Capítulo 18

Eu a deixo e apago a luz, encontro Jack na metade da escada.

- Como foi hoje? – a pergunta de sempre.

- Tudo bem\, ela já está dormindo – eu aceno e desço as escadas aos pulos\, ansioso para sair de perto de Jack.

- Astra? – ele chama\, eu me viro antes de chegar á porta – Madelaine está melhor desde que começou a trabalhar aqui\, mais corada.

Mais corada quer dizer que ele percebeu as tonalidades na pele dela, devido ás horas no sol toda manhã. Eu não posso mentir.

- Sim\, eu a levo para o sol ás vezes\, quando ela acorda mais cedo do sono da manhã. Espero que não seja um problema.

- Não\, ar fresco é bom para ela. Está fazendo um bom trabalho.

Ele sorri, não vejo uma única possibilidade desse homem gentil ser um assassino.

Não penso em outra coisa em todo o caminho de volta. E quando entro em casa, o nome de Cecil Balthazar está ecoando tão forte na minha cabeça que dói, abro a porta de uma vez, Freya levanta a cabeça e se agita so seu lugar sobre a manta do sofá.

- Desculpe\, garota. Sou só eu.

Ligo o computador para que inicie enquanto faço o jantar para nós dois. Basicamente, eu e Freya estamos mantendo a mesma dieta, não é muito, mas o suficiente para dois.

Uma pena que Maddy tenha dito que sua pintura não vale nada. Eu olho para ela, é tão bonita e suave. Eu estou atormentado.

Me sento com o prato na mão e abro o Facebook, não há nenhuma mensagem para Prya, nenhuma novidade além dos convites de jogos, eu abro a aba de pesquisa e digito o nome, estou prestes a pesquisar quando sinto um estalo no fundo da minha mente.

Pode ser besteira minha ou a paranoia de Madelaine está me afetando. Penso que se alguém fez algo com Prya, deve estar vigiando suas redes sociais, talvez até tenha a senha dela.

Desisto de pesquisar pelo perfil dela e abro um novo. A pesquisa mostra alguns perfis, pelo jeito há muitas mulheres com esse nome, eu deslizo o mouse pela lista, não sei o que estou procurando, Maddy não deu nenhuma descrição além do nome. Até que o cursor para sobre o mesmo perfil que meus olhos estão.

Abro o perfil para ter certeza, a mulher da foto é sem dúvidas, muito parecida com a minha irmã, a mesma cor e comprimento do cabelo, os olhos, o jeito de se vestir, o porte físico. Eu vasculho o perfil, a idade também era aproximada.

A última postagem pública de Cecil datava de três meses atrás. Não era muito tempo, ás vezes as pessoas dão uma pausa das redes sociais. Não há ninguém sinalizado como parente próximo, nenhum amigo que tenha comentado coisas significativas nas fotos.

- Eu tô ficando maluco.

Dou mais uma passada na galeria, de repente, uma foto chama minha atenção. É de um bar que eu conheço, o Red Lights, fica em outra cidade, mas bem perto daqui, só precisa atravessar a balsa. Na foto, Cecil abraça uma das garçonetes e tem a legenda “amiga boa é a que nunca deixa seu copo vazio”.

Mas não tem ninguém marcado na foto. Eu olho o rosto de Cecil. São coincidências demais.

Mando uma mensagem para ela na esperança de que responda. Mas os dias passam. Não tenho resposta de Cecil, não tenho pistas de Prya e não contei a Madelaine que achei um perfil suspeito com o nome que ela me passou.

Por mais que ela insista em perguntar, mas digo que vou continuar tentando. Na verdade, eu só precisava que a semana acabasse.

Quando o sábado a noite chega, não pego a estrada de volta para minha casa, eu ando rápido até a saída da propriedade e depois para o ponto de ônibus, não demora até que eu esteja na balsa, atravessando para o outro lado da montanha.

Do porto, eu consigo ver a linha de luzes neon vermelhas que circulam toda a construção do bar. Meu sangue ferve, minhas mãos tremem.

Outra coisa que eu não posso é ser pego em um bar, quer dizer, eu posso ir a um bar, mas se tiver uma briga mesmo que eu não esteja envolvido e chamarem a polícia, posso acabar me dando muito mal.

Eu visto o capuz do moletom e entro de cabeça baixa. Está quente do lado de dentro, as mesas rústicas de madeira circulam uma pequena área aberta com cinco mesas de sinuca.

Me sento no balcão onde tem uma nunca banqueta, eu olho em volta, não demoro a achar a bartender do outro lado do balcão, eu levanto a mão em um aceno breve, ela ainda demora a terminar um drink antes de se virar para mim com um sorriso aberto.

- Oi\, forasteiro. O que vai ser hoje? – sua simpatia é insinuante\, eu devolvo o sorriso.

- Uma cerveja e informação.

- É policial?

Eu nego com a cabeça e forço um sorriso suspeito, ela ri e tira uma cerveja do freezer, abre e coloca á minha frente, sem copo. Está me testando. Eu bebo direto do gargalo, um gole longo.

- Então\, que informação você precisa.

- Sobre uma garota.

- Humm – ela faz um biquinho de chorão – que sem graça.

Eu rio fraco.

- O nome dela é Cecil Balthazar – ela dá de ombros – loira\, cabelo longo\, olhos castanhos... seios fartos.

- Desculpa\, gato. Não conheço a sua peituda.

- Está falando da Ceci? – me viro na direção da voz e reconheço a garçonete da foto.

- Sim\, você sabe onde ela está?

- Eu saio ás onze\, pode me esperar ou voltar outro dia.

- Eu espero – ela se afasta e viro para frente\, a bartender não está mais sendo receptiva\, eu termino a cerveja e peço outra\, sem parar de me perguntar que diabos estou fazendo ali.

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