CAPÍTULO 6

— Courtney, querida?

   Minha avó chamou por mim e acabou me desconcentrando. Eu estava contando as notas que vieram dentro do envelope avolumado, todas eram de cem dólares o que me deixou animada, mas também muito pensativa. Em meu pequeno quarto pintado com cores azuis demonstrando a minha paixão pelo oceano, joguei todo aquele dinheiro embaixo do travesseiro quando ouvi passos no corredor se aproximando do meu quarto. Vovó Marcelina sempre se preocupava comigo se eu estivesse em casa e não respondesse ao seu chamado.

   Me ajeitei rapidamente na cama deitada por cima do travesseiro e fechei os olhos, talvez vovó me deixaria “ dormir ” quando me visse quieta.

— Courtney? — vovó chamou por mim mais uma vez e assim ouvi o barulho da porta abrindo, assim ela me encontrou supostamente dormindo.

   Ouvi passos dela andando no quarto, era uma senhora de quase sessenta e cinco anos e grisalha, que se vestia com vestidos rosas e vermelhos. Logo senti um toque macio em minha testa, vovó vivia checando a minha temperatura desde que eu tinha os meus dez anos, na época que meus pais me deixaram aos cuidados dos meus avós e desapareceram.

— Como é linda dormindo... você parece exausta pequena... durma, durma. — ela disse tudo carinhosamente e assim saiu fechando a porta, onde acabou tossindo.

  Vovó Marcelina estava um pouco doente e quase sempre tossia, ela fazia um tratamento para a garganta e pagava o mesmo com o dinheiro do seu aposento, como também o do seu marido e meu avô Robert.

   Despertei de um sono falso e voltei a contar as notas, eram muitas.

   Aquilo me fez saber que eu era uma mulher que possuía um corpo valioso, mas aquilo não me dava orgulho.

   Era um tanto humilhante tudo aquilo em que me envolvi? Sim!

  

   Mas o dinheiro era mais importante naquele momento da minha vida.

   Eu tinha uma vida razoavelmente feliz, lutando todos os dias para ter sucesso na vida, com a esperança em meus estudos, pois o mesmo me levaria a alcançar mais degraus em minha caminhada à uma vida estabilizada e honrada.

  

   Assim que terminei a contagem do dinheiro, soube que ali tinha uma quantia de 4 mil dólares.

   Eu realmente valia tanto assim? — pensei intrigada e me lembrei da milionária que estava me mostrando, que dinheiro não era um problema quando tratava-se de seu prazer.

   Robyn Miller... você é tão misteriosa!

   Tão rude e agressiva!

   E completamente o sonho de qualquer mero humano.

   Acabei suspirando e a lembrança dela me tocando com carinho na noite de sábado me fez sorrir. Uma lembrança se infiltrou na outra e trouxe a tona fleches da dor de seus tapas em mim, então me fez cair de costas na cama.

   Você realmente sente prazer machucando outras mulheres? — perguntei ao nada e o nada poderia ser representado por aquele belo e dominante nome “ Robyn Miller ”.

   Desde quando você faz isso com as suas submissas?

   O que te levou a ser assim?

   Perguntas aquelas que só Robyn Miller, uma milionária de Wall Street podia responder.

   Lembrei-me vagamente da foto amassada na gaveta da mesa de cabeceira. Quem poderia ser aquela bela mulher ao lado de Robyn? Por que não a vi na cobertura, se é que ambas tinham um relacionamento? Perguntas e mais perguntas, aquelas que não acabariam com o meu dia de domingo.

   Eu deveria dividir aquele bendito dinheiro com os meus avós e a minha parte depositaria em minha conta no banco, uma parte que usaria para pagar adiantado algumas mensalidades da faculdade e compraria algumas roupas mais elegantes, roupas que poderiam agradar os olhos de Miller quando eu estivesse ao seu lado, apesar de ela se interessar apenas por sexo.

