CAPÍTULO 5

Demorei no banho e logo sai do closet de Robyn vestida em roupas claras e largas devido a mais velha ser mais alta e mais forte do que eu. Escutei um barulho repetitivo vindo de algum cômodo espalhado por aquela cobertura e o segui, mas eu estava indo a procura da milionária.

   Fui parando de leve enquanto me aproximava de uma porta entreaberta. Assim que parei completamente, soube que o barulho era provocado por socos rápidos e repetitivos. Vi que Robyn estava treinando em sua academia personalizada e estava tão concentrada que não sentiu em nenhum momento que estava sendo observada.

   Eu a observava pelo espaço da porta e memorizava cada ponto do seu abdômen despido, o mesmo estava suado e o suor estava escorrendo de acordo com os seus movimentos. Eu já havia tido algumas experiências intensas e delirantes com a dona daquele corpo musculoso e não podia evitar pensamentos ou pequenas lembranças.

   Mas eu queria entender o porquê de Miller ter que criar um contrato com cláusulas, se poderia ter qualquer mulher a qualquer momento ou em qualquer lugar e também o porquê privava o seu perfeito corpo de qualquer toque, o meu toque.

   De repente me afastei bruscamente da porta porque Robyn parou os socos e se virou para sair e veio em minha direção. Eu voltei rapidamente para qualquer outro cômodo daquela cobertura e acabei chegando na sala, onde encontrei um envelope pequeno e avolumado, um celular de última geração, chaves prateadas embutidas em um chaveiro com o símbolo de um time de basquete e uma mochila pequena e preta completa de botõezinhos espalhados por quase toda a extensão do tecido duro e preto, botõezinhos que particularmente se pareciam com outra coisa, coisa essa que não me veio a cabeça naquele momento de nervosismo, eram cintilantes e se me aproximasse, com certeza eu veria o meu reflexo neles. Ali estava um pertence que eu nunca tinha visto, provavelmente porque era coisa de rico metido a besta — não que Robyn Miller fosse desse jeito — mas foi assim que meus olhos viram aquele pertence, e tudo aquilo estava sobre a mesinha de centro.

   Me aproximei hesitante, mas de certa forma eu soube que aquilo era para mim e quando decidi pegar as chaves, parei...

— Parece que você gostou das minhas roupas, bonequinha!

   Continuei na mesma posição meio encurvada e peguei a chave. De certa forma fiquei nervosa porque não sabia se Robyn me viu a observando a pouco.

— Eu não sei onde as minhas roupas foram parar, Miller. — então ajeitei minha postura.

— A máquina de lavar as engoliu durante a madrugada... ela costuma se apossar das coisas dos outros.

   Sorri disfarçadamente e então decidi me virar para encarar pela segunda vez o abdômen despido e os seios pequenos escondidos por baixo de um top de treinamento. E quando o fiz, acabei surpreendida com Robyn a centímetros do meu corpo e pelo pequeno susto, minhas mãos foram parar próximas do umbigo suado da mais velha, que me encarou de cima com um olhar dominador.

   Me apressei para me afastar e Robyn me segurou, fazendo as minhas mãos a tocarem mais ainda.

— Viu o que você fez? — Robyn perguntou de uma forma meio rude e a sua voz me amedrontou. 

— Me desculpe, Miller. — pedi com a voz baixa e não ousei me mover, enquanto meus olhos encaravam o rosto predador elevado.

— Você sabe o que devo fazer agora?

— Não. — a minha voz  tremeu e comecei a sentir o meu corpo sendo apertado gradativamente.

— Mas... você sabe que ao violar alguma cláusula... você deve ser punida, não sabe?

— Sim, eu... eu sei. — eu sabia daquele fato e daquela maldita cláusula, mas eu realmente não pude evitar toca-la. Foi tudo muito rápido e quando vi, já estava comprometida.

— Então... — Robyn abaixou a cabeça próximo da minha orelha e beijou o local, antes de dar uma mordida e eu gemer de dor.

   Eu não podia fazer nada, eu estava presa pelos braços dela e pela assinatura no contrato. Robyn em seguida mordeu a minha outra orelha e ouviu mais um gemido.

— Você disse... — decidi me pronunciar porque pensava que Robyn continuaria me fazendo sofrer com mordidas, mordidas que doíam muito — disse que não me machucaria, Miller.

— O que devo fazer para te punir então?

   Encarei os castanhos penetrantes acima e engoli em seco confusa e sem nenhum argumento aparentemente claro. Ela me deu a oportunidade de escolher como eu deveria ser punida, mas eu não sabia o que dizer.

