CAPÍTULO 20

   Eu não acredito que você ousou fazer isso comigo, Courtney!

   Como foi capaz de fazer isso?

   Você me violou!

— Hahaha.

— Não sorria. Elliot! Isso é sério!

— Como não rir depois de assistir a isso?! — Elliot continuou rindo da minha cara, cara essa que não era nem um pouco feliz.

— Não tem graça! — me irritei com o sorriso dele.

   E o que estávamos assistindo não me deixou nem um pouco feliz. E o que seria?

   Courtney aproveitou que eu estava dormindo profundamente no sofá da sala e resolveu fazer “ Maria chiquinhas ” em meus cabelos. Haha, muito engraçado, sua garota levada!Se eu não tivesse mandado espalhar microcâmeras na cobertura, eu jamais saberia dessa sua travessura!

   Mas antes de tudo aquilo acontecer, assim que voltamos do jogo de basquete, nos sentamos no sofá e tivemos uma conversa sobre o que tinha acontecido naquele dia, no que eu fiz com a sua agora ex amiga, que era e desde que soube da minha existência, minha inimiga.

— Deixe me ver suas mãos... — ela pediu e eu as entreguei, já recebendo um olhar analisador — suas mãos doeram quando estava batendo em Lindsey? — massageou as duas ao mesmo tempo enquanto encarava agora o meu rosto.

— Sempre dói, querida, mas não se preocupe... amanhã já estará bem.

— Você não sabe o quanto isso me deixa aliviada... me desculpe por ter permitido que tudo aquilo acontecesse.

— Não se culpe. Aquela... aquela escrota que te obrigou. — acariciei sua bochecha assim que senti seu corpo encostar no meu e o seu calor se misturar com o calor do meu corpo.

— Eu jamais imaginei que ela poderia ser capaz de fazer aquilo... ela tentou me... tentou...

— Não pense nisso, pequena — a interrompi pois não queria que ela lembrasse do medo recente que passou sobre o domínio daquela mulher. Se eu não estivesse ali, Lindsey teria violado Courtney e se aquilo acontecesse, eu seria capaz de matá-la.

— Está bem, mas por favor, me desculpe... você quase se machucou por minha causa. Se ela tivesse ferido alguma perte do seu corpo... eu não me perdoaria...

— Shh. — a interrompi novamente — vamos apenas descansar um pouco.

— Certo.

...

— Você ficou bonitinha de Maria chiquinhas.— disse sorrindo.

— Se sorrir por mais um segundo, eu te jogo do prédio. — alertei ligeiramente e o mesmo reprimiu a gargalhada em sua garganta — melhor assim.

   Fechei o notebook e me levantei de minha cadeira. Caminhei de um lado para o outro com a mão no queixo, enquanto pensava em uma punição não muito severa para a minha namorada travessa.

— Como foi que você deixou a pequena Courtney fazer tal travessura com você? E por que vocês estão tão próximas? Ela é só mais uma submissa.

   Parei de costas para ele e engoli em seco a minha vontade de jogar a verdade sobre o meu relacionamento na cara dele.

— Não sei se você percebeu, má como viu, eu estava dormindo... não pude evitar que ela fizesse aquilo.

— Verdade, mas... qual será a punição dela... ela tocou em você sem a sua permissão.

— Estou pensando.

— Espero que seja como a punição das outras submissas... elas reclamaram comigo quando me encontraram por aí.

  Jamais será assim.

— O que você veio fazer aqui, Elliot? — perguntei e me virei para ele, eu não estava com cabeça para pensar em punições e muito menos para comparar a minha namorada com Priscila ou com Anna.

— Ah... — ele notou a minha mudança na voz.

— Ainda estou esperando a sua resposta!

— É... — girou na cadeira como um adolescente riquinho — vim pessoalmente te convidar para um evento que acontecerá hoje a noite.

— Evento? — pensei brevemente — Não posso ir.

— Por que não?

— Porque é... porque tenho u!a submissa para punir — não formulei muito bem tais palavras.

— Puna ela depois.

   Como se eu fosse fazê-lo.

— Preciso que você veja as fotos que transformei em quadros e talvez... encontre uma gostosa para passar a noite, sem que seja a sua submissa.

   Como se fosse fácil, Elliot. Toda mulher que aparece em minha frente é capaz de me fazer lembrar da mulher gostosa, que de submissa se tornou a minha namorada. Courtney Drake, só de pensar em seu nome, eu já suspiro.

— Não preciso de uma gostosa qualquer, mas posso ir na galeria para marcar presença... você é o meu amigo e não ver o seu sucesso não é coisa que os amigos fazem.

— Que bom que te convenci a estar lá, mas... tem certeza que não quer mulher? A minha irmã vai estar lá.

— Qual das duas?

— Aquela que você andou comendo.— respondeu com um olhar safado.

   Elliot não tinha vergonha de falar da intimidade de sua irmã Tina, a mulher que como ele disse, eu andei ocupada. Não podia negar que era mesmo um encanto de mulher, mas agora, eu estava amarrada por uma baixinha levada.

— Não seja babaca, respeite Tina...

— Você não respeitou muito quando me contou sobre a noite de vocês.

— Não se esqueça que você me embebedou, seu trapaceiro... maldita hora que aceitei beber com você.

   Elliot apenas sorria igual um palhaço.

— Vou comparecer a galeria, mas... nem pense em dizer a Tina que estarei presente... sua irmã com certeza ainda continua muito... oferecida.

