de cima do chão que acabei de limpar.

—Ah, claro mil desculpas. — Sorrio em agradecimento e saiu da quadra apressando os passos.

O dia está a finalizar enquanto caminho para minha casa, faço o mesmo trajeto que fiz com Peter ontem. No momento estou na rua onde fica a floresta. Ando rápido.

As lágrimas no meu rosto secaram, mas meus pensamentos não me deixaram sossegada. Há algo lá no fundo, que sabe que eu e Peter não iremos durar muito tempo, mas eu não quero aceitar. 

Ele está apenas passando por momentos difíceis, é o que eu repito todos os dias, mas…

Eu cesso meus pensamentos instantaneamente.

Ouço passos atrás de mim.

Estava tão entretida pensando que esqueci onde estou. Apresso ainda mais os meus passos, a rua está deserta, então atravesso para o outro lado, onde não há vegetação.

Escuto passos atrás de mim novamente. Olho para trás ainda andando, mas não vejo nada, nem uma alma viva. Viro-me para frente, e as passadas retornam. 

Os pelos do meu corpo se arrepiam, e corro em disparada, e quem quer que esteja me perseguindo faz o mesmo.

Um pouco mais a frente avisto a minha casa, os meus pulmões estão apenas empurrando o ar para fora, a sensação que tenho é que não estou inspirado o suficiente.

Bato na porta de casa desesperada sentindo o objeto tremer sob os meus socos.

— Por Deus Ashley o que foi?!

Mamãe abre a porta desesperada e não espero nem um segundo para entrar e fechar a porta em seguida.

Procuro ar para falar, mas não encontro. Respiro e inspiro diversas vezes colocando a mão em peito.

— Ashley, respire querida. Acalme-se. — Ela coloca a sua mão nas minhas costas e lentamente vou diminuindo a pressão em meus pulmões, o seu toque é quase como anestésico. —Conte-me o que houve.

—Acho que tinha alguém me seguindo, eu não sei... Pode ser coisa da minha cabeça mãe.

—Calma querida, venha tomar um pouco de água.

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