Assim que acordo não consigo me mexer ou gritar, puxo os braços e olho para cima, eles estão amarrados á janela, bem acima da cabeceira da cama, meus ombros doem de estar tão esticado. Me viro para baixo e encontro meus pés também amarrados com tiras de tecido que descem para os pés da cama, não consigo empurrar com a língua a mordaça em minha cama.
Me desespero e me debato no lugar como um peixe fora d’agua. Sou surpreendida por passos se aproximando do quarto e paraliso completamente. Estou em choque, esperando para ver meu algoz entrando pela porta.
Jack para na moldura e sorri, é estranho como de uma hora para outra o sentimento que ele causa em mim mudou drasticamente. Agora seu sorriso e sua presença me apavoram profundamente. Meu coração bate tão acelerado que sinto uma veia pulsar na minha têmpora.
- Ah querida Maddy – Jack estala a língua no céu da boca em reprovação – você tinha uma única tarefa para fazer\, dormir profundamente como um anjinho. Como isso deu errado?
Ele se aproxima da cama e faço o possível para me encolher longe dele, Jack nota, embora não se incomode. Logo ele está sentado em uma cadeira bem na minha frente, seus dedos passam pela minha coxa descoberta.
- Acha que consegue conversar comigo? Sem gritar?
Olho para cima, pela janela, um pequeno vão na cortina informa que é dia, o que significa que tem funcionários na casa, mas não é garantido que se eu gritar alguém vai ouvir, não com o tamanho desse lugar.
Aceno confirmando.
Jack levanta uma tesoura de prata, pontuda e afiada o suficiente para perfurar a minha carne, ele a coloca sobre a mesa de cabeceira sem perder o sorriso.
- Por garantia.
Ele estende a mão para mim e abaixa a mordaça, em seguida tira a bola de tecido da minha boca, minha mandíbula dói quando a fecho e começo a chorar.
- Por que está fazendo isso?
- Não\, não. Vamos conversar civilizadamente.
- Eu estou amarrada – cuspo as palavras e me debato.
- Amarrada para o seu próprio bem. Agora – Jacke arrasta um dedo na tesoura\, fingindo distração – é melhor você ficar em silêncio\, dispensei alguns funcionários essa manhã\, mas a casa não está totalmente vazia\, eu odiaria ter que machucar alguém por você ser escandalosa demais.
- Jack – as lágrimas tornam minha visão turva – quem era ela?
- Eu não me lembro\, li o nome dela para você. Mas quem ela era não é importante.
- Como não é importante? O que ela fez pra você?
Jack pensa por alguns segundos antes de concentrar seu olhar em mim.
- Ela não precisou fazer nada.
- Então por que a matou? – minhas palavras saem no meio do choro e nem sei dizer como ele está me entendendo.
- Eu a matei\, para não matar você.
Meu coração dispara, não sei se entendi bem as palavras que ouvi. Sinto que vou entrar em um colapso quando ele se levanta, seus dedos passam sobre a tesoura e em um segundo ele a tem na mão.
Sinto o metal frio correndo pelo interior da minha coxa, vente, estômago. Aquele não é o Jack que eu conheço, ele fala diferente, se move diferente e acima de tudo, me aterroriza.
Respiro profundamente, já nem consigo implorar pela minha vida.
- Ah\, Maddy. Sabe o que é desejar seu sangue\, sua carne\, seu lindo e fresco couro cabeludo. Mas eu te amo e não posso machucar a mulher que eu amo – Jack sobe a tesoura pelo meu seio e sinto a lâmina passar por baixo de uma das alças da blusa\, ele a corta e geme baixinho com isso – o desejo\, é algo incontrolável.
Ele se abaixa sobre mim e suga meu seio exposto com força, odeio como meu corpo me trai quando uma onda de prazer desce pelo meu ventre.
- Jack\, não.
Ele para abruptamente, mas mantem seus lábios junto a minha pele.
- Você tinha que ser a primeira\, Maddy. Eu te persegui por dias sem que você nem mesmo tivesse noção disso\, uma presa fácil para um predador inexperiente. Mas você tinha que ser tão apaixonante?
- O que quer dizer com primeira?
Jack e se afasta, anda pelo quarto e abre as cortinas de uma vez, meus olhos estão tão sensíveis á luz que mal consigo mantê-los abertos, percebo ele voltando para perto da cama.
- Agora\, você vai dormir\, querida esposa.
Enxergo sua mão abrindo um estojo e não faço ideia do que seja.
- Não\, Jack. Por favor – eu imploro.
- Quando acordar\, vou ter desamarrado você – Jack faz uma pausa abrupta\, seus dedos deslizam pelo meu braço\, consigo abrir os olhos apenas o suficiente para ver a seringa – eu vou sentir sua falta\, Maddy\, mas é melhor assim.
- Jack\, não.
A agulha perfura minha pele, tenho certeza que vou acordar naquela cadeira, no jardim de inverno, com meu couro cabeludo sendo arrancado por um marido que eu não reconheço, não consigo me manter acordar e alguns segundos depois tudo fica escuro.
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Atualizado até capítulo 63
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