Kiara
Maldito corpo traidor. Tinha que se arrepiar com esse toque selvagem?
Dro*ga. O beijo está cada vez mais intenso. Sinto a minha calcinha molhada.
A sua mão segurando os meus cabelos de uma forma intensa. E o seu braço na minha cintura me colando mais ao corpo dele, me fazendo sentir o enorme volume em suas calças.
Isso tudo está me dando um calor, e me fazendo sentir coisas que não deveria.
Ainda mais com esse homem.
E por falar nesse homem.
Que força é essa que ele tem? É surreal.
Forço mais uma vez pra ele me soltar, e finalmente assim ele faz.
Me solta, e me encara com um sorriso de lado, que faz a minha calcinha ficar mais molhada.
Mas não. Não vou cair nos truques baratos dele. Vou me vingar dele por ele sequestrar a minha família, e meu amigo. E ainda o deixar naquela situação.
Enquanto ele sorri, o encaro com raiva. Ele tenta se aproximar mais uma vez. Só que dessa vez sou mais rápida.
Acerto no seu rosto um tapa forte, deixando a marca dos meus dedos. Ele me encara desacreditado.
— Nunca mais encoste em mim sem o meu consentimento! Acho que já deixei claro a você do que sou capaz.
E não é essa sua cara feia que vai me botar medo.
Falo, e ele puxa o meu braço com força. A irá sobe. Esmurro de punho fechado a mão do atrevido que me segura com força. E só aí sinto ser liberta.
— Já chega! Não ouse mais tentar aproxima de mim. Agora me mostra onde está o meu filho e a minha mãe.
E eu espero mesmo que os dois estejam bem!
— Ou o quê? Vai me matar?
Ele fala desafiador. Que ódio desse homem. Não abaixo a cabeça pra ele, e respondo à altura.
— Não vai gostar de descobri!
O miserável apenas sorri, e sai caminhando na minha frente, subindo a escadaria que fica no meio do salão. Ao lado dela tem duas enormes colunas e sobre ela, um carpete vermelho.
Me pergunto pra que de tanto exagero?
Enquanto subo as escadas atrás dele. Observo mais ao meu redor. E tudo aqui é exageradamente lindo. A começar pelos lustres que parecem cristais. Jarros caros. Móveis antigos e modernos ainda mais caros.
Meu Deus! Esse povo curte mesmo ostentação!
Finalmente chegamos ao fim dessa grande escadaria. E me vejo a frente de dois enormes corredores. Me perderia fácil fácil aqui.
Ele segue para o corredor do lado esquerdo, e sigo atrás dele. A todo o tempo calada, apenas observando a minha volta, os muitos quadros de artes, jarros enormes e caros. E muitas portas.
Ele para na frente de uma das portas. E vejo ao lado um homem parado como estátua. Vejo ele olhar para o lado do Don, e fazer um sinal com a cabeça. Entrega a ele uma chave e ele vai até a porta e a destranca. Em seguida sai da frente me dando passagem.
Me aproximo ainda desconfiada, chego de frente aporta, e vejo minha mãe e meu filho sentados na cama abraçados. Vejo alivio no semblante dos dois ao me vê parada na porta.
— Kiara? Ai minha filha, graças a Deus! Achei que aquele homem tinha te machucado.
Mamãe fala se levantando com Pedro, e vindo ao meu encontro. Já estou dentro do quarto, de braços abertos, esperando o abraço dos dois. Mas percebo eles parar no lugar, e olhar apreensivo atrás de mim.
Pedro logo muda sua feição de espanto para raiva. Me viro vendo o tal de dom, atrás de mim.
— Será pedir de mais me deixar a sós com a minha família?
— Não acha que eu deveria fazer parte dessa conversa?
— Ta falando sério? Eu acho que não preciso nem te responder isso!
Falo o encarando com os braços cruzados.
— E aí? Vai da licença, ou não?
Podem me chamar do que quiserem. Doida, folgada, atrevida e tudo mais que pensar sobre mim. Mas se tem uma coisa nessa vida que aprendi. E nunca abaixar a cabeça pros inimigos. Seja ele quem for. Até mesmo um mafioso.
Se tenho medo da morte? Claro que tenho. Quem não tem? Mas esse ensinamento que Munique me deu. É o que tem me deixado viva até hoje. E acredito que agora, mais do que nunca, vou precisar usar esse conselho.