   Me vesti com roupas do meu velho guarda roupa e deixei as roupas de Miller dobradas sobre a cama, assim não as esqueceria e as entregaria de volta à noite quando voltasse a sua cobertura.

   Dividi o dinheiro, guardei a minha parte no envelope e o escondi dentro de um furo falso de um quadro na parede , um quadro que pintei quando ainda era adolescente, não tão bonito confesso, nunca fui boa com tintas. O restante do dinheiro segurei firme em minhas mãos e sai do meu quarto, indo para a cozinha, o lugar que os meus avós “ senhor e senhora Drake ” viviam conversando e demonstrando carinho um ao outro.

   Quando cheguei próximo ao balcão que dividia a sala da cozinha, os encontrei próximos do fogão sorrindo e vovô Robert, um senhor ruivo, experimentava um pequeno pedaço de carne cozida que vovó servia em sua boca. Era aquele tipo de amor e relacionamento que um dia desejava ter para completar a minha vida. O amor dos Drake transbordava a mais de 40 anos de casados.

   Fingi um soluço, não querendo atrapalhar aquele momento cheio de animação e ambos se atentaram em mim. O vovô se virou fitando as minhas mãos e me encarou, dizendo:

— Devo denunciá-la por ter roubado a carteira de algum bêbado por aí?

   Todos nós rimos com a brincadeira do vovô.

— Acredito que podemos ser seus cúmplices. — vovó enfatizou, deixando a colher de pau dentro da panela quente e arrancou mais sorrisos nossos.

— Eu aceito que sejam os meus cúmplices.

— Conte-nos então quando será o próximo roubar de carteiras. — vovô continuou sorrindo com a vovó e nos sentamos a mesa, era uma cozinha grande comparada aos outros cômodos daquele apartamento em um prédio antigo.

— Para com isso, vovô. — pedi e então coloquei os dois mil dólares no meio da mesa vazia.

   Eles observaram calados e ali foi o momento de inventar uma pequena mentira para eles, mesmo eu odiando omitir coisas que aconteciam em minha vida pra eles.

   Vovó murmurou algo e encarou o vovô, que me olhou em segundos, estávamos como crianças birrentas brincando de quem pisca primeiro.

— Quero dizer a vocês que... eu fui demitida do meu emprego na boate.

— Sinto muito, querida. — vovó disse preocupada tornando o seu olhar cabisbaixo.

   Não fiquei nem um pouco feliz em vê-la se entristecer, por causa de uma mentira.

— Não se preocupe, minha menina, logo logo... encontrará um emprego. — vovô me consolou, mesmo eu não precisando de qualquer consolo. — aquele lugar não era pra você.

   Assenti e me apressei para mentir mais uma vez, mas agora seria sobre o tal dinheiro.

— Eu quero avisá-los que esse dinheiro é o que recebi por ter sido demitida... sei que ajudará bastante esse mês e também com o tratamento da vovó.

— Querida, não era necessário...

— Era sim, vovô... — o interrompi — aceitem o dinheiro e não se preocupem com as mensalidades da minha faculdade... eu tenho dinheiro na poupança... dinheiro que eu venho guardando a algum tempo.

— Tem certeza de que não quer ficar com a metade de tudo isso aqui? — vovó perguntou apontando para o dinheiro.

— Não... — pensei por um momento, enquanto eles ficaram calados se olhando, pareciam estar conversando através do olhar... — e mudando de assunto... devo avisá-los de antemão que pelos próximos dias desse mês e do outro, eu não poderei voltar para casa a noite, como fiz ontem — os dois me olharam com curiosidade — terei trabalhos e ficarei no apartamento de uma amiga.

— Mas...

— Virei visitá-los após o turno das aulas na faculdade e a noite voltarei para o apartamento de... — pensei brevemente — de Miller.

— Miller é o nome da tal amiga universitária? — vovô perguntou, estando com um olhar de desconfiança.

   Aquilo era comum dos meus avós, eles estavam sempre atentos.

