Capítulo 19

Amelia

O dia estava cheio, as crianças dia de segunda ficavam bastante animadas em me contar sobre o final de semana delas, Vitória nos mostrou oS seus arranhões nos joelhos e no cotovelo, ela mostrava para classe inteira o quanto era forte e corajosa por não ter chorado e o pai dela como prêmio a levou no parquinho.

- Querida já conversou com os pais das crianças sobre a reunião de sexta feira? – indagou Dalva diretora da escola assim que eu entrei na sala dos professores ao final da aula.

- Já sim Dalva, já anotei o comunicado da reunião na agendinha das crianças e informei também no grupo de whatsapp porque tem alguns pais que não olham a agenda dos filhos, João veio de novo com o dever de casa por fazer, e na atividade da Fernanda claramente um adulto fez para ela – declarei cansada, eu como professora fazia a minha parte, me esforçava e muito para a minha turminha já ir preparada para o segundo ano do ensino fundamental, tinha somente poucos alunos que ainda não sabiam ler pois eu incentiva e muito a leitura, mas alguns pais não colaboravam, muitas vezes o dever de casa não eram respondidos, e outros eram feitos pelo adulto.

- Querida, hoje é dia de reforço – minha amiga Celeste disse assim que entrou no lugar, eu a encarei confusa – eu te enviei uma mensagem sobre a professora de reforço adiantar a aula para hoje porque quinta ela tem uma consulta marcada

- oh graças a Deus – disse e um pigarreio da diretora me fez encara-la envergonhada – eu realmente não estou com cabeça hoje.

- ah querida, estamos percebendo – declarou a diretora tomando mais café, ela tomava tanto café durante o dia que eu ficava pensando se conseguia dormir de noite – só não deixe isso atrapalhar o seu funcionamento naquela sala.

- eu sei diretora Dalva, não se preocupe – assegurei, ela concordou, eu empurrei o meu planejamento escolar para ela que me encarou com um sorriso debochado – desculpe

- tudo bem criança, vá almoçar com o seu marido gostosão e me apareça aqui com uma aparência divina amanha – exigiu e eu quase dei pulos de felicidades.

- eu te amo sabia? – indaguei e ela revirou os olhos, beijei suas bochechas e sai antes que ela mudasse de ideia.

- será que Lene fez aquele feijão gostoso? – indagou minha amiga ao meu lado e até eu senti o estômago roncar só com a menção do feijão da minha funcionaria

- que sonho, quer ir lá em casa? – indaguei, era seu horário de almoço, ela teria duas horas livres e poderia muito bem ir até lá.

- o que você não oferece sorrindo que eu não aceite chorando de alegria? – brincou e começamos a gargalhar. No caminho fui contando sobre o que aconteceu com o meu marido e a sua surpresa inesperada, minha amiga deixava escapar vários palavrões – que criança filho da put4

- Celeste – eu a repreendi e ela deu de ombros enquanto dirigia escondendo o seu sorriso – acho que Pedrinho é só mal orientado e que tudo o que ele faz é em busca de atenção.

- culpa disso tudo é dessa ex, pelo modo que falou dela sinto em te informar que eu não fui com a cara dela amiga – declarou – e acho que você deve abrir bem os olhos, não é porque os dois não tinham um sentimento profundo enquanto estavam casados que não possa existir ainda qualquer centelha de fogo ali.

- eu não sei, tem algo nela que me deixa intrigada, no modo que ela olha a casa e seus olhos se perdem enquanto roda a aliança em seu dedo

- deve ser falta do marido – deu de ombros, contei a ela sobre a aliança – nem eu mesmo acredito nisso, mas que ela é estranha pelo que me diz isso ela é, e também não gostei dela se apossar assim da sua cozinha.

- eu acho que ela não quer ajudar o Gustavo na aproximação com o Pedrinho

- não amiga, você não entendeu, é exatamente isso que ela quer – declarou parando em um sinal em seguida me encarou

- como assim? – indaguei confusa

- não acho que uma criança de cinco anos tenha todo esse ressentimento, não quando não te conhece, você é um amor de pessoa não tenha uma criança que não caia nos seu charme de hipnotizadora de crianças, ela quer que o filho se aproxime cada vez do pai e afaste ele de você

- Acho que deve ser ciúmes com o pai – descordei porém suas palavras já estavam entrando em minha cabeça.

- eu acho que a pequena cobrinha é manipulada pela mãe, ela deve encher a cabeça da criança de ideias muito louca, se eu fosse você ficava esperta – disse e começou a entrar no condomínio onde passamos por longas construções, cada terreno era imenso, e o nosso maior ainda, onde tínhamos no fundo um lago.

Assim que chegamos na entrada da minha casa estranhei que o carro de Gustavo estava estacionado ali, encarei minha amiga que deu de ombros, se ele viesse almoçar em nossa casa, teria me chamado, não é?

Eu liguei varias vezes, porém ele não atendeu, não insistir pois o mesmo poderia estar em reunião.

Mas o que o carro que saímos pela manhã estava fazendo ali?

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