O crápula saiu me deixando sozinha com a minha família. Mamãe está me olhando assustada. Acho que pelo jeito que falei com ele.
Já Pedro está me olhando com um sorriso no rosto.
— Quem é esse moço, minha filha? Por que ele nos trouxe aqui?
Kiara não vai me dizer que está devendo esse cara?
— Mamãe fica calma! Vamos conversar. Mas eu preciso que tanto um quanto o outro, tenha a cabeça no lugar para o que vou contar.
Claro que não contei todos os detalhes. Omiti por enquanto a parte que ele é um mafioso. Achei melhor assim. Pois acho que muitas informações de uma só vez, não vai fazer bem pra mamãe.
— Então vai se casar com ele?
Pedro me pergunta, e noto ele apertar forte os punhos.
— Filho, você já não é mais uma criança. Já é um rapazinho que consegui entender a gravidade das coisas.
Infelizmente vou precisar fazer isso. Dei a minha palavra, e ele me deu a dele.
— E quem garante que ele vai cumprir a dele? E se…
— Calma Pedro! Vai ficar tudo bem. Eu prometo...
Olha. Não tem como voltar atrás na minha palavra. Até porque ele ainda tem vocês aqui com ele. E infelizmente é impossível tirar vocês dois daqui.
Mas assim que me casar com ele. Quero que voltem pra casa. Quero vocês longe de tudo isso.
— O quê? Como assim mãe? Quer que eu e a vovó volte pra lá sem a senhora?
— Pedro, olha. Sei que a nossa casa é humilde. E que está provavelmente chateado por que vou viver nesse luxo.
Mas acredite, meu filho. Vou esta aqui por obrigação. E quero que entenda que nada disso aqui traz felicidade. Mas eu juro pros dois, que assim que puder. Vou arrumar um lugar melhor para os dois viver!
— Acho que é sobre luxo que estou falando, mãe?
Pedro se levanta ficando de costas pra mim, e caminha até a janela mais próxima.
— Eu não me importo com luxo. O que me importa é não ter que viver longe da minha mãe de novo.
Sinto o meu peito batucar forte com as palavras do meu filho. Ele me olha, e vejo os seus olhos cobertos por lágrimas.
— Foi duro pra mim, não ter a minha mãe por perto!
— Pedro?!
Chamo pelo nome do meu filho, com uma voz embarcada. E ele continua falando, as suas palavras carregadas de mágoas.
— Eu não te culpo. Sei que fez o que precisava ser feito. Eu posso não lembrar de tudo que vivemos com aquele homem. Mas infelizmente algumas coisas vêm como em sonhos. Pesadelos. E sabe qual era a pior parte?
— Meu filho?
As lágrimas molham o meu rosto. Ouvir tudo isso da boca dele dói demais. Ele vem até mim que não tive nem reação pra Levantar. Acho que essa foi a primeira vez que me sentir fraca depois de anos.
Sinto as mãos do meu filho acariciar o meu rosto, e limpar as lágrimas insistentes. Sinto também a mão de minha mãe apertar forte a minha. Ela se manteve calada. Como se soubesse que Pedro precisava desse desabafo.
— A pior parte, mãe. Era acordar todas as noites depois dos sonhos horríveis. Chamando pela minha mãe. E saber que ela não estava ali por culpa de um crápula que deveria nos proteger!
Não aguento mais. O choro soou mais auto que o esperado. Me levantei ainda sentindo as minhas pernas bambas. Sinto como se tivesse espinhos na minha garganta. E abracei meu filho com toda a força possível.
Quero naquele abraço o proteger do mundo. Ele me abraçou de volta, ainda mais apertado do que eu o abraçava. E ouvia os soluços em meio às súplicas vinda do meu filho.
— Por favor, mãe. Não me deixe viver longe de você de novo. Por favor! Me deixe ficar.
— Eu juro que não vou mais me afastar Pedro. Eu juro!
Sentir o aperto do meu filho, e logo minha mãe se juntar aquele abraço caloroso. E ficamos ali agarrados por um bom tempo.
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Atualizado até capítulo 95
Comments
Marta Klemp
melhor ela ter eles perto dela pq tem os inimigos dele
2025-01-30
0
jeovana❤
𝙚𝙢𝙤𝙘𝙞𝙤𝙣𝙖𝙣𝙩𝙚
2025-03-22
0
Marta Klemp
melhor ela ter eles perto dela pq tem os inimigos dele
2025-01-30
1