Paulo Gustavo
Marquei o almoço com a minha esposa, esperava contar para ela após a refeição, de maneira alguma eu contaria que o filho que ela tanto queria eu descobrir ter com outra mulher. Não quando ela acordou tão feliz, mas se eu fosse levar isso em consideração eu não contaria nunca, pois Amelia sempre está feliz
A minha falta de coragem em contar também é porque depois disso ela pode também descobrir que eu nunca me separei de Marcela, ou melhor, a minha ex a mulher a qual eu confiava me traiu desta maneira, não assinando o divorcio, eu confiava nela, e sabia que ela também queria separar, discutimos sobre isso antes de ela embarcar para NY.
- papai porque você não estava aqui quando acordei? – indagou Pedrinho assim que finalmente atendi a chamada de Marcela, quando ele me chamava assim eu sentia um negocio estranho em meu coração, eu sabia que era a ideia de ser pai, eu sabia que era um amor crescendo ali.
- conversamos isso ontem Pedrinho – disse e percebi que o motorista me encarou pelo retrovisor – eu precisava voltar para a minha cidade, tenho muito trabalho aqui, mas em alguns dias eu volto, ok?
- você não me ama? – indagou aos prantos fazendo um aperto crescer em meu peito – mamãe disse que tralhava muito e por isso não ficava com a gente
- não é isso filho – disse e no mesmo instante Leonardo pisou no freio com tudo ao ouvir tais palavras saindo da minha boca, pediu perdão e seguiu, ainda curioso.
- eu achei que se vivêssemos no seu país o senhor ficaria feliz em me conhecer e pararia de trabalhar para brincar comigo – a tristeza em sua voz doeu, eu não sabia o que fazer, nunca me vi perdido sem saber o que fazer
- eu vou sim arrumar um tempo para ficar com você, não se preocupe – garanti – não chore Pedrinho, voce sabe contar os dias no calendário não é?
- sim, eu sou muito inteligente – se gabou com uma voz chorosa, mas ainda assim eu tinha um sentimento de orgulho
- isso mesmo, é um menino muito inteligente – concordei – hoje é segunda, e sexta feira vamos nos ver, ok?
- são cinco dias papai – disse após perguntar da mãe quantos dias isso dava
- então combinado, sexta nos veremos e faremos muita coisa juntos ok? – ele concordou animado dizia que queria principalmente jogar basquete comigo, mas eu disse que futebol era muito melhor em seguida se animou a querer aprender o esporte. Assim que chegamos ao hospital eu encerrei a ligação – senhor Leonardo, eu vou contar a Amélia, eu só não tive tempo ainda.
- me perdoe senhor Paulo, mas se o senhor tiver traído a patroinha eu não trabalharei para o senhor – dei um sorriso curto apesar da ofensa, eu gostava de saber que a minha esposa era querida e que ela tem o apoio deles, sei que se eu precisar de uma viagem mais longa eles ficariam do lado dela.
- eu sei do seu caráter senhor Leonardo, sei que o senhor jamais acobertaria tal coisa, mas – respirei fundo procurando as palavras certas para o senhor não desejar a minha morte, não era uma cidade pequena, mas ainda assim o meu motorista já era de idade e eu sabia que ele era conservador – eu fui casado durante uns anos e a minha ex teve um filho, mas eu só descobri agora, e ainda não tive tempo de contar, ressalto, eu não trair a minha esposa e nem seria capaz.
- senhor, conhecendo a patroinha ela ficará feliz pelo senhor, mas quanto mais o senhor omitir dela mais isso vai pesar na balança, acredito que se fosse somente isso o senhor teria contado e não feito rodeios – no fundo ele estava certo, o motorista saiu do carro abriu a porta para mim e em seguida me despedi, eu não podia dizer mais nada, porém avisei que almoçaria em casa e que pegaríamos a minha esposa na escola.
O trabalho estava acumulado, mas a minha mente estava dispersa, eu pensava na reação dela, eu sabia que ela ficaria feliz, mas eu sabia também que isso traria Marcela para perto, e eu não poderia esconder de Amelia por mais tempo que minha ex não havia finalizado o divorcio.
Eu queria o meu filho perto de mim, eu estava certo que o tempo até o dna sair eu conversaria com Amelia e organizaria um quarto para Pedrinho passar os finais de semana conosco.
Quando a busquei no trabalho nos beijamos assim que ela entrou no carro, eu podia sentir o olhar do seu Leonardo na gente durante todo o caminho.
- patroinha já sabe da novidade – Lene a cozinheira disse enquanto servia a mesa para nós, eu gostava da senhora gordinha que nos servia com amor desde quando a contratamos mas ela tinha uma péssima mania de ser fofoqueira – Carlão traiu a esposa
- ah nossa, Olivia é uma mulher incrível, mulher nenhuma merece isso – disse Amelia realmente com tristeza, ela estava ao meu lado com a cabeça apoiada em meu ombro, gostávamos de ficar grudados um ao outro ao menor tempo que tínhamos, ainda mais depois de uma viagem que eu podia considerar longa
- isso não é tudo, ele tinha uma criança de dois anos com a amante – voltou a contar, o meu coração parou por uns minutos.
- e era o sonho de Olivia ter filhos, não era? – disse Amelia mais chateada ainda e Lene concordou – a criança e Olivia não mereciam passar por isso.
Durante o almoço eu sentia o feijão descendo rasgando pela minha garganta, era como uma maldit4 piada do destino esse assunto bem na hora que eu ia contar para a minha esposa que eu tinha um filho com a minha ex mulher.
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Atualizado até capítulo 67
Comments
Josy Santos
ele tem que contar logo pq a verdade ele não tem culpa de nada os culpados é o advogado e a ex esposa
2025-04-09
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Ana selma de oliveira gonzaga Gonzaga
eu acho que a mãe fez uma lavagem secebral na criança né possível tá nesse nojo sendo que não conhecia,e mas não é pra tanto esse medo dele ele não.fez mada de errado
2024-11-06
1
Gloria Katia Baffa
Ele deve contar pra Amélia tudo logo.
2025-03-25
0