Capítulo 3

...Quarta-Feira|...

...8:50 AM...

—Mal começou o dia e já tem isso tudo de atividade?Essa professora precisa imediatamente de uma terapia, que droga!—Layla resmunga ao meu lado enquanto a Senhorita Sophia escreve ao quadro

—Acho que quem precisa de terapia somos nós. —Falo me virando para encara-la, e gargalhando juntas, não sei o porquê mas parece que quando se trata de ser e fazer coisas sem sentido Layla e eu parecemos ter o mesmo neurônio.

—Senhoritas Cooper e Stevens, caso queiram ir dar uma voltinha na sala do diretor, saibam que a porta está aberta, mas caso queiram ficar em minha aula, façam silêncio!—A senhorita Sophia nos olha por cima do ombro, o que faz com que Lay revire os olhos.

Viro-me para terminar meu dever, já que não estou afim de ir a sala do diretor logo no começo do ano.

[...]

—Você acha que nós passamos esse ano? Porque eu não tenho certeza, todas as minhas expectativas que construí nas férias foram embora assim que coloquei os pés aqui.—Layla fala enquanto caminhamos em direção a cantina.

—Relaxa, tenho certeza que sim, aliás esse ano nós temos vários eventos, o que ajuda com pontos extras—Falo pegando a bandeja e pondo o meu lanche, olho ao redor a procura Piter e vejo que ele está sentado em uma das mesas, e logo que me vê acena.

—Fala isso porque você é a nerd suprema da escola.

A mesa que escolhemos não está muito longe da fila, então chegamos rápido e nos sentamos, Layla fica de frente para mim. A grande questão é: Porquê não estou na mesma mesa em que meu namorado se encontra?

Esqueço isso e volto minha atenção para Layla

—Então quer dizer que é esse o motivo de você andar junto comigo sua sanguessuga?

—Exatamente! A gente se completa—Fala ao me lançar uma piscadinha

—Você já falou com ele?

— Já tinha esquecido disso. — E queria que você também tivesse esquecido.

—Me poupe Ashy, você mesma falou que isso estava te tirando o sono, desembucha anda, problema mal resolvido não vai embora.

—Ainda não, estava esperando ele tomar alguma atitude, mas nada, desde o dia que você foi jantar em minha casa, nós mal nos falamos por conta dos treinos.

—Que droga de atitude você tá esperando dele? É você quem tá incomodada com a situação e não aquele traste.

—Acha que eu não sei disso? Eu, –faço uma pausa pensativa– só quero ter certeza de que não foi falta de chance, irei falar com ele hoje—Volto a comer

—Pode ter certeza que não foi, ninguém é perfeito, mas não conheço outro alguém que se disponha a uma mudança como você Ashley Cooper   —Sorri e apenas curvo os lábios fingindo um sorriso de volta.

—E aliás, por onde anda a Britany? Não tenho visto ela. —Layla pergunta

—Também não a tenho visto. Mas agora chega de falar de mim, e você? Ainda tá falando com o Tyler?—Pergunto tomando um pouco de suco.

—Não me faça vomitar no café da manhã por favor

Diz e eu me engasgo com o suco ao gargalhar. Layla estava obcecada com o Tyler, frequentava lugares que ele ia, no mesmo horário e dia que ele. No entanto, não tomava atitude, pois segundo ela, já estava fazendo até demais da conta, era ele quem devia notar sua presença.

—Não gosto de pessoas indecisas, não sei como ele consegue ser um dos jogadores de basquete, não é responsável nem com a própria vida— Ela resmunga e eu pego o guardanapo para limpar a sujeira que fiz.

[...]

As  aulas seguintes foram rápidas, pelo menos para mim, já que marquei de sair com o Piter após a escola e a hora passou voando.

Estou em frente a escola, Lay teve de ir embora cedo pois seu pai iria fazer uma viagem, pelo menos foi isso que entendi. Peter falou que queria me contar uma novidade em relação ao time, mas  ainda não apareceu, olho para os lados e nem sinal.

Decido ver se ele estava na quadra que fica localizada do lado de fora da escola, eu só tenho que dar a volta. Com certeza deve está treinando.

Chego até a quadra de basquete que está molhada pois o faxineiro está tentando limpar, saio de dentro das arquibancadas para olhar melhor. Onde você se meteu?

Ando bem rápido para o vestiário, mas ainda escutei um sermão do faxineiro.

Entro no vestiário masculino a sua procura, porém está completamente vazio, mas é claro que está! A essa hora todos já devem ter ido, assim como eu também já deveria, mas estou aqui procurando aquele idiota.

Decido sair do vestiário, mas assim que cruzo a porta ouço a voz Piter. Sigo o som e escuto não só a dele mas a de outra pessoa. A voz de Tyler.

Chego mais perto da porta, porém não o bastante para enxergar o que tem lá, afinal é um vestiário masculino, vai saber como eles estão, tenho amor a minha vida e não quero ter pesadelos com o que supostamente veria lá dentro.

—O que está fazendo aqui?

