Rômulo
— O que você quer com a minha mãe?
Gostei. Esse garoto tem marra, e é direto.
— O que acha de eu ser o seu segundo pai?
Falo dando um leve sorriso de lado.
— Não tenho pai. E não tô interessado em ter um!
Ele fala convicto. E noto uma grande mágoa na voz do moleque. O que será que realmente levou a mãe dele a matar o pai?
— Sabia que ela pilotava a moto assim tão bem?
Pergunto ao garoto, vendo pelo retrovisor ela tentar cortar os carros dos meus homens. A postura dela em cima da moto é impressionante.
— Não sabia nem que ela andava de moto.
Ele fala virando pra trás, olhando a mãe com brilho nos olhos. Logo se senta e me encara.
— Minha mãe nunca me disse que tinha um namorado. Se é que você é isso mesmo.
— Por que eu não seria?
— Não é óbvio? Você entrou na minha escola, e me tirou de lá a força. Minha mãe está vindo atrás de nós como se fosse um piloto de fuga... O que deixa óbvio que você me sequestrou!
E vou te avisar pelo seu bem. Ela está uma fera. E tenho certeza que vai te cubar na porrada.
— Já viu ela lutando? Fala como se…
— Já! Foi de madrugada, pouco tempo depois que ela voltou pra casa. Antes de começar a trabalhar de noite.
Ela ia pros fundo da nossa casa, e ficava lá por horas treinando. Eu ficava vendo ela pela janela do quarto dos fundos. E ela não me via.
— Parece ter orgulho dela.
— E tenho! Então seja lá o que realmente você quer com a minha mãe. Não a faça sofrer. Ou eu mesmo mato você!
Devo dizer que me assustei com o que ouvir da boca de uma criança? Bom. Não diria bem assustado. Até porque precisaria de muito mais que isso pra me deixar assustado. Mas diria surpreso.
Essa mulher passou a ser ainda mais interessante pra mim. Tendo um filho tão interessante assim.
Estamos quase chegando na minha fortaleza. E Kiara continua encima daquela moto, nos perseguindo em alta velocidade.
Ver o jeito dela, toda insistente, vindo atrás de nós. Só tá me dando um puto de um te*são.
E pela expressão do rosto dela. Ela parece furiosa. Principalmente todas às vezes que tenta cortar os carros sem sucesso.
Pra ajudar a barrar essa mulher. Tive que contar com a ajuda do meu outro Soldado que estava a vigiando. Ele também é um ótimo piloto. E está conseguindo a atrasar.
Mando o meu motorista acelerar mais o carro. E me comunico com os carros atrás e o motoqueiro.
Dou a ordem para que a atrasem por um tempo. E assim eles fazem.
Em fim, em casa, entramos e todos têm a ordem de não encostar na Kiara.
Saio do carro, e mando o moleque sair também. Ele fecha a cara, e emburra cruzando os braços. Mostrando pra mim que não vai sair.
Dou sinal para um dos meus soldados trazer a mãe de Kiara até a entrada da casa. E assim é feito.
— Pedro, meu menino!
É a dona kira que grita da porta. O moleque ao vê a vó na porta. Me olha com sangue nos olhos, sai do carro e parte pra cima de mim.
Fico impressionado e orgulhoso. Esse moleque tem futuro. Mas agora não tenho tempo pra lidar com ele. Então mando um de meus homens levar os dois pra dentro.
O garoto é pego pelo braço, e pela expressão do garoto. Sei que o aperto foi exagerado. Olho para o homem que me encara com medo, e acho que sem intender.
— Levem os dois pra dentro com cuidado. Se eu vejo alguma marca que seja neles. Sabe o que te aguarda mais tarde.
Ele me olha assustado já sabendo o que quis dizer. O menino me olha parecendo confuso com o meu comportamento. Se solta do aperto do meu soldado, que o segura. E corre até a sua vó, que o recebe de braços abertos.
Olho a sena com um sorriso interno. Olho sério para o homem que segurava o menino com força. E dou sinal para levar os dois pra dentro.