— Eu não sei.

— Prefere levar tapas? — perguntou e me virou ligeiramente para o braço do sofá, me curvando, onde tive que me apoiar.

— Não! — respondi e tentei me sair da força que me cercava, tendo assim tocado várias vezes uma parte das coxas de Robyn, que me mantinha presa. Ela estava atrás de mim e me segurava fortemente.

— Fique quieta, Courtney!

— Não! — eu já estava desesperada de ficar naquela posição, sem ver claramente o que Robyn fazia atrás de mim ou o que pretendia fazer.

— Se me tocar mais uma vez... a quantidade de tapas aumentaram!

   Quando eu ouvi aquilo, eu paralisei, a mulher forte estava mesmo falando sério, já que acabou me dando um tapa bem forte, onde eu perdi um pouco da força das minhas pernas e respirei fundo deixando um gemido de dor escapar.

— Parece que você me entendeu! — ela disse soando maliciosa e fria e deu mais um tapa em minha bunda, porém mais fraco.

   Robyn deu mais um tapa e por fim, tirou a parte debaixo da minha roupa, me deixando totalmente exposta pra ela e morrendo de vergonha de estar naquela posição.

— Agora vou te bater mais forte.

— Não, Robyn! — enfim consegui falar.

— Não? — Robyn esbravejou e então me deixou livre, assim me virando de frente para ela. — Estou cumprindo com a minha parte do contrato, Courtney. 

— Mas isso que você esta fazendo está me machucando.

— Óbvio... uma punição deve doer e machucar... senão, a palavra não teria nenhum sentido. 

   Engoli em seco sentindo os tapas que ela me deu arderem e então decidi erguer a minha roupa, sem tirar os meus olhos dos dela, que me olhava com desejo de continuar me punindo.

— Não mandei você se vestir! — ela disse assim que terminei de me vestir e segurou o colarinho da minha blusa, me puxando contra o seu corpo e me apertando fortemente.

— Mas eu não posso deixar você continuar fazendo isso comigo, Miller.

— Você deve ceder a qualquer coisa que eu queira fazer, você assinou um contrato e só estará livre dele quando o prazo acabar, entendeu?!

   Tentei me sair de sua força, eu só queria ir embora e nunca mais voltar, mas daí tive uma das minhas mãos levadas até o rosto perfeito e dominador a me encarar, onde me surpreendi.

   Ela se mostrava pensativa.

— Me toque, Courtney! — ela ordenou apertando minha mão em sua bochecha.

— Mas eu não quero fazer isso! — senti lágrimas se formarem em meus olhos — você me bateu só porque eu te toquei sem ter a intenção... por que você quer que eu faça isso agora?

   Ela desviou o olhar parecendo pensativa e aquilo me deixou respirar e me recompor das lágrimas que ameaçavam escorrer.

— Porque você deve saber a diferença de uma ordem a ser cumprida e de uma violação. — ela respondeu.

— Eu sei muito bem a diferença entre ambas, mas como eu já disse... eu não tive a intenção de te tocar... eu estava tentando ao máximo não chegar perto ou me mover, mas foi algo inevitável.

— Então ambas temos a culpa. — ela disse inexpressiva e aquilo tirou um grande peso das minhas costas, na verdade, tudo aquilo tinha sido culpa dela, que chegou atrás de mim em silêncio.

— O que devo fazer agora, já que reconheceu que eu não quis fazer isso?

— Você deve... deve me perdoar por eu ter batido em você.

— Quer o meu perdão? — perguntei com raiva, porém com milhões de pensamentos rodeando em minha cabeça.

— Sim... ou você quer resolver de outro jeito?

— Sim, eu quero. — respondi depois de minutos calada encarando a mulher agressiva a me abraçar.

— E o que quer fazer? 

— Primeiro... — ela me olhou atenta — não me bata mais.

— Então vou te punir de outro jeito! — ela disse com malícia, onde eu apenas pensei e assenti.

— Segundo... me solta! — ela me soltou com hesitação e eu me afastei indo para um corredor, mas ela me seguiu como se eu fosse uma luz na escuridão.

— E qual é a terceira? — Robyn perguntou e me encostou na parede em um pequeno empurrão, onde acabou me cercando com seus braços.

— Hum... — pensei encarando os lábios a centímetros dos meus e percebi que eu não tinha nada formulado em minha cabeça, depois de ter levado tapas, minha mente se tornou um quadro branco.

— Toque o meu corpo, Courtney! — Robyn ordenou em um sussurro e aquilo fez o meu corpo esquentar inexplicavelmente.

   Uma aleatoriedade absurda naquele momento comprometedor.

— Ah... você tem certeza? — eu não tinha argumentos.

— Não, mas... eu sei que você quer isso.

   Sim... eu quero.

   Então esqueci por um momento dos tapas que ela me deu e pensei em tocar os braços que me cercavam, mas acabei tocando o cabelo, as bochechas e o rosto de Robyn, que sorriu sentindo o meu toque macio. Era lindo o sorriso dela, mas eu não estava completamente satisfeita, então de repente... dei um tapa em seu rosto sem pensar e vi ela virar o mesmo após sentir a dor com o atrito.

   O medo tomou conta de mim quando ela olhou em meus olhos, com seu olhar de predadora. Eu não sabia o que iria acontecer dali pra frente.

   Robyn continuou com seu olhar sobre mim e enfim, disse:

— Eu mereço isso. 

   Certamente meus olhos se arregalaram com aquelas palavras. Mas o que poderiam significar?

— O que você achou das minhas bochechas, bonequinha? — ela perguntou e então me fez tocar novamente em suas bochechas.

— É... — eu iria ser mais clara agora, enquanto tocava com mais intensidade a sua bochecha — suas bochechas são tão macias.

— É? — ela aproximou o rosto do meu enquanto nossos olhos não se desviavam.

— S... sim! — respondi meio nervosa.

— Agora sinta a maciez dos meus lábios!

   Me arrepiei com aquela ordem, mas acabei fazendo tudo de acordo com o que ela mandou.

   Robyn aproveitou o meu toque em seus lábios e então abocanhou o meu polegar, me dando um leve susto, assim me fazendo gostar da umidade que envolvia o meu dedo e o calor de sua língua que envolvia e brincava com o mesmo.

— Para Robyn! — pedi fracamente porque aquilo estava começando a me excitar. Era uma sensação tão marcante.

   Robyn me encarou frustrada e parou, assim senti o meu dedo sendo tirado lentamente de sua boca.

   Nos olhamos por um momento até que...

— Você gostou de me tocar?

— Sim. — respondi sem medo e o meu coração começou a palpitar.

— Você me perdoa por ter passado dos limites quando te bati? — ela perguntou enquanto fazia um carinho calmo em meus lábios.

   Se aquilo era uma estratégia para me convencer, ela estava indo super bem, eu estava cedendo cada vez mais. A voz dela era tão viciante que poderia passar horas ali naquela mesma posição ouvindo ela se desculpar.

— E então, Courtney? — ela insistiu e acabou apertando a minha bochecha, fazendo igual quando um adulto chato fazia em uma criança.

— Sim, Miller... eu perdôo você. 

   Então Robyn se afastou e voltou para a sala, me deixando sozinha a pensar e também confusa...

   Voltei minutos depois e a encontrei já próxima da porta, girando o chaveiro de chaves em seu indicador, enquanto segurava a mochila preta.

— Nos vemos à noite. — ela disse e jogou a chave para mim, que peguei sem deixar a mesma cair no chão.

— Certamente. — afirmei e ela me entregou a mochila, abrindo a porta em seguida.

— O seu primeiro pagamento está no envelope, o primeiro depois que você assinou o contrato... encontre-se com seus avós e resolva o problema com as contas, como também da sua faculdade.

— Assim farei.

— E a noite volte para mim... você fará algo pra mim. 

— O que eu farei exatamente? — perguntei curiosa e já cheia de pensamentos perturbadores.

— A noite você saberá, Courtney. 

— Então... vou indo. — disse passando por ela e pela porta, mas ela me segurou e me tomou em seus braços e em um abraço me envolveu, mas eu não a abracei, mesmo desejando.

— Tome cuidado, pequenina. — soou preocupada e me deixou ir, e então eu segui para o elevador, onde iria enfim poder respirar o ar lá fora.

Mais populares

Comments

Sidineia Campos

Sidineia Campos

kkkk, essa deixaaa

2023-12-27

1

Joiceane Silva

Joiceane Silva

caramba imaginei perfeitamente .

2023-09-05

1

Rita Ribeiro

Rita Ribeiro

viciada autora

2023-09-04

1

Ver todos

Baixar agora

Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Baixar agora

Benefícios

Novos usuários que baixam o APP podem ler 10 capítulos gratuitamente

Receber
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!