   E sim, eu tive que falar sobre Miller, caso eles me pedissem o número dela mais pra frente, saberiam que eu não estaria mentindo, quero dizer, mentindo sobre a outra coisa.

— Exato vovô.

— Então boa sorte, querida. — vovó desejou com um sorriso e se ergueu ligeiramente indo ver a panela no fogão — não vou deixar queimar desta vez!

   Vovô e eu rimos de como vovó murmurou as últimas palavras, e então, ele repousou a mão dele sobre a minha, que estava aberta sobre a mesa.

   Nos olhamos...

— Não importa o que você esteja fazendo, querida... eu sempre irei te apoiar.

— Nós iremos! — vovó enfatizou com um sorriso.

— Obrigado... amo muito vocês.

...

   Domingo à noite...

   Enquanto caminhava pelo corredor após sair do elevador, eu pensava nas últimas palavras de Robyn, aquilo martelou na minha cabeça depois de ter almoçado com os meus avós e ter tentado ler um pouco, um dos livros de biologia que agora eu trazia em minha mochila, juntamente com as roupas de Miller e com umas peças que pertenciam ao meu guarda roupa. No outro dia eu iria para a faculdade cedo e não iria ter tempo para passar no apartamento dos meus avós.

   Abri lentamente a porta da cobertura, com a chave que fazia um barulho insuportável e assim que entrei, escutei um barulho, parecia ser de algo pesado se abrindo, talvez fosse a porta do box do banheiro. E sim, Robyn estava ali naquele ambiente, esperando pela minha chegada, enquanto eu estava pensativa e curiosa sobre o que ela iria me mandar fazer.

   Fechei a porta atrás de mim, joguei a mochila no sofá, como se eu fosse a dona de tudo aquilo ali, mas também porque sabia que a milionária não estaria me vendo.

   Segui hesitante para o quarto, — o quarto do sexo por assim dizer — e quando atravessei a porta entreaberta, me deparei com Robyn sentada na ponta da cama, vestida apenas em seu lindo hobby preto e com os seus cabelos molhados.

   Meu coração palpitou ao ver aquela beleza natural e cheia de força a me encarar.

— Te assustei? — ela perguntou ainda me encarando e abriu um pequeno sorriso no canto esquerdo da boca.

   Eu paralisei...

   Como não ficar hipnotizada por essa mulher?

   Acorda!

— É... não. — disse e foquei nas pernas nuas e um pouco abertas.

— Se aproxime!

   Obedeci a sua ordem como se ela fosse a minha comandante ou como se eu estivesse com um revólver apontado pra minha cabeça e assim que parei perto dela, ela me segurou pelo meu pulso fortemente e me encaixou no meio de suas pernas já abertas.

   Robyn foi me puxando para baixo e assim eu fui me ajoelhando lentamente, focada agora em seus olhos e principalmente em sua boca.

   E sim, eu me ajoelhei no meio das pernas dela, então Robyn me soltou e tocou de leve os meus lábios, assim eu acabei salivando envolvida por um desejo encubado, um desejo que acabou me surpreendendo.

   Era como se eu já estivesse completamente entregue, mesmo que fosse tudo por causa de um contrato. A mulher milionária era tudo que eu jamais pensei em tocar ou possuir, já que a minha realidade era diferente.

— Você tem lábios perfeitos, Courtney. — Robyn disse e deu uma puxada de leve em meu lábio inferior, e sorri timidamente em agradecimento.

   Robyn deu mais uma puxada, nisso eu pensei que ela estava com vontade de me beijar, o que eu já estava pronta para receber, mas então, ela enfiou o dedo indicador dentro da minha boca e começou a brincar com a minha língua, ela não parava, somente me olhava com olhar de desejo e dominância. Era prazeroso ter o dedo dela em minha boca, como tê-los também em outra lugar mais escondido.

