Amelia
Eu parecia que tinha congelado no lugar, apesar de a água ter saído quentinha do chuveiro, os olhos do meu marido estavam sérios e avermelhados cravados nos meus, eu sorri mas eu sentia que algumas lagrimas já deslizavam
- como assim ia ver um filho? – indaguei assim que encontrei a minha voz, ele me estendeu a toalha eu a peguei no automático e me aproximei ainda mais dele – você
- não minha vida, eu seria incapaz de trair você – garantiu, eu sabia que ele não era de mentir, mas agora parecia aprender a ocultar as coisas de mim, suas mãos vieram diretamente para o meu rosto ele parecia querer controlar que estava desesperado – eu nunca trairia você amor.
- você tem um filho – voltei a dizer e fugi das suas mãos indo até o imenso closet que agora parecia pequeno demais, ou era a minha respiração pesada que deixava tudo apertado, o ar parecia rasgar o meu peito, peguei uma roupa qualquer e me cobri.
- eu fui casado – eu o encarei, eu sabia que havia tido outra mulher, na qual uma vez sua mãe fez questão de falar que era a mulher da vida dele, mas Gustavo afirmou que nunca sentiu um terço por ela do que sente comigo – e Marcela
- Marcela – murmurei me lembrando da mulher que estava ligando desesperadamente para ele, não foi difícil chegar a conclusão de que ela era a mãe da criança
- Marcela me escondeu Pedrinho, eu só vim descobri que era pai porque ela voltou
- desde quando sabe disso? – indaguei após um minuto de silencio, ele desviou o olhar, eu entendi, mas eu precisava de uma confirmação – você passou o sábado e domingo passado trabalhando?
- minha vida – disse se aproximando, eu me afastei de imediato, fui até a minha cama e me sentei lá – Amelia, vamos conversar
- você se lembrou de conversar durante esses dias que voltou para casa e me escondeu a verdade? – indaguei – como foi ficar dormindo comigo me escondendo essa parte da sua vida? eu sou uma pessoa má que não ficaria feliz por você, apesar de que EU deveria ser a mãe dos seus filhos, EU sua esposa.
- vida, eu conheço o seu coração, eu conheço a mulher com quem me casei e pretendo passar a vida inteira ao lado, mas – parou por uns minutos se ajoelhando ao meus pés enquanto eu o encarava – eu tinha medo, eu só não sabia como iniciar essa conversa com você
- pelo começo Gustavo, você passou dois dias em são Paulo deveria ter me dito a verdade, poxa e agora no carro você disse apenas que precisava ir até a cidade, ia mentir mais uma vez para mim? – indaguei, seu olhar apenas subiu para o local que eu havia batido, estava limpo e era possível ver que foi apenas um arranhão – eu não suporto mentiras.
- Eu sei vida – disse ele, meu marido se levantou foi até a caixinha de primeiro socorros que eu não havia notado estar em cima da cama e de lá tirou um curativo adesivo, depois se aproximou e colocou no lugar beijando em seguida o lugar, porque ele era assim? – tem todo o direito de ficar chateada comigo por tudo o que eu ocultei de você durante esses dias, mas eu devo confessar que eu estou aliviado de finalmente conversarmos sobre isso.
- pela primeira vez em três anos você mentiu para mim – ele sabia que eu odiava mentira, sempre procurei ser justa e verdadeira com todos porque eu acreditava que mentira em qualquer relacionamento era como um lápis, a cada mentira era como se sua ponta fosse quebrada e ele fosse apontado, quanto mais mentiras mais iria se acabando.
- perdão vida, eu sei que errei – disse se aproximando ainda mais, seus braços me envolveram em um abraço.
- estou com muita dor de cabeça, nós podemos conversar amanhã? – indaguei, de fato estava decepcionada e com dor de cabeça, tudo o que eu queria era tomar um remédio deitar e dormir, ele concordou. Eu me levantei tomei um comprimido para dor de cabeça em seguida deitei em minha cama, ele me ajudou a me cobrir em seguida apagou a luz deixando somente o abajur ligado.
Eu queria conversar, resolver esse “mal entendido” perguntar como está sua situação com a Marcela e o seu filho, queria perguntar se conversaram, se o menino o recebeu bem, provavelmente deve ter uns quatro ou cinco anos, queria saber se é como a criança que eu imaginava um dia carregar em meu ventre. Apesar de ter certeza que eu o aceitaria, não podia negar que eu estava um pouco triste.
Acordei com a minha cabeça ainda latejando, eu ouvia a campainha tocar, olhei para o relógio na mesinha de cabeceira era sete da manhã, os braços de Gustavo estavam em volta da minha cintura, eu não sei bem a hora que ele veio dormir.
Como era final de semana as nossas funcionárias não vinham para a mansão eu cuidava da alimentação ou pedíamos de algum restaurante. Tirei os seus braços da minha cintura peguei um robe e me cobri, tinha certeza que eram os meus pais, eles gostavam de nos surpreender com cafés, mas até onde eu sei eles iam visitar a minha madrinha nesse final de semana.
Assim que eu abri a porta me senti como em um filme, tinha certeza que as minhas pernas estavam bambas, um nó se formou em minha garganta ao encarar o menininho tão parecido com o meu marido.
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Atualizado até capítulo 67
Comments
Gloria Katia Baffa
Ela vai usar o menino pra separar eles. Muito abuso da parte dela.
2025-03-25
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Ana selma de oliveira gonzaga Gonzaga
essa mulher eu tô passando mal quem a pensa que é esvonde o menino é acha que pode chega assim
2024-11-06
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Jane Cleide
essa vaca Marcela vai dá trabalho
2024-10-15
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