Capítulo 13

Paulo Gustavo

Eu não sabia o que dizer, na verdade eu sabia exatamente o que fazer, apesar de que Marcela não parecia que se incomodava com o meu olhar de repreensão por ela não intervir. Eu não queria ter todo esse afastamento da minha esposa, ainda mais em um momento que eu sabia que ela precisava de mim, eu queria aproxima-la ao meu filho, e não afastá-los ainda mais.

Pelo caminho que nos levaria ao lago onde eu gostava de fazer um piquenique com a minha esposa deixei que Pedrinho fosse na frente, segurei o braço de Marcela fazendo com que diminuísse os passos

- porque diabos está aqui? – indaguei baixinho para Pedro não ouvir.

- o menino passou a noite chorando porque o pai prometeu ir vê-lo e não compareceu – revidou – eu tentei Paulo, eu juro que tentei, mas eu sou mãe, ver o meu filho chorando não me deu outra alternativa.

- o que voce disse sobre Amelia para ele? Porque essa recusa dele em conhecê-la?

- ele é uma criança Paulo, na cabeça dele provavelmente você não convivia com ele por conta dela – revelou eu a encarei chocado, é claro que a criança não chegaria a essa conclusão sozinho – não me olhe assim, eu juro que eu não tenho culpa.

- mas também não fez nada para ajudar – apertei com força a pequena cesta de frutas em minha mão, só planejei vir para apresentar o lugar a ele, perto do horário de almoço voltaríamos para casa, eu precisava garantir que a minha esposa ficasse bem

- desculpe – disse ela depois de um tempo – eu prometo que vou conversar com ele

- é meu filho Marcela – disse me referindo ao resultado do exame que ficaram prontos e foram enviados para o meu e-mail, ela revirou os olhos

- a proposito, contei a sua mãe de Pedrinho – revelou e então esse era o motivo de algumas ligações dela – falei também que era melhor ela dá um tempo para vocês dois se conhecerem.

- também acho – bradei e não disse mais nada, acelerei os passos e passei a caminhar lado a lado do meu filho, durante essa semana pensei em fazer o passeio com ele e Amelia, para os dois se entrosarem, mas acontece que a minha demora resultou em um pesadelo.

Marcela se mantinha afastada, sabendo que eu não queria conversar com ela, pelo menos não agora, aproveitei para brincar com Pedrinho, ele estava bastante animado, depois de suar bastante pedi que nos sentássemos para nos refrescar e comermos uma fruta antes de irmos para casa.

- filho – eu o chamei enquanto observava ele morder uma pêra – papai ficou bastante triste

- porque papai? – indagou preocupado

- porque você deixou a Amelia triste

- mas eu não gosto dela – declarou – o senhor me trocou por ela

- não é bem assim filho, as coisas não aconteceram assim

- mas o senhor estava com ela ontem e não foi me ver – argumentou, eu não sei se era porque eu nunca tive contato com criança, mas eu não sabia que elas poderiam ser tão argumentativas dessa maneira.

- não foi assim garoto – suspirei – existe duas pessoas que o papai ama, e é você e Amélia, eu não gostaria que você ficasse chateado com ela.

- hum – também não disse nada – o que vamos fazer a noite?

- a noite? – indaguei confuso

- sim, a tarde eu vou tirar um cochilinho, estou cansado – disse bocejando, olhei no relógio em meu pulso era quase onze horas

- não sei filho, mas na casa do papai tem uma sala de cinema, nós podíamos assistir um filme muito divertido com Amelia, ela gosta muito de desenhos – sugeri enquanto acarinhava os seus cabelos

- tudo bem – deu de ombros voltando a comer sua fruta. Não tardou a voltarmos, Marcela também reclamava bastante dos mosquitos, mas uma vez o nosso filho seguia na frente brincando e cantarolando enquanto ficamos para trás porque o menino serelepe corria atrás de algumas borboletas

- conseguiu um quarto da pousada? – indaguei e ela me olhou desconfiada

- na verdade, eu esperei que ficássemos com você – disse em seguida se corrigiu – pelo menos Pedrinho, ele é acostumado a mansões e é só uma criança que vai ficar sem a segurança de um bom hotel, não sei se ele se acostumaria com qualquer coisa

- tudo bem – suspirei, eu sabia também que Pedrinho não ficaria longe da mãe e a casa tinha três quartos de hospedes – pretendem ficar por quanto tempo?

- já esta nos expulsando? – indagou erguendo uma sobrancelha quando íamos subir a entrada pela cozinha da mansão

- não imagina, podem ficar o tempo que quiserem, é até melhor para mim, o hospital está tendo muitos casos para pouco médico, ou seja muitos problemas e eu não teria como ir todo final de semana a capital – revelei – bem que você podia dar uma ajuda um dia desses lá.

- daqui a pouco vira político com essa lábia toda – brincou e foi impossível não gargalhar lembrando da brincadeira interna que fazíamos sobre um de nós dois entrar na política

- Ainda não aprendi a roubar – gracejei enquanto ela gargalhou, assim que eu ergui o rosto enquanto ria encarei minha esposa que nos fitava diante da enorme janela de vidro que ficava ali na pia, no mesmo instante engoli em seco com uma sensação de culpa que eu não deveria sentir, mas me pareceu errado, rir com a mãe do meu filho.

Mais populares

Comments

Vanderléia Menezes Paixão

Vanderléia Menezes Paixão

Eu acabei de começar a ler, estou amando a história porém estou com raiva desse imbecil que não encherga um palmo na frente do nariz.

2025-04-01

0

Juliete Maceno

Juliete Maceno

claro né seu idiota o sonho dela era ter filho e vê a ex com um criança e vc dado bola pra ela sonso

2025-02-14

0

Gloria Katia Baffa

Gloria Katia Baffa

Ele um babaca fazendo isto com Amélia. Ainda na casa dela.

2025-03-25

0

Ver todos

Baixar agora

Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Baixar agora

Benefícios

Novos usuários que baixam o APP podem ler 10 capítulos gratuitamente

Receber
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!