Capítulo 15

Rômulo

Deixei Kiara com a sua família, e fui atrás do papai no seu quarto. Sabia que Kiara tinha o agradado, pelo sorriso que ele deu. Mas ainda sabia que haveria um milhão de perguntas. E sabia que ele ficaria contrariado por ela não pertencer a nenhuma máfia. 

Sem contar que por ela ser casada e já ter um filho.

Mas assim como o meu pai, foi contra o conselho por minha causa e da mamãe. Também irei por conta da Kiara. 

Mas não vou abrir mão dela. Essa mulher me interessa ainda mais do que imaginei. 

Bato na porta do quarto do meu pai. Ele manda que eu entre. Acho que ele já sabia que era eu aqui.  

Entro, e ele está sentado na poltrona com um copo de tequila na mão.

— Se serve, e vem aqui fazer companhia ao seu velho pai. 

Ele fala, e assim o faço. Me sirvo e sento no sofá de frente a ele. 

— Onde encontro aquela belezinha?

— Pai.

O repreendo

— O quê? Calma só foi uma pergunta. Mulher como aquela é raridade de se encontrar. A qual mafia ela pertence?

— Ela não pertence a nenhuma máfia. 

Falo e meu pai arregala os olhos pra mim. 

— Como assim Rômulo? Esta querendo ir contra o conselho?

— Por que não iria? Você não fez o mesmo? Não foi contra o conselho quando me colocou como o Dom, mesmo eu não sendo o seu filho de sangue?

Então me diga. Qual a diferença em eu me casar com quem eu quero?

— Não vai ter diferença. O que vai ter é um bando de velhos que vão fazer até o impossível para que você mude de ideia. 

Esta, preparado pra isso?

— Esta perguntando isso pra mim senhor Adam? Foi você quem me treinou. Me transformou em quem sou. Uma cópia sua! 

Então ainda tem dúvida de que eu estou preparado?

Vejo o sorriso de satisfação se alargar no rosto do velho. Ele sabe perfeitamente do que sou capaz quando quero algo. 

— Tudo bem! Então tem a minha benção! 

Me levanto após ouvir o que queria. Vou até ele, e dou um beijo na sua testa, me afasto virando o restante da tequila que está no copo na garganta, que desce queimando. Me viro colocando o copo no centro da mesa, e me preparo pra saí. 

— Rômulo? Mais uma coisa!

— Pergunte.

Me viro novamente pra o encarar.

— De onde essa menina é?

— Isso importa? 

— Não muito! Só... Quer saber deixa pra lá. Quero conhecê-la depois!

— Claro! A trarei até você assim que possível. Por hora ela está com a família.

— Família?

Ele me pergunta curioso. Bom, é melhor que ele saiba de uma vez né. Assim já faço com que ele se acostume.

— Sim! A família dela também está aqui. Eles estão sendo o ponto-chave pra fazer ela se casar comigo.  

E antes que fale algo. Sim, eu a chantajei. E não me arrependo disso. E mais uma coisa. Ela já é mãe. 

Foi casada por um tempo com um zé mané. Que pra minha surpresa ela o matou. E o filho deles já tem 12 anos. 

Meu pai só me olhava boquiaberto. Não esperei a sua reprovação, e sai do quarto dele em busca da minha noiva. 

Preciso conversar com ela os detalhes da nossa união. 

Chego na porta do quarto já pronto pra chama la.  Mas paro ao ouvir a conversa ali dentro. 

O garoto tem feridas abertas. O que me pergunto o que fez ela matar o pai do filho dela? Mas nas palavras dele, ele não odeia a mãe. E sim o pai. 

Escuto o choro desesperador, e me surpreendo por ver que Kiara Alina sabe chorar. Ela não é a durona que me deixou transparecer em todo o momento. 

Saio dali com a promessa de que não importa o tempo que leve. Farei até o impossível pra fazer esse moleque arrancar essa dor do peito. 

E juro pela minha vida que vou os proteger.

Pois bastou apenas um dia para sentir no peito a necessidade que tenho em os proteger

Sigo para o escritório que tenho aqui em casa. Ligo para um de meus encarregados, e mando que eles providenciem as papeladas necessárias para o meu casamento com Kiara no civil. 