Ando para trás com o susto, e vejo Peter em minha frente, suado, com o cabelo que se fosse possível diria até que um furacão passou por cima

—Ah, Oi! Eu estava...

—Espiando pela porta? 

Ele me olhou arqueando uma das sobrancelhas e se aproximando de mim, fazendo com que eu fique entre a parede e seu peitoral descoberto. Minha respiração me deixa na mão nesses momentos, nem para disfarçar o quão emocionada eu sou ela serve.

—A sua procura, Piter. —Termino a frase da qual fui interrompida e me ajustando para não ficar entre a parede e ele. Infelizmente

—Precisa de algo? Eu estou ocupado agora, preciso ir direto para casa, aliás te conto amanhã a novidade. —Volta a sua postura de antes, depositando um leve beijo em minha testa e logo veste sua camisa, saindo do vestiário, eu o sigo  o pegando pelo braço.

—Preciso que seja sincero comigo. 

 Confesso antes que falte coragem, e ele me encara  sabendo do que se trata, põe as mãos na cintura e suspira forte, como se já estivesse indisposto para aquilo.

—Outra vez com essa história? 

O encaro perplexa e ele desvia o olhar para a quadra

—Claro que sim! Eu odeio não saber o que está havendo com você, estou de mãos atadas sem entender como agir. Não sei, mas, vai que seja a minha culpa? Eu não posso adivinhar Piter.

Ele inspira fundo

—Ashy, para de agir como uma garotinha mimada que sempre quer tudo ao seu dispor, mais que merda! Eu já disse que estou apenas cansado!

Vossifera fazendo com que a atenção do faxineiro se vire para nós.

Ele nunca havia gritado dessa forma. 

Ele nunca havia agido dessa forma, eu também nunca havia agido como ultimamente, parece que não sou eu. 

Mas não consigo evitar meus olhos arderem, e um líquido cai em minhas bochechas

—O que está acontecendo com você... —Minha voz falha ao sair.

O garoto na minha frente percebe o que fez, no entanto faz pouco caso.

—Eu tenho um jogo importante amanhã. Vá para casa.

Se vira e vai embora.

Simples assim. 

Enquanto eu fico olhando estática.

Sinto um calafrio passar pelo meu corpo.

—Adolescentes. Agem como se fossem o centro do universo —Procuro a origem da voz, o faxineiro anda até mim com um rolo de papel higiênico, tira um pequeno pedaço e me entrega —Aqui está.

—Muito obrigada. —Pegou o lenço de sua mão com  cuidado.

—Não precisa agradecer é apenas papel. Mas quer um conselho? —Elevo meus olhos para encará-lo —As pessoas sabem o que fazem, e se fazem é porque querem. —O encaro—Agora faça o favor de sair de cima do chão que acabei de limpar.

—Ah, claro mil desculpas. — Sorrio em agradecimento e saiu da quadra apressando os passos.

O dia está a finalizar enquanto caminho para minha casa, faço o mesmo trajeto que fiz com Peter ontem. No momento estou na rua onde fica a floresta. Ando rápido.

As lágrimas no meu rosto secaram, mas meus pensamentos não me deixaram sossegada. Há algo lá no fundo, que sabe que eu e Peter não iremos durar muito tempo, mas eu não quero aceitar. 

Ele está apenas passando por momentos difíceis, é o que eu repito todos os dias, mas…

Eu cesso meus pensamentos instantaneamente.

Ouço passos atrás de mim.

Estava tão entretida pensando que esqueci onde estou. Apresso ainda mais os meus passos, a rua está deserta, então atravesso para o outro lado, onde não há vegetação.

Escuto passos atrás de mim novamente. Olho para trás ainda andando, mas não vejo nada, nem uma alma viva. Viro-me para frente, e as passadas retornam. 

Os pelos do meu corpo se arrepiam, e corro em disparada, e quem quer que esteja me perseguindo faz o mesmo.

Um pouco mais a frente avisto a minha casa, os meus pulmões estão apenas empurrando o ar para fora, a sensação que tenho é que não estou inspirado o suficiente.

Bato na porta de casa desesperada sentindo o objeto tremer sob os meus socos.

— Por Deus Ashley o que foi?!

Mamãe abre a porta desesperada e não espero nem um segundo para entrar e fechar a porta em seguida.

Procuro ar para falar, mas não encontro. Respiro e inspiro diversas vezes colocando a mão em peito.

— Ashley, respire querida. Acalme-se. — Ela coloca a sua mão nas minhas costas e lentamente vou diminuindo a pressão em meus pulmões, o seu toque é quase como anestésico. —Conte-me o que houve.

—Acho que tinha alguém me seguindo, eu não sei... Pode ser coisa da minha cabeça mãe.

—Calma querida, venha tomar um pouco de água.

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Comments

Nanda Pedroso Santos

Nanda Pedroso Santos

gostei, agora é minha frase preferida

2024-04-27

0

Pamfagundesss

Pamfagundesss

gostei dele kkkkkkk

2024-03-25

1

Pamfagundesss

Pamfagundesss

O comentário e ação dele não se bate kkkkkk
mas foi engraçado kkkkkk

2024-03-25

1

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