Foi só o tempo de levar os dois. E vejo o carro com os meus soldados, entrando na minha propriedade. Eles não demoram a sair do carro, e se junta aos demais ali em sentido de alerta.
Logo atrás vem o que está na moto. E atrás dele o motivo de todo esse alvoroço. A minha gata-brava.
Gata-brava é pouco pra descrever o que ela está parecendo agora.
Ela retira o capacete, os seus cabelos estão revoltos. Está tão linda usando essa calça colada, e essa jaqueta que da a ela ainda mais charme.
Nos pés, tênis pretos. E no rosto não vejo sinal algum de maquiagem.
Cara que mulher perfeita.
Olho de relance para os lados. E vejo os meus soldados babando por ela. Meu sangue ferve. Olho pra todos com muita raiva. E o que constatou o meu olhar, cutuca os demais que arregalam os olhos na minha direção. E logo se recompõe.
Volto a minha atenção pra ela. Que vem na minha direção como uma onça. Os seus punhos estão serrados. E os seus olhos exalam fúria.
— Onde está o meu filho e a minha mãe?
Ela pergunta já tentando me deferir um soco. Desvio de todos. Ela insiste com os golpes. Tanto com os socos, e com chutes.
Acho que além de sua beleza exótica. Isso foi algo que mais me atraiu nela. Ela é forte e determinada. Vai ser uma ótima Dama da máfia.
Seguro os seus pulsos. Ela ofega furiosa me encarando. E se olhar matasse. Estaria morto nesse instante com esse olhar cortante que ela me lança.
— Calma, minha gata-brava.
— Não me chame assim. Eu quero o meu filho e a minha mãe, agora.
Ou juro que vai se arrepender!
Com a determinação que ela me afronta. Me aproximo mais dela. Ela perto de mim, fica tão pequena e vulnerável.
Olho bem os seus olhos furiosos. E sem ela esperar, uno a minha boca com a dela. Lhe roubando um beijo.
Ela se afasta, se livrando das minhas mãos. E num movimento rápido feito por ela. Sinto algo escorrer do meu braço.
Olho desacreditado pra ela. Na sua mão está uma faca de cozinha. Na ponta tem resquícios de sangue.
Levo a mão no meu braço, e sinto que o corte foi superficial. Volto a mão na direção do meu rosto só pra comprovar o sangue na minha mão.
Volto o meu olhar pra ela, que ofega raivosa olhando pra mim.
Escuto alguns sussurros de surpresa dos meus soldados ao nosso redor. Ignoro eles, e permaneço no mesmo lugar olhando pra ela.
Pode até ser surpresa pra muitos por eu ser um mafioso. Não revidar a ela. Mas na minha máfia respeitamos as nossas mulheres.
Bom, tem as exceções, não é? Algumas pisam feio na bola. E aí não tem perdão.
A surpresa dos meus homens não é por eu não fazer nada contra a Kiara. E sim pela coragem que essa mulher tem.
E isso no meu mundo é bem difícil de achar. A maioria sempre está preocupada em gastar rios de dinheiro em salões. E ser mimadas por seus homens.
Já Kiara deu de cara, a impressão da mulher forte que sei que ela é.
Desvio o meu olhar do dela por um instante, tendo o meu sorriso interno de satisfação. Ela é ainda mais do que esperava.
Olho pra um dos meus soldados, e dou a ordem.
— Tragam ele aqui!
Falo com a minha voz grave e autoritária, e vejo os meus soldados, pronto pra acatar as minhas ordens.
Sinto que estou sendo observado do alto. Olho pra cima. E vejo o meu pai me encarando com um sorriso de orelha a orelha.
Tenho certeza que ele presenciou tudo desde o começo. E pelo sorriso dele direcionado para Kiara.
Sei perfeitamente que ele aprovou a minha escolha.
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Atualizado até capítulo 95
Comments
Maria Socorro Netos
que estória maravilhosa 👏🏻 👏🏻 👏🏻 👏🏻 👏🏻 👏🏻
2025-02-19
0
Marta Klemp
vamos que vamos ta bom demais
2025-01-30
1
Lucia Sousa
O meu kkk
2025-01-12
0