Acordo sentindo o aroma da comida da mamãe, que invade a casa toda. Me levanto, e vou direto pro banheiro. Faço as minhas higienes. E tomo um banho.
Saio do quarto após deixar tudo ali organizado. E vou de encontro com dona Kira.
A vejo na pia da cozinha, de costas pra mim. Vou até ela sorrateira, e a abraço por trás.
Não aguento, e sorrio com o grito de susto que ela deu. Ela se vira, e me joga um pouco de água no rosto.
— Ta querendo matar a sua mãe menina?
— Desculpa mamãe. Não resistir.
— Hum rum, sei... Tem café na garrafa.
Ela fala se virando de novo na direção da pia. E volta a lavar as vasilhas. Vou até a garrafa, e coloco no copo uma quantidade generosa de café. Puxo uma cadeira, e me sento colocando o copo na mesa a minha frente.
— Como foi no trabalho ontem?
— Mais ou menos!
Respondo meio que desanimada. Na verdade, minha noite ontem foi um mer*da. Mas sei que dias melhores virão.
— Não concordo com você trabalhando tão tarde da noite. Fico com medo que algo aconteça com você.
— Não precisa ter medo, mamãe. Tenho tudo sobre controle.
— Tudo sobre controle, Kiara? Não se esqueça que você é só uma mulher. Homens adoram aproveitar a oportunidade quando encontram uma mulher rondando sozinha na rua pela madrugada.
Eu não quero receber um dia a notícia que a minha filha foi encontrada morta e estrupada.
Minha mãe se preocupa. Ela que não sabe do que sou capaz. Treinei muito pra aprender a me defender de crápulas assim. Por isso não tenho medo.
Mas não quero, e não posso contar esses detalhes a ela.
— Não precisa ter medo, dona Kira. Eu não volto sozinha pra casa.
Falo uma mentira não tão grande. Pois realmente tenho uma companheira que ando com ela. Uma adaga que pertenceu ao meu pai.
Ela é pequena, e cabe perfeitamente entre os meus seios.
Minha mãe parece relaxar um pouco com que digo. Ficamos na cozinha, eu a jogando a terminar o almoço. Até o Pedro chegar da escola, e juntos almoçarmos com ele contando as novidades do seu dia de escola.
Já são 13:00. Estou sendo entrevistada pra a vaga de emprego, como balconista. Fui indicada por uma amiga da mamãe.
E finalmente consegui um emprego. O problema, que é só meio expediente. E pra supri as contas de casa, e ainda tem a conta alta que tenho que pagar na boate. Vou ter que trabalhar nos dois lugares.
Aqui, vou pegar no horário de 6:00 da manhã, até as 14:00 da tarde. Trabalho de segunda a sexta. Tendo folga no sábado. Na boate pego o turno a noite, que começa as 19:00 até as 3:00 da madrugada. Nele trabalho aos sábados.
Sei que vai ser cansativo. Mas não quero ver a minha mãe sofrendo sem aguentar. Tendo que trabalhar fora.
Ela sustentou meu filho por oito anos sozinha. Agora é a minha vez de fazer por ela.
Dona kira não ficou de toda agradada quando soube que vou trabalhar nos dois empregos. Mas conversei com ela. E mesmo que não foi muito do seu agrado. Ela concordou comigo.
Pedro ficou chateado. Pois vai se pouco tempo que vou passar com ele. Mas no fim ele compreendeu a situação.
18:20 da noite. E aqui estou eu me despedindo da minha mãe e de meu filho, pra segui caminho pra boate.
Chego depois de uma boa caminhada. Entro e já encontro meu amigo Rodrigo na porta. O comprimento. Mas o infeliz tem mesmo que ser sarcástico?
— Vê se não dá uma de mulher maravilha, hoje tá bom.
— Como é Rodrigo?
Pergunto o fuzilando com os olhos, e o seu companheiro de trabalho não contém o riso.
— Eu tô falando sério, Kiara. Se tiver problemas, chama por nós. Não tente resolver sozinha.
— Ta bem senhor insensível. Acha que é mais forte que eu?
— Ta me chamando pra briga é?
— Sua sorte, Rodrigo. É que não posso te chamar pra briga agora. Pois tenho que trabalhar.
Mas eu juro que vou adorar mostrar a você o tamanho da minha força.
Falo o encarando, ele cai na gargalhada. E seu amigo ao lado também. Ainda vou mostrar a eles. E vou fazer eles engolir essa risada.
Entro na boate. E vejo Lisa vir na minha direção afoita.
Lisa é uma das meninas que trabalha na boate. Dançarina, e acompanhante. Ela não vai muito com minha cara. Agora pergunta se eu me importo.
Não to nem ca*gando pra ela.
— Kiara o patrão mandou você ir à sala dele agora.
— Patrão? Desde quando Mateus virou patrão? Até onde sei. Ele é apenas o gerente.
Falo dando de ombros, e vou caminhando até o elevador, pra seguir caminho pra sala de Mateus, sem da atenção ao que Lisa me fala.
Patrão. Até parece. Desde que comecei a trabalhar na boate. Não fui apresentada ao dono da boate. E os cometários das pessoas que aqui trabalham. É que ele nunca os foi apresentado. Sendo assim o dono é um mistério.
Agora a bonita vem falar pra mim que o patrão quer falar comigo? Até parece que vou cair na onda do Mateus.
A sala fica no quarto andar da boate. Entro no elevador, e antes dele ser fechado, noto a cara de poucos amigos de Lisa pra mim.
Garota invejosa. Tudo só porque me dou bem com todo mundo, e ela não. Ela gosta de se mostrar, e ficar dando em cima do Mateus. Acha que por da pra ele, pensa que tem direito de mandar em todo mundo.
Uma verdadeira Patricia, que ninguém aguenta.
Chego no terceiro andar, e caminho na direção da única sala que tem nesse andar. Bato na porta, e Mateus a abre pra mim. Sorri ao me ver na porta, como de costume.
Ele mostra interesse em mim. E não é a primeira vez que me faz a proposta de passar uma noite com ele por dinheiro.
O encaro com desdém, e ele continua com o sorriso no rosto. Aff. Já até sei o que ele quer. Não vai rolar baby.
Mateus me da passagem pra entrar. Entro, e noto outro homem na sala.
Ele está em pé olhando pela janela da sala. Um homem alto, costas largas. Trajando um terno, que marca cada músculo de seu corpo.
Ouço a voz de Mateus atrás de mim, chamar pelo nome de Rômulo. E anunciar que já estou na sala. Logo ouço a porta se fechar.
O homem a minha frente se vira na minha direção. Meus olhos se arregalam mais do que desejo.
Aqueles olhos frios e grandes, que me encarou ontem depois da confusão. Está aqui na minha frente. Ele caminha em passos lentos até onde estou.
E por algum motivo que não entendo, não consigo me mover. Ficando aqui parada o encarando com os olhos arregalados.
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Atualizado até capítulo 95
Comments
Carolaine Teixeira
começando a ler data 13/01/25
2025-01-13
1
🌟OüTıß🌟
primeiramente,MISERICÓRDIA
bate na madeira!
E segundo,é estuprada
2025-01-16
0
Danielle Maria
começando a ler agora 13/01/25
2025-01-13
0