E que já mande organizar o casamento que será feito na sede da máfia. Me casarei com Kiara daqui a duas semanas. 

Ligo para o meu soldado mais fiel. Sei do potencial que ele tem. E posso confiar que ele vai proteger a Kiara com a vida se for preciso. 

— Mandou me chamar Don?

— Mandei! Sente se aí. Tenho uma missão pra você.

Vejo ele sorri de lado. 

— Não cante vitória antes do tempo! Você vai proteger a Kiara. 

Falo e ele arqueia uma sobrancelha. Ele viu o potencial da Kiara. E que não abaixa a guarda pra ninguém. 

— Me desculpe Dom o comentário. Mas a sua mulher parece um furacão. Acho que consigo da conta?

— Por isso que conto com você. Nenhum outro aqui além de mim e você. Conseguiria acompanhar aquele furacão. 

— Se o Don acha que sou capaz. Então assim farei!

— Ótimo!

— Dom ela já sabe de tudo? Falo sobre luta, armamento.

— Pelo que podemos presenciar. Ela sabe lutar bem. Mas ainda não sei até que ponto. E se ela sabe usar os armamentos. 

Vou ver com ela o que sabe. O que não souber a ajudamos.

 — Sim Don.

Ele fala se levantando.

— Don?

— Hum! 

— Fez uma excelente escolha.

Ele fala sorrindo e sai em seguida. E não posso descordar dele. Kiara será uma verdadeira rainha da máfia. E tenho certeza que aquele bando de velhos, vão comer na palma da mão dela.

Fico aqui por mais um tempo, e logo sigo de volta pro quarto a onde deixei. Espero que as coisas por lá já estejam mais calma. Pois ainda tenho muito que conversar com ela. 

Chego na porta, e escuto risadas vindo de dentro. Bato na porta, entrando em seguida pedindo licença. 

O garoto me encara com raiva.  Já a mãe dela me olha apreensiva. E quanto a ela? Nem preciso dizer que a danada está me fuzilando com o olhar. 

É uma marrenta mesmo. 

— Kiara preciso falar com você! Poderia por favor me acompanhar?

— Olha que interessante. Ele sabe usar a palavra por favor!

Ela fala debochada. E se ela soubesse a raiva que tenho de deboche. Ela não faria isso pro meu lado. 

— Kiara, é um assunto Importante!

Ela se levanta com aquela postura de superioridade. E vem ao meu encontro. 

— Não é como se eu tivesse escolha. Mamãe, Pedro, eu já volto. 

Ela fala olhando para os dois. E passa por mim sem me olhar saindo do quarto. 

— Vocês dois não são prisioneiros. Podem ficar a vontade pra conhecer a casa. Só caso queiram andar pelo jardim. Peça a um dos meus soldados para acompanhar vocês!

— E posso saber por quê?

É Pedro que pergunta cheio de marra como a mãe. 

— Te alguns lugares de exclusividade, onde peço para que não se aproximem. Fora isso. Pode ir a qualquer lugar! 

— Vai machucar a minha mãe?

Ele me pergunta me pegando de surpresa. Kiara entra no quarto, e assim como a mãe olha pra Pedro em espanto. 

— Eu não vou machucar a sua mãe! E isso é uma, promessa!

— Então a deixe ir! 

— Pedro?!

Kiara fala em um fio de vós

— Olha Pedro. Me peça o que quiser. Menos abrir mão da sua mãe. 

— Por quê? Você nem a ama! Não entendo pra que quer casar com ela. 

— Amor a gente conquista com o tempo Pedro. 

Falo e vejo um brilho nos olhos de minha futura sogra. 

— E pode apostar que farei o possível pra que isso não demore a acontecer!

Falo agora me virando pra encarar Kiara ao meu lado. Ela nada diz. Apenas me encara com espanto. Sorrio, e me viro para o garoto novamente.

Sei que não fiz da forma certa, mas não queria e não podia esperar para trazer Kiara para o meu lado. Ou caso contrário eles me arrumariam uma noiva.  

— Pedro, eu sei dos seus reais receios. Mas quero fazer uma promessa com você, aqui na frente da sua mãe e da sua avó.

Eu juro pela minha vida. Proteger todos vocês a parte de hoje!

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