— O que será que essa língua é capaz de fazer? — ela perguntou e então senti uma vontade estranha de mostrar pra ela o que a minha língua possivelmente era capaz de fazer, daí eu brinquei com o seu dedo, chupando e mordendo. Assim vi ela fechar os olhos e suspirar. Ela estava claramente excitada. — Quero que mova a sua língua em outro lugar, Courtney! — ela ordenou e me fez parar bruscamente, assim ela me olhou cheia de luxúria, onde eu devolvi o olhar e encarei a sua boca, então ela riu da minha feição, me deixando excitada.

   Robyn sorriu com astúcia e malícia, sendo totalmente silenciosa e assim segurou o colarinho da minha blusa me puxando em seguida e me fazendo enterrar a minha cabeça no meio de suas pernas, onde tive a certeza de que ela estava totalmente nua, ela agiu de um jeito grosseiro, mas que acabou sendo muito prazeroso.

— Faça comigo... o que eu fiz em você.

— É que... — murmurei, nunca tinha feito aquilo.

— Você obviamente é inexperiente, mas deverá fazer... porque é uma ordem. — ela foi rude, mas senti que aquilo foi para me encorajar. Eu estava com vontade de fazer aquilo, mas o meu medo de errar era extremamente gigante.

— E se eu errar... vou ser punida?

— Sim! — respondeu já impaciente.

   Então eu deixei a apreensão de lado, me enchi de coragem e assim que enfiei a cabeça completamente por baixo do hobby, comecei com calma a movimentar a minha língua, tocando toda a extensão do seu ponto de prazer e experimentando o seu gosto. Eu não tinha a visão de sua face, mas pelo jeito que ela segurou a minha cabeça, obviamente estava gostando.

   A umidade da minha língua e o girar constante estava levando a mulher ao delírio, seus suspiros eram tão cativantes e estavam me deixando cada vez mais excitada, o meu corpo esquentou e aquilo me fez entender a sua vontade de estar sempre no domínio.

   Senti as mãos de Robyn saírem da minha cabeça e possivelmente ela estaria agora segurando os lençóis da cama, então ela abriu mais as pernas me dando mais espaço e para que eu me movimentasse mais e mais.

   Eu sabia que não tinha a permissão de toca-la, mas meu desejo me dominou de tal forma que eu acabei segurando as suas coxas com força.

  Senti que a mulher sentiu mais prazer pela maneira de seus suspiros serem agora mais profundos. No entanto, eu não ouvi nenhum gemido. E momentos depois, o corpo de Robyn se contorceu com espasmos e contrações, assim me fazendo engolir um líquido novo e com um gosto diferente, assim soube que ela tinha atingido o seu clímax gozando na minha boca.

   Acredito que fiz um ótimo trabalho porque a mulher ofegante só me ergueu para olhá-la depois de me puxar pelo colarinho da minha blusa e me encarar dando mordidas em seus lábios roxos, ali vi que ela se mordeu bastante durante todo o processo.

   Robyn tocou meus lábios e me puxou, assim quase fazendo nossos lábios se chocarem, mas então ela lambeu os lábios, dizendo:

— Agora tire as suas roupas!

— Ok. — o fiz sem pestanejar. Meu corpo estava quente e excitado, o seu comando era mais que um convite, era um belo deleite.

   Assim que me despi completamente, ela me puxou e fez eu me sentar sobre o seu colo, assim não pude evitar tocar seus ombros, algo que ela pareceu não se importar. E eu não seria burra de avisá-la, e ao invés daquilo ser sexo, acabar se tornando uma punição.

— Agora você será minha, bonequinha!

   E assim Robyn me tomou para sim com desejo e me penetrou com força. 

Mais populares

Comments

Gabriela Pereira

Gabriela Pereira

Preciso de uma Robyn na minha vida.☺️

2024-05-13

1

Ver todos

Baixar agora

Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Baixar agora

Benefícios

Novos usuários que baixam o APP podem ler 10 capítulos gratuitamente

Receber
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!