Capítulo 7

Rômulo 

Não posso negar. Ela realmente me deixou impressionado. 

Ela saiu daqui tão rápido, que até esqueceu a sua adaga pra trás. 

Saio atrás dela. E decido que vou apenas dar mais um susto nela. Vamos ver até que ponto ela fica com essa marra toda. 

Entro no elevador, e paro no terceiro andar. Onde consigo ver perfeitamente, tudo no grande salão da boate. 

Fico vendo ela se desvinculando das mesas. Ela está atraindo ainda mais olhares de cobiça. E isso me deixa com vontade de arrancar os olhos desses miseráveis. 

Noto que a todo o momento, ela olha pra trás, ou na direção do elevador. 

O que será que ela faria se eu aparecesse ali?

Bom, acho melhor não tentar descobrir. Ou é perigoso ela quebrar toda a boate. 

Gata-brava. Deliciosa. Depois daquele momento na minha sala. Não há dúvida do quanto quero você. 

Vou te tomar pra mim, e te domar. Vai ser uma gata mansinha apenas pra mim. 

Vejo que uma das garotas da boate parou na frente dela. E percebo ser Lisa. Essa foi uma das pu*tas que deixei frequentar a minha sala, pra matar as minhas vontades.

Fico observando Lisa querendo botar medo na minha gata-brava. E fico atentado com a cena.  

Lisa agora está parecendo um cachorro assustado. E minha gata-brava, está falando algo com ela que queria tanto saber o que é. 

Ligo pra Mateus que está ali no salão. E o filho dá pu*ta demora demais pra atender. 

E por fim quando ele atende. Mando ele trazer ela de volta pra minha sala. 

Noto que ela já está na porta, conversando com aquele infeliz que se diz amigo dela. Mas não engoli essa história.

Observo Mateus e os seguranças indo atrás dela.  

Mas o cara entrega uma chave pra ela. E ela sai em disparada pra fora. 

Vejo que Mateus saiu correndo atrás dela. E logo voltou olhando na minha direção, balançando a cabeça negativamente. 

Faço um sinal que ele logo entende. E vejo ele pegar o cara que entregou a chave pra ela. O leva pra fora da boate. 

Mando que ele o leve para o galpão, onde faço minhas torturas. 

Mando uma mensagem pra Mateus. 

Não é pra tocar nele. Isso quem vai fazer sou eu.

Saio da boate pela parte de trás. E sigo direto pro galpão. 

Já chego lá, e vejo que eles o colocaram numa cadeira de ferro, amarrado perto da máquina de choque.

Vamos ver quem realmente é esse tal Rodrigo.

Puxo uma cadeira, e me sento na frente dele. Ele me encara, mas não vejo medo em seus olhos.

— Sabe quem eu sou? 

— Não.

Ele responde sem medo. 

— Mas não sou tolo. Aqui parece um lugar de tortura! É possível que você seja algum gângster.

— É corajoso. Admito. Teve coragem pra ajudar ela a fugir!. Mas quanto a quem eu sou. Está enganado. Sou Rômulo Gustavo.

Esse nome te diz alguma coisa? 

Os olhos dele se arregalaram. Óbvio que agora ele sabe quem sou. E sabe do que sou capaz.

— Se sabe quem sou. Sabe que posso te torturar lentamente. Não sabe?

Por que ajudou ela a fugir? 

— Eu não sei o que ela fez. Mas se quiser, me mata no lugar dela.

A raiva me sobe com o que ele fala. Ele quer que o mate pra defender ela. Eu sabia que tinha coisa nessa amizade sem sentido. 

Acerto nele um murro que faz a boca dele sangrar. 

— Então quer morrer no lugar dela? Gosta dela? 

— Sim, e não.

Me levanto rindo do sujeito. Olho pra ele sentado na cadeira. Pego pelo cabelo com força o imprensando pra trás. E falo num tom rude. 

— Que raio de resposta é essa? Ela é sua amante?

— Não senhor.

Ele responde, mas não acredito nas suas palavras. Puxo a alavanca do meu lado, e descarrego nele um choque conduzido pela cadeira. 

Ele grita, pelo susto e pelo choque.

— Vou perguntar de novo. Ela é sua amante?

— Não senhor!

Puxo a alavanca novamente, e dessa vez ele não grita. Simplesmente ele trava os dentes um no outro.  

Desligo o choque, e mudo o estilo da pergunta. 

— O que a Kiara é realmente sua? 

— Ela é minha amiga. A conheci pela minha esposa. 

— Então traí sua esposa com a amiga dela? 

— Não, senhor, eu juro que não. 

Olho por lado do Mateus, vendo ele vindo ao meu encontro. Tenta me puxa para um canto. Mas o repreendo. 

— O que pensa que esta fazendo? 

Falo num tom rude. Detesto ser interrompido.

— Cara, não to te entendendo. O que tá fazendo? 

— Deixa que eu sei cuidar sozinho dos meus assuntos. 

O encaro com um olhar sério. E ele sai com as mãos erguidas. Volto a minha atenção para o meu hóspede.

— Tô achando que ta mentindo pra mim. E sei quem vai fazer você conta a verdade.

Sei que sua esposa está grávida de seis meses.

— Senhor, por favor não. Eu juro que a kiara é apenas uma amiga. Sei eu não a proteger. A minha mulher me mata.

Por favor, acredita em mim. Não vai atrás da minha esposa. 

Bingo. Finalmente o que precisava. Sou um mafioso. E não perco meu tempo com tortura banais como de simples choques. 

Exceto caso seja pra servir para os meus propósitos.

Olho pra um de meus homens. E mando que o desamarre. Ele me olha confuso. Mas obedece.

— Sua sorte é que quero você vivo. Mas eu juro que vou ficar de olho em você. E qualquer deslize que der. Você, sua esposinha e filho, já era.

Dou as devidas ordens do que fazer com ele. E Mateus me olha ainda sem entender. Caminho na direção dele, e falo.  

— Nunca mais intervém nos meus assuntos. Eu sei bem o que faço.

Falo saindo do galpão. Entro no meu carro vendo que os meus homens cumpri as minhas ordens. E saio dali direto pra mansão. 

Kiara

Cheguei em casa, minha mãe ainda estava acordada. Ela veio até a porta, creio que por ouvir o barulho alto da moto. 

Ela me vê saindo da moto. E me olha com advertência. 

— Kiara? Onde você arrumou esse troço? Acho melhor você ir agora mesmo entregar essa porcaria. 

— Calma mamãe. É apenas emprestada. Amanhã eu devolvo. Está bem?

Falo levando a moto pra dentro. Minha mãe me da passagem. Mas ainda fica me encarando com advertência. 

Ela não gosta de moto. E não fica agradada em me ver em cima de uma. 

Entramos e ela vem atrás de mim rezando uma missa.  Do tanto que fala.

Fico apenas a escutando calada. Afinal ela é minha mãe né?

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