Capítulo 4

Rômulo Gustavo Damião. É assim que sou conhecido por todos. 

Filho adotivo do maior mafioso que a Inglaterra já teve. Adam Damião.

Fui adotado por ele, quando ainda era um bebê. Tendo apenas nove meses de vida. O nome Rômulo. Foi escolhido por ele, mas mantendo o meu nome de Gustavo. Pois foi a única coisa encontrada sobre a minha existência. 

O nome Gustavo gravado em um bracelete que estava no meu braço. Na qual meu pai, Adam, jugou ser o meu nome.

Tenho esse bracelete até hoje. Ainda me pergunto o motivo de telo guardado.

O motivo pelo qual fui abandonado, também não sei dizer. Meus pais adotivos e eu, até tentamos encontrar alguma pista que fosse do paradeiro dos meus pais biológicos. Mas nada foi encontrado. 

E mesmo o meu pai sendo um mafioso cruel. Com a família. No caso, a minha mãe adotiva, e eu, ele era amável. 

Não demorou para que eu abandonasse a ideia de um dia encontrar os meus pais biológicos. Não queria mais saber o motivo pelo qual fui abandonado tão novo em um orfanato. Não tendo nem se quer deixado uma pista que fosse, sobre quem eles eram.

Passei a usar essa frustração ao meu favor. Me empenhando bastante para um dia me tornar o sucessor do meu pai na máfia.

Cresci com os ensinamentos do meu pai. Sendo um homem frio aos olhos dos outros. Mas amável com minha família.  

Me tornei responsável pela máfia. Ainda tendo a presença do meu pai para me apontar os erros e acertos. 

Infelizmente, a minha mãe adotiva. Dona Silvânia. A quem eu tinha o maior apresso. Nos deixou há três anos. Meu pai ainda sofre pela perca. Mas não mudou em nada o seu jeito de ser. 

Acredito que ainda tenho muito a aprender com ele. Pois não consigo deixar de odiar as pessoas que me abandonaram naquele orfanato. 

Temos como fachada, uma empresa de cosméticos. Na qual cresceu mais que o esperado. Tornando assim uma grande franquia de cosméticos, que abastece o mundo inteiro. 

Deixo na empresa pessoas de bom caráter no comando. Indo até lá, sempre que possível para ver, e conferir o funcionamento da empresa. 

Até o momento não tive problemas em ser traído. Até porque, os que estão no comando. Sabem perfeitamente quem sou. E sabem o que sou capaz de fazer com traidores. 

Temos também uma boate noturna. Na qual é bem famosa. Ela é gerenciada por meu amigo Mateus. 

Sempre que posso vou até lá. Mas sem deixar ser visto por ninguém. São poucas as pessoas que sabem que sou o dono.

E em uma das minhas visitas. Observei uma mulher totalmente diferente dos padrões que exijo da boate. Pele morena, cabelos ondulados. Cintura fina, mas com um corpo bem avantajado. Fora o olhar sério que reparei que ela tem. 

As meninas que trabalham na boate, são sempre com corpo de modelos. A maioria aqui, tem a pele clara. 

Não que isso seja algo ruim. Ser morena. Até porque nunca tive problemas quanto a isso. Não sou preconceituoso.

Mas o jeito dessa mulher me chamou a atenção. Até mais do que queria. Tanto que já faz uns três dias diretos que venho na boate. E olha que só fazia isso uma vez no mês, e olhe lá.

Sempre me pego reparando ela. Com um micro short, e uma micro blusa. Totalmente diferente das meninas que sempre andam pra lá e pra cá de lingerie. 

Reparei que mesmo sua veste diferente das demais. Ela é a que mais chama a atenção na boate. 

Tendo muitos pedidos de homens querendo pagar uma fortuna, pra ter uma noite com ela. Ou até um momento que seja.  

Mas pra minha surpresa, ela dispensa todas as chances disso acontecer. Algo que me intriga ainda mais nessa mulher.  

Pois a maioria das meninas da casa. Não pensariam duas vezes em aceitar a proposta. 

Aqui na minha boate, não obrigamos as mulheres a ficar com homens. Só faz isso as que querem receber um bom trocado a mais. E acredite, muitas delas vão sem pestanejar. 

Sempre me mantenho a distância, enquanto observo essa mulher, que me faz não querer desviar o meu olhar. 

Nunca fui percebido por ela, e por mais ninguém. Até porque uso o terceiro andar pra fazer isso. Um corredor que transpassa em volta de toda a boate. Assim me dando total visão do que ocorre ali.

Hoje cheguei um pouco mais atrasado na boate. Sempre entro por uma passagem escondida, nos fundos da boate. Assim evito ser visto. Mas por impulso, não sei. Entrei pela porta da frente. 

E me surpreendi com o que estava vendo. A morena dando um show ali no meio de todo mundo. Derrubando não só um, mas três homens de umas das gangues aqui da região. 

E entre eles, o líder da gangue.

Não contive o meu olhar surpreso com o que estava diante dos meus olhos. Quem é realmente essa mulher?

Ela estava concentrada, em acertar aqueles homens. Notei que os golpes que ela os atingia, eram golpes perfeitos. Golpes na qual só se aprende na máfia.

Logo os seguranças se aproximaram para ajudar. Já que os infelizes não estavam na intenção de parar, mesmo ela sendo um mulher. 

Cretinos miseráveis, como podem querer bater numa mulher. Mesmo ela sendo forte. 

A atitude deles, são coisas de maricas. 

Noto um dos seguranças conversando com muita intimidade com ela. E não gostei disso. 

Logo ela olha na minha direção, e percebe a minha presença aqui. 

Fico a encarando, e me surpreendo por ela não recuar o olhar intimidador sobre mim. 

Interessante! Vamos ver quem realmente é essa mulher. 

Sai dali, assim que ela voltou a atenção para o segurança. E segui para minha sala. 

Chamo Mateus até aqui, e não demora pra ele aparecer. 

— Quero a ficha completa daquela mulher. Nome sobrenome. Até quantas vezes ela vai ao banheiro. 

— Ta falando de que mulher, irmão?

— Da mulher que bateu nos crápulas lá em baixo. 

— Você viu aquilo, cara? Se eu já era doido com essa mulher. Imagina agora que...

Mateus

Acho que falei de mais. E me calo antes de levar um murro. Olhei para Rômulo que está me olhando com desaprovação. Vejo o interesse dele na Kiara. 

É minha querida Kiara. Acho que te pedir para um peixe maior.

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