Capítulo 2

O sinal da última aula toca, e então começa um alvoroço na porta de entrada da sala, onde os alunos saem em disparada para a saída, só restaram apenas eu e David, na sala, e assim que ele passa pela porta ele escorrega de leve em seu próprio cadarço, sorrio ao ver a cena.

—Olha só... Do que exatamente a princesinha está sorrindo?—Ele vem em minha direção perguntando com sarcasmo, e eu o encaro.

—Do seu lindo pouso sob o chão, e arrependida de não estar com o celular em mãos para eternizar essa cena icônica. —Levanto já pegando minhas coisas e caminho

—Fico feliz que tenha tirado um sorriso nesse rosto lindo—David fala chegando-se para mais perto, viro os olhos suspirando pesadamente.

—Se manca garoto. Vá arrumar outra pessoa para paparicar, hoje eu quero descanso— David acaba soltando uma gargalhada alta, atraindo o restante dos alunos que sobraram na escola, inclusive algumas piscadas de garotas.

Ele é o típico pegador da sala, ou melhor, da escola e se duvidar também é da cidade. Aliás, a equipe toda de basquete é... Bom, quase todos. Os Olympians ou "Egocêntricos ", como gosto de chamar, são bem famosos em toda cidade, quase estrelas, principalmente aqui na escola, Peter é o capitão,—por isso o apelido ridículo; "Princesinha"—

—É por isso que eu gosto de você gata.

—Já eu não posso dizer o mesmo de você, aliás onde está o Piter?

—Como ousa falar o nome de outro homem em minha frente? Minha deslumbrante presença já não basta?— Sarcástico e irônico, como David é taxado na equipe; o brincalhão. Solto um sorriso sínico.

—Não, a sua presença não chega nem perto de ser suficiente...—Não termino de falar pois alguém aparece bem atrás de mim, abraçando-me.

—Está de guarda sobre ela David Parkinson?— Ouço a voz rouca de Peter e sinto seus braços sob minha cintura, ele deposita um beijo em minha bochecha —Megan não está conseguindo suprir você?— David curva os lábios de canto, eu apenas reviro os olhos.

—Não sabia que você era tão mal Piterzinho. —David fala gesticulando com a mão, imitando uma voz feminina— Sabe que só tenho olhos para você meu docinho.

O moreno olha para Peter e dá uma piscadela.

Peter vai em sua direção e juntos ficam brincando de lutinha, enquanto o restante dos alunos apenas os observa

—Duas crianças...

[...]

Peter e eu ainda ficamos conversando com David e alguns garotos do basquete, até minha mãe me ligar avisando que precisava sair, e, consequentemente eu precisava ir para casa, Peter resolveu me acompanhar a pé, para comprarmos um sorvete pelo caminho.

Está frio e a noite cai lentamente enquanto andamos por uma rua calma e silenciosa, à nossa direita há uma floresta onde a ventania faz as folhas das árvores farfalhar e ouço algo vibrando em meu bolso já sabendo de quem se trata; minha mãe ligando mais uma vez. Lhe mando uma mensagem avisando que já estou chegando e que deixe a chave embaixo do carpete.

—Não vamos demorar, a sua casa já está perto. -- Peter avisa ao entrelaçar nossas mãos.

—Avisei a ela para deixar a chave no carpete— Falo e lhe lanço um sorriso leve, voltando a minha atenção para a vegetação de Hudson.

E por míseros segundos jurei ter visto alguém atrás da árvore antes de virarmos o canto à esquerda. Encaro o local ainda andando, mas se houver realmente alguém lá, não dá tempo de perceber, pois foi rápido.

—Algum problema?

Peter pergunta olhando para a mesma direção em que olhei.

—Ah, nada, achei ter visto uma coruja— Ele franze o cenho levando mais uma pequena quantidade de sorvete à boca, decido mudar de assunto.

—Não te vi no intervalo, onde estava? —Aproveito o momento para perguntar.

—Lembra que te falei da dor de cabeça? Pois é, eu fui na enfermaria tomar um remédio e descansar.

—E lembra que te falei que tinha remédio em minha bolsa? Porque não me procurou?

—Não queria te deixar preocupada, sem contar que é algo normal já que ontem o treino foi pesado, você sabe melhor que ninguém o quanto tenho treinado ultimamente.

—Ei... —Minha voz sai calma e acaricio levemente sua mão — Sabe que pode confiar em mim pra tudo não é? Se quiser me contar algo eu...

—Eu sei linda, se estivesse acontecendo alguma coisa eu te diria, tá legal? Mas é só o de sempre. Cansaço físico. —Ele diz, envolvendo os meus ombros ao me puxar para perto. —Agora vai para casa, descansa e à noite pode me ligar caso queira conversar ou sair.

Nem havia percebido que chegamos em frente a minha casa, mas não deixo de contestar.

—Peter eu estou falando sério, você não tá bem, e eu me importo com você ao ponto de automaticamente não me sentir confortável com isso.

Ele me encara e apenas assente dando de ombros, como se fosse a coisa mais natural do mundo, como se eu sentir mil tipos de culpas dentro de mim fosse algo completamente normal. Peter aponta com o queixo na direção de minha casa. Eu respiro fundo, e me despeço.

Subo as escadas rumo ao meu quarto, quando ouço a campainha tocar. E sei quem é.

Layla.

—O que faz aqui?—Ela adentra a minha casa normalmente, tranco a porta e seguimos direto para a cozinha.

—Achei que quisesse minha ajuda para decidirmos o que fazer na sua festa. Você não disse nada mas aqui estou eu.

Lembro do momento fatídico que tive no banheiro e sinto meus pelos se arrepiarem.

—Ah, claro. Esqueci de avisar você.

Ela pega um prato de comida e serve como se fosse dar de comer a dois homens. Layla tem uma negro no estômago, ao invés de um intestino.

—O que é essa cara? —Pergunta sentando-se à mesa.

—Que cara?

—Essa cara.

— Não tem cara nenhuma— Respondo, mas sou encarada severamente. Bufo e me junto a ela. —Tá legal, é o Piter

Uma meia mentira. Layla revira os olhos ao escutar o nome.

Passamos a noite inteira conversando até pegarmos no sono, antes disso Layla ajudou-me a fazer uma lista do que eu iria querer na suposta festa de aniversário, pois quem iria cuidar do resto seria a equipe de decorações que a minha mãe havia contratado. Deixei bem claro que não queria algo grande, apenas uma comemoração para os mais íntimos.

Entretanto, o significado da palavra básico para Layla, é totalmente o contrário do que realmente significa.

[...]

O dia seguinte passou rápido, Peter não havia ido à escola, pois segundo ele, estava a fazer exames de rotina para o campeonato.

Layla ficou a metade dos horários livres com o seu ‘clube’ de música e a sua guitarra, enquanto eu estava acabando com os meus pulmões nos ensaios das líderes de torcida, mas no final a animação estava pronta.

A escola estava em completa histeria, o campeonato contra os Lytters, irá acontecer na sexta, um dia depois do meu aniversário. A vitória seria um grande marco em nossa história acadêmica, principalmente para Piter, então estava dando uma folga para ele, sem discussões e nem perguntas passivas agressivas.

Baixar agora

Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Baixar agora

Benefícios

Novos usuários que baixam o APP podem ler 10 capítulos gratuitamente

Receber
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!