— Oferecida só pra quem possuí o sobrenome “ Miller ”. Não se esqueça que ela andou arrastando a asa para o seu irmão.

— Ainda bem que fodi ela antes dele.

   Nós rimos.

— E por falar em Ryan... — olhei para a boca de Elliot para saber exatamente como suas palavras iriam sair — aquele magricela gostoso nunca mais pisou na empresa?

   Tive que rir.

   Elliot como sua irmã, viviam arrastando a asa para Ryan. Elliot costumava experimentar as duas frutas e acho que se ele fosse uma mulher e tivesse o mesmo pensamento sobre a sua sexualidade, eu com certeza já teria ficado com ele. Ele era um homem bonito, mas se possuísse curvas, seios e não tivesse um pênis entre as pernas, ele seria mais irresistível.

— Ryan me vendeu as ações como te contei e logo depois viajou para a África... papai disse que ele foi participar de um safari ou algo do tipo.

— Ah... agora eu entendo o porquê dele nunca se interessar por assinaturas, contratos ou papeladas, ele é um aventureiro.

— É... e eu espero que com tudo isso... ele encontre a sua verdadeira vocação.

— Não se preocupe... me casarei com ele e o sustentarei.

   Rimos novamente e então voltei a me sentar em minha cadeira. Virei no lugar e quando parei, me deparei com Elliot de pé olhando atentamente para o seu celular.

   Continuei girando a cadeira e comecei a pensar em Courtney e naqueles belos lábios que ela tinha. A minha pequenina estava agora na faculdade e muito concentrada certamente. Ela era um prodígio e uma tentação.

   Como eu puniria aquela baixinha por ela ter feito uma infantilidade com os meus fios castanhos, sem que ela sentisse medo ou dor?

   Não vou te punir.

— Vou te recompensar.

— E qual recompensa eu ganharei?

   Parei de girar quando percebi que os meus pensamentos foram altos demais e acabaram se formando em palavras.

— E então... vai me recompensar pelo quê? — Elliot perguntou e se encostou na mesa, se curvando igual uma oferecida.

— A recompensa não é para você! — disse, tentando não ficar vermelha.

— E para quem é? — sussurrou curioso.

— Para... para... para minha mãe.

— O que a senhora Miller fez para ganhar uma recompensa?

— Me fez e deu a luz. — ele semicerrou os olhos cheio de desconfiança.

— Você está escondendo alguma coisa!

— Eu escondo muitas coisas e tenho certeza que se eu disser que sou a chefe da máfia predominante em Nova York, você irá acreditar.

— Você é? — perguntou surpreso.

— Claro que não! Má não seria nada mal fuzilar algum merdas por aí.

— Se continuar assim... vou me apaixonar por você.

   Rimos e o celular dele tocou. Atendeu após me pedir licença e palavras mais tarde, ele disse:

— Agora tenho que ir... não quero me atrasar.

— Vai lá e me mande o endereço... estarei lá para ver a arte do meu grande amigo.

— Se não comparecer... eu vou chorar.

— Ok... levo o lencinho porque sei que isso vai acabar acontecendo eu indo ou não.

— Até mais então. — me deu um aperto de mão e saiu desfilando.

   Ainda era três da tarde e agora eu iria focar no trabalho. Atender alguns clientes agendados para aquele dia e dar algumas assinaturas.

   Horas mais tarde...

   O telefone tocou e eu atendi. Gina falou que uma mulher estava na empresa. A mulher se intitulou como a melhor amiga de Robyn Miller. Qual delas? Pierce, Laura ou Diana? Todas colegas de faculdade que não me deixavam em paz quando o assunto era sexo sem compromisso ao invés de concluirmos os trabalhos da faculdade.

   Antes de liberar o acesso para a minha tal amiga, olhei através do vidro e vi que a mulher tinha os cabelos loiros e acima dos ombros e estava de costas usando roupa de motoqueira.

   Aquela ali com certeza não era nenhuma das minhas amigas.

   Eu não corria perigo, o sistema de segurança da empresa impedia qualquer objeto de metal de ultrapassar. Então permiti o acesso da loira e me encostei em minha mesa para esperar...

   Esperei alguns segundos e quando a porta abriu, lá estava ela com um sorriso travesso trancando a porta atrás de suas costas.

   Veio lentamente até mim já arrancando a peruca loira de seus cabelos e jogando para mim, que segurei. Ela desenrolou seus fios negros e me cercou com os seus braços.

   Não pude esconder o sorriso da surpresa e também por ter me impressionado com a criatividade da minha pequenina. Ela seria um arraso loira, mas com os fios negros, ela era mais irresistível e sexy.

   Me tomou em um beijo intenso enquanto me empurrava contra a mesa. Fui descendo descendo e ela foi descendo sua boca para o meu pescoço e suas mãos por cima do tecido da minha blusa. Suspirei e segurei seus cabelos fazendo ela parar. Talvez achou que seria tão fácil assim me tocar depois de sua travessura.

   Me ergui puxando sua boca para a minha e soprei contra seus lábios...

— Não tão rápido, pequenina.

   Courtney sorriu contra a minha boca e me deu uma mordida. Me sai dela e a mesma suspirou frustrada ainda apoiada na mesa. Gostei daquela visão tentadora a centímetros de mim, mas não, não me ganharia tão fácil.

— Surpresa! — e comemorou emburrada.

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Comments

Maria Do Carmo Andrade

Maria Do Carmo Andrade

que história, tou amando ufa

2023-08-06

2

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