Kiara
Chego mais perto delas. E dona Lurdes se afasta seguindo na direção contrária, demostrando todo o medo que está sentindo de mim. Minha mãe que não é boba. Me olha já sacando o que realmente tá acontecendo.
Sua mãe já falou seu nome, entre os dentes, com a voz autoritária, de jeito que parece demorar demais para finalizar seu nome? Mostrando naquele momento que você está em maus Lençóis?
— Kiaaaara?
— Desculpa mãe! É que eu tava apavorada naquele momento. E a coitada da dona Lurdes foi a primeira que encontrei na frente.
Bom. Como eu disse em maus lençóis. E não preciso falar que as mãos unidas em súplicas, não serviu de nada. Minha mãe veio na minha direção trazendo com ela a colher de pau. Me deu uma colherada no meu braço esquerdo, que não vou mentir. Doeu muito.
-Ai ai ai mãe!
Falo esfregando o local atingido. Olho pra dona Lurdes que está incrédula com a situação.
— Pede desculpa pra ela agora!
— Tá bom! De certo modo eu já ia fazer mesmo.
Falo e levo outra colherada no braço.
— Mãe?!
Falo a repreendendo, e dona Lurdes agora está rindo descontrolada.
— Meu Deus. Quando vi essa menina brava, e enfrentando o patrão. Não imaginei que, na verdade, era uma menina meiga.
Dona Lurdes fala agora se aproximando.
— Meiga? Eu vou arrancar a orelha da Kiara quando ela fazer isso com os outros de novo. Não te dei essa educação garota!
— Desculpa mãe!
Falo mais rápido do que imaginei que diria.
— Não é pra mim que tem que pedir desculpas. E sim pra Lurdes. Viu como você a assustou. A mulher já tava planejando rota de fuga.
Essa é a minha mãe. Fala tudo com exagero. No máximo que a velha tava fazendo era indo para o outro lado. Mas eu que não vou retrucar. Duas colheradas no braço já basta.
— Sim mãe! A senhora tem toda razão.
Dona Lurdes. Me desculpa mesmo por ter sido indelicada com a senhora. Mas é que na hora eu tava apavorada... Aí.
Foi outra colherada de pau que levei.
— E quem te deu o direito de sair brigando com os outros? Independente de está apavorada ou não. Não deve sair por aí brigando com as pessoas. Você é muito impulsiva Kiara. E acaba trocando os pés pelas mãos!
Mamãe e seu discurso.
— Mãe. Acho que o molho tá queimando.
Falo fungando no ar. E minha mãe sai apavorada pro lado do fogão. E de lá ela me lança um olhar mortal assim que confere o molho. Se tava queimando? Não. Mas se não inventasse nada naquele momento. Meus braços iriam ficar roxo de tanto apanhar. Sem contar as orelhas inchadas de tanto ouvir sermão.
Dona Lurdes me abraça e retribuo o abraço sorrindo. Ela se afasta um pouco apenas para me encarar.
— Não vou mentir que não fiquei apavorada com a mulher que vi la fora enfrentando aquele bando de homens, e até mesmo o patrão. E depois que entrou aqui dentro nervosa ao extremo.
Mas eu vejo que é um doce de menina.
— Obrigada dona Lurdes. E desculpa mais uma vez por assustar a senhora.
— Que isso menina, eu entendo. E sei que o patrão não facilitou pra você.
— Por falar em patrão. Poderia me fazer um favor?
— Claro! É a senhora da casa o que pedir e lei.
— A não. Sem essa de senhora, por favor. Mas. Eu gostaria que não comunicasse a mamãe, quem realmente é o seu patrão.
Não precisa me olhara assim dona Lurdes.
Falo ao receber um olhar advertido dela.
— Eu vou contar pra ela. Mas preciso deixar ela calmar pelo menos hoje. Ela Já passou por coisa demais por um dia.
— Eu te entendo, menina. Mas não minta pra sua mãe por muito tempo. Ou ela vai ficar muito magoada com você depois.
Sei que dona Lurdes tem razão. Mas preciso preparar mamãe antes de tudo. Pois sei o quanto ela recrimina esse tipo de gente.
Olho na direção de minha mãe, ela toda entretida mexendo a panela. Sorrio cúmplice para dona Lurdes que faz o mesmo pra mim.
— Mamãe! Fica de olho no Pedro pra mim ta. Não deixa ele fazer nenhuma tolice.
— Mas. Você vai sair? Pra onde?
— Eu Vou ter que resolver uma coisa. E não precisa se preocupar ta. Ele me deu a palavra que não vai fazer nada com vocês.
— Mas minha filha...
Vejo preocupação no olhar de minha mãe. E era tudo que queria evitar. Vou até ela, e deixo um beijo no topo da cabeça dela.
— Fica despreocupada. Não vai acontecer nada. Só vou visitar uma amiga, e volto em seguida.
Dona Lurdes, a senhora se importaria de continuar fazendo companhia para a minha mãe?
— Não me importo minha criança! Mas. Ta tudo bem mesmo você sair assim?
— Não se preocupe, dona Lurdes. Rômulo sabe que vou sair. E o Vitor vai comigo.
— Quem é Vitor, minha filha?
— Minha bab... Quero dizer. Um segurança mamãe.
— Ha sim. Sendo assim ficamos mais despreocupadas. Mas vê se não demora pro jantar.
Minha mãe protetora. Como não amar essa senhora. Saio da cozinha rumo a saída, olho no relógio de pulso no meu braço. Notando faltar 10 pras 18:00 horas.
Olho em volta a procura de Vitor, e o vejo vindo ao meu encontro. Caminho na direção da moto de Rodrigo, mas Vitor me chama.
— Não vamos de moto, Kiara!
— A não nem vem! Acha mesmo que vou perder a oportunidade de poder pilotar um pouco mais essa maquina?
— Tô vendo que é louca por moto! Mas não se preocupe. Vai ter muitas oportunidades.
— Se não ta entendendo cara. A moto não é minha. E quando o dono dela se for. Ela vai junto dele.
— Sei disso. E também sei que você vai amar saber que na garagem do Don. Tem uma coleção completa de motos zeradas.
— Ta falando serio?
Cara me sentir agora igual aquelas crianças quando oferecem doce a ela. Mas também quando a mãe arranca o doce da mão da criança, dizendo não ser o momento.
— Que bom para ele, que ele tem uma coleção!
— Que bico é esse kiara?
— Não tô fazendo bico!
Falo cruzando os braços, olhando pro lado oposto, fugindo do olhar de Vitor. Pois sei que minha tromba ta maior que eu desejo que esteja.
— Acho que entendi! Você vai se casar com ele. E o que é dele é seu.
— Aff. Já tô cansada de ouvir que vou me casar com esse cara... Quer saber? Vamos logo, pois uma hora dessa Daniele já deve ter dado um troço.
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Atualizado até capítulo 95
Comments
Wilcillene Francisca Silva Costa
Amanda a Kiara é mais ainda a D. Kira
2024-10-30
4
Maryan Carla Matos Pinto
ela é demais
2024-10-25
0
Eu_aleatória
kkkkkkkkkkkkkkkkk
2024-09-26
0