Capítulo 16

Paulo Gustavo

Poderia contar um aviso do destino a interrupção do que estava prestes a dizer para a minha esposa? Eu confessaria que o advogado em quem eu tanto confiava me enganou durante esses anos, ou melhor dizendo, nos enganou, porque ela é tão enganada quanto eu, ou até mais.

As batidas na porta me fizeram calar a boca de imediato, minha esposa indicou a porta já sabendo que era uma de nossas visitas, e então eu que deveria atendê-los. Como eu tinha vestido um short de pijama abri assim mesmo.

- papai – ouvi Pedrinho dizer enquanto coçava os olhinhos assim que eu abri a porta do meu quarto – pode vir dormir comigo? a casa me da medo.

Encarei minha esposa, que respirou fundo e concordou, me abaixei para pegá-lo em meu colo, encarei ela e disse que voltaria logo, eu faria ele dormir e terminaria a conversa com a minha esposa.

- prontinho filho, vamos dormir – disse nos cobrindo enquanto passei a acarinhar os seus cabelos, não havia feito nem meia hora que eu tinha colocado ele para dormir, mas como ele não é acostumado com o local era esperado que ele estranhasse.

- não é para me deixar sozinho – disse já de olhos fechados aproveitando o carinho, ele agarrou mais o sansão o boneco que ele levava para todo os lados e respirou fundo. Eu fiquei perdido em pensamentos, sabia ter sido grosso com a minha esposa, e sabia também que ela estava aguentando muita coisa por mim.

Eu deveria ter lhe dito que eu havia convidado a minha ex para comparecer ao hospital, aparentemente estou ficando burro. Quando passou-se uma hora e ele não voltou a acordar eu sai devagar da cama de casal e segui para o meu quarto onde encontrei a minha esposa dormindo.

Deite-me ao seu lado e sussurrei o quanto a amava, ela apenas se remexeu se aconchegando em meus braços, me aninhei a ela sentindo sua fragrância delicada, em seguida consegui dormir.

Mas quando o despertador tocou eu já estava com os olhos aberto enquanto eu a admirava, ela era uma mulher extremamente linda, os ruivos natural estavam sempre brilhosos e sedosos, eu amava o seu cheiro, amava o toque da sua pele.

Beijei seu rosto enquanto ela resmungava e se esticava deixando sua bunda perfeita enroscar em meu membro me deixando ainda mais duro.

- bom dia minha vida – saudei em seguida a beijei mais uma vez, ela se virou e passou os braços sobre o meu pescoço jogando sua perna em cima da minha cintura, deslizei minha mão por sua coxa desnuda e apertei a carne macia quando cheguei em sua bunda coberta apenas um tecido da sua calcinha.

- estou chateada com você – sussurrou foi impossível não concordar – o que queria me contar?

- agora eu não quero nada além de fazer amor com a mulher da minha vida – declarei, seus olhos brilharam animados, ela beijou os meus lábios enquanto os seus dedos se enfiaram em minha nuca acariciando os fios – me desculpe por ter sido grosseiro ontem

- vamos conversar sobre isso – declarou – mas o certo é você conversar com Marcela sobre isso, não quero parecer chata amor, mas ela parece que não se preocupa em nos ajudar com Pedrinho.

- do que você está falando? – indaguei confuso, porém eu já tinha notado o mesmo, mas achei que era só meu peso na consciência.

- não se faça de desentendido Paulo Gustavo – brigou encarando os meus olhos – conversem como pais do Pedro, eu sou a favor de procurarem um advogado e legalizar tudo, compartilharem a guarda ou algo assim.

- impossível fazer isso minha vida, Marcela mora nos estados unidos – a lembrei e ela se sentou na cama fugindo dos meus braços parecendo chateada.

- você não entende Gustavo? Você pode fazer com que ela more na capital sim, o que ela fez foi um crime, não avisar você foi um crime, te privar de você conhecer o próprio filho durante cinco anos foi um crime – relembrou – ou você não quer fazer nada contra ela porque ainda gosta dela?

- isso não tem nada a ver Amélia, você sabe que eu nunca senti nada por ninguém que não seja você

- Não me faça de tola Gustavo – disse se levantando da cama, mas então parou – eu estou fazendo o possível, faça você também, ou daqui uns dias eu realmente não sei qual será o meu lugar nessa casa – dito isso ela se virou e saiu em direção ao banheiro.

- o que quer dizer com isso Amélia? – indaguei indo atrás dela observando que ela já começava a tirar a roupa para entrar embaixo do chuveiro

- que você deveria ter registrado o seu filho e ter dito algumas regras, e acima disso tudo, ter me contado que seria pai e que abrigaria a ex mulher na nossa casa – mais uma vez não pude dizer nada quando alguém começou a bater na porta, sabíamos ser Pedrinho principalmente quando começou a me chamar, mas antes de eu me virar e sair para ir até a porta ela continuou dizendo – ele é seu filho, ele é sua responsabilidade, Marcela não, e se pretende dar um emprego para ela que seja em algum hospital da família na capital, aqui não.

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