Capítulo 11:

Escuto a risada de Layla pelo telefone.

—Qual a graça? —Indago enquanto organizo minha penteadeira.

—Daqui a pouco você vai estar reclamando até mesmo do ar que respira. —minha amiga fala do outro lado da linha.

—Ha Ha, muito engraçado e não, eu não estou reclamando, —termino de colocar as coisas no seu devido lugar e então jogo-me na cama— eu estou apenas me expressando, até porque não estou aqui por vontade própria certo?

—Ah Ashy, qual é... Dê um tempo a sua mãe, ela também não está aí porque quer.

—Me pergunto isso desde que entramos nesse... Lugar—fiz questão que a última palavra soasse amarga.

— Pelas fotos que você me mandou não achei tão ruim.

—Eu coloquei filtro.—pontuo e Layla gargalha.

Ouço alguém a chamar pelo nome, creio que seja sua mãe.

—Preciso ir, prometi que ajudaria meu pai na loja, as vendas não estão indo muito bem, aparentemente ninguém está interessado em comprar sementes.

Despeço-me dela e respondo algumas mensagens, como a de David e... Richard? Quem deu meu número a ele?

Finjo que não vi sua notificação assim como fiz com as mensagens de Piter. Estou sem ânimo para conversar.

Ouço batidas na porta e então minha mãe entra trazendo consigo alguns papéis. Sento-me em minha cama e ala faz o mesmo.

—São os papéis que você irá precisar levar à escola na segunda.

—Ah... Certo.

Ela os deixa em cima da penteadeira e em seguida vai até à janela que fica de frente para a rua.

—Eu realmente sinto muito Ashley. — suspira.

— Mãe, já conversamos sobre isso, é o seu trabalho.

—Não, não estou me referindo a isso, apenas, —Ela encara a rua mais uma vez— apenas me desculpe se não cumpri com o papel de mãe da forma correta, querida.

Caminho até ela.

—É claro que cumpriu! Por que está dizendo isso?

Antes que ela responda a companhia toca. Descemos juntas até a porta.

—Boa noite, são as novas vizinhas, certo? —Uma senhora de cabelos brancos vestida com uma roupa esportiva e com um grande sorriso em seu rosto está para em nossa porta.

—Ah! Sim claro! Somos sim —minha mãe é rápida em responder a pergunta óbvia da mulher. —E a senhora também é nossa vizinha?

Antes de responder a pergunta, ela entra na casa olhando aos arredores.

—Oh! Está tão linda quanto antes. Fizeram um bom trabalho senhoritas.

Eu e minha mãe encaramos juntas a estranha que acabou de entrar em nossa casa, sem ao menos ser convidada. Odeio gente velha.

—Aceita uma xícara de chá senhora...

—Olívia, muito prazer querida Daiane —A mulher caminha em direção a minha mãe, apertando sua mão.

—Como sabe o nome da minha mãe?—Só então a mulher percebe que estou no canto da sala.

—Oh céus! Que menina linda, como não a vi?—Olívia mais uma vez olha para minha mãe — São mãe e filha?

—Sim, a Ashley é minha filha Senhora Olívia.

—Mas não se parecem em nada. —Diz a mulher com convicção.

Ela já está me irritando.

—É o que dizem. —mamãe sorri— Foram nove meses a carregando, para no final nascer identica ao pai.

Antes que a mulher faça mais alguma pergunta minha mãe a mostra o caminho para a cozinha.

—Oh! certo, o chá.

Olívia caminho com dificuldade até o balcão, mamãe prepara as xícaras e então serve o chá.

—Venha Ashley, tome um pouco querida —A voz doce de minha mãe soa pelos cômodos. Caminho até elas e sento ao lado de minha mãe.

—Ainda não acredito que seja sua filha, são tão distintas —Desde que chegou, Olívia não tira o sorriso do rosto e ele aumenta a cada vez que ela fala lago inútil. Se ela pode, eu também posso. Desde que cheguei tenho me sentido de forma diferente. Em Hudson, se acontecesse algo parecido eu estaria agindo exatamente como minha mãe, de forma educada.

Mas aqui, não é Hudson, não tenho que fingir me importar. Afinal de contas, eu não tenho nada a perder.

—Uma pena, mas não ligamos, Senho...—antes que termine minha frase sinto o pé da minha mãe chutar o meu. —Aí! — Olívia me encara ainda se esforçando para sorrir, mas falha miserávelmente. Dessa vez sou eu quem sorri e aproveito para levar uma xícara de chá á minha boca.

—O que ela quis dizer é que escutamos muito que não nos parecemos, no entanto isso não interfere em nossa relação.—Ela olha para mim—Não é Ashley?

—Unhum. —Bebo mais um gole do chá e lembro que tenho coisas a fazer em meu quarto —Se me derem licença, ainda falta finalizar a decoração do meu quarto.

—Foi um prazer conhecê-la, Ashley. —Diz Olívia como se estivesse sendo obrigada a ser gentil.

Para mim não foi um prazer conhecê-la, então apenas sorrio e aceno com a cabeça em concordância. As deixo sozinhas na cozinha e subo em direção ao meu quarto, em busca de paz e tranquilidade.

Os finais de semana costumam passar rápido, então terei pouco tempo para me preparar para segunda-feira.

Se há algo pior do que trocar de escola é trocar de escola no meio do ano e é pior ainda quando se trata do